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31/10/2003 - 07h26

Comédia sobre tradições escala futebol

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PAOULA ABOU-JAOUDE
free-lance para a Folha, em Los Angeles

"Driblando o Destino", que estréia hoje em São Paulo, mostra que o futebol será um dos temas da moda em Hollywood nos próximos dois anos.

Além da superprodução "The Game of Their Lives" (O Jogo de Suas Vidas), sobre a verdadeira história da seleção americana --que, durante a Copa do Mundo de 1950, bateu a favorita Inglaterra numa partida disputada em Belo Horizonte (MG)--, cerca de outros cinco projetos estão sendo desenvolvidos no momento. Um deles, uma ambiciosa trilogia a ser rodada em três continentes, deverá ser estrelada pelo ator mexicano Gael García Bernal ("Amores Brutos").

O interesse de Hollywood pelas chuteiras vem a ser peculiarmente creditado a uma mulher que não entendia nada de passes e escanteios: a cineasta inglesa de origem indiana Gurinder Chadha. No ano passado, Chadha se dispôs a fazer "Driblando o Destino" ("Bend It like Beckham"), filme que mistura o girl power britânico com o relato pessoal da crise geracional de uma família de indianos tradicionais se adequando à modernidade.

O resultado de "Driblando o Destino" foi um grande fenômeno internacional. Além de quebrar todos os recordes na Inglaterra para um filme financiado e produzido com dinheiro local, "Driblando o Destino" amealhou mais de US$ 30 milhões nos EUA (cerca de R$ 85,611 mi), terra sem tradição no futebol masculino e onde o jogador David Beckham é mais conhecido não pelos dribles ao lado de Ronaldo no Real Madrid, mas sim por ser o ícone da vaidade masculina.

Gurinder Chadha, que só teve o aval de Beckham no final da produção, se dispôs a fazer uma história com o futebol feminino como pano de fundo depois de ter acompanhado uma partida da Copa Feminina disputada em Los Angeles (EUA), em 1999.

"Foi uma coisa fascinante ver aquelas garotas jogando futebol e driblando até melhor que muitos homens", explica a cineasta em entrevista à Folha. "O estádio estava abarrotado com 90 mil espectadores e com milhares de garotas que levaram seus pais. Quis levar isso para a Inglaterra, um país dominado pelo futebol masculino e pelo problema dos hooligans."

Futebol brasileiro

Para treinar suas atrizes --a também descendente de indianos Parminder K. Nagra, que no filme sonha em jogar como Beckham, e a sensação Keira Knightley ("Piratas do Caribe")--, Chadha decidiu recorrer ao estilo brasileiro do "jogo bonito".

"Os jogadores ingleses têm essa mania de tentar se livrar da bola assim que conseguem o passe, enquanto os brasileiros pegam a bola, fazem dribles, se mostram confiantes. Queria isso para minhas meninas", explica a cineasta. "Por isso chamei o treinador Simon Clifford, que tem 30 escolas de futebol de salão espalhadas pela Inglaterra e é apaixonado pelo futebol brasileiro".

Chadha também queria que o futebol funcionasse apenas como pano de fundo em sua história. "Quis abordar alguns dos problemas raciais que meus pais passaram na Inglaterra e também falar sobre a criação tradicional dentro de uma sociedade moderna, na qual independência e carreira são as coisas mais importantes do mundo, e não casamento", diz a diretora.

Apesar do sucesso de "Driblando o Destino" e das tentadoras ofertas em Hollywood, Chadha decidiu fazer algo inusitado como passo seguinte de sua carreira: voltar às raízes de seus pais.

A cineasta acabou de rodar seu novo filme em Bollywood, a meca indiana do cinema. Trata-se do musical "Bride and Prejudice" [Noiva e Preconceito] --trocadilho com o título em inglês do livro de Jane Austen, "Pride and Prejudice" [Orgulho e Preconceito]-- e estrelado pela belíssima ex-Miss Mundo, a indiana Aishwarya Rai.
 

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