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05/11/2003
-
07h40
JOÃO BATISTA NATALI
da Folha de S.Paulo, em Belo Horizonte
Gioacchino Rossini (1792-1868) estreou "O Barbeiro de Sevilha" em 1816, adaptação da peça de Pierre-Augustin de Beaumarchais (1732-1799). A ópera, melodicamente lindíssima, engenhosa de enredo e extremamente engraçada, tem atraído sucessivas gerações pelo bom teatro e boa música, que desfilam em duas horas e 40 minutos de ação hilariante.
E agora, em BH, a obra é o mais novo desafio da diretora, atriz e cineasta Carla Camurati.
É a quarta ópera que ela dirige (foi sua a última "Carmen", de Bizet, feita em São Paulo). E é também seu atestado de amadurecimento, ao produzir com naturalidade recursos cênicos --os efeitos cômicos de determinado adereço, o jeito de andar de certo personagem-- que apenas complementam o desenrolar da partitura de Rossini.
Camurati também contornou uma dificuldade séria imposta pelo Palácio das Artes, teatro moderno de 1.700 lugares, com uma generosa boca de cena de 18 metros, mas uma profundidade de palco minúscula, o que obriga os cantores a se movimentarem apenas no proscênio.
O cenário que ela concebeu com Renato Theobaldo produz a ilusão de muitos planos. É um cenário cinzento, que deixa a opulência das cores para os figurinos desenhados por Cica Modesto.
A Orquestra Sinfônica de Minas Gerais é regida por Sílvio Viegas, que talvez traga um Rossini nítido na cabeça, mas nem sempre obtém dos músicos respostas adequadas. As madeiras, por exemplo, embaralham-se em momentos em que o fraseado complexo exige nitidez de conjunto.
As boas surpresas estão nas vozes. A Rosina do primeiro elenco é feita pela soprano Sylvia Klein. Além de um timbre muito bonito, ela pratica o vibrato exigido pela ópera italiana do período com a leveza de uma especialista. E seus agudos são delicados.
No mesmo elenco, o barbeiro Fígaro é cantado por Paulo Szot, conhecido dos paulistanos ao estrear em 1997 nesse mesmo papel no Teatro Municipal. Continua um cantor impecável. No segundo elenco o protagonista será Homero Velho, há três meses sucesso no Festival de Belém do Pará como Papageno, em "A Flauta Mágica", de Mozart.
O jornalista João Batista Natali viajou a convite da Fundação Clóvis Salgado
O BARBEIRO DE SEVILHA
Regência: Silvio Viegas
Direção cênica: Carla Camurati
Onde: Palácio das Artes (av. Afonso Pena 1.537, Belo Horizonte); reservas pelos tels. 0/xx/31/ 3237-7301 ou 3237-7303
Quando: 7 e 8/11, às 20h30; 9/11, às 18h
Quanto: R$ 45
Patrocinador: Fiat
Carla Camurati atesta maturidade com "O Barbeiro de Sevilha"
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da Folha de S.Paulo, em Belo Horizonte
Gioacchino Rossini (1792-1868) estreou "O Barbeiro de Sevilha" em 1816, adaptação da peça de Pierre-Augustin de Beaumarchais (1732-1799). A ópera, melodicamente lindíssima, engenhosa de enredo e extremamente engraçada, tem atraído sucessivas gerações pelo bom teatro e boa música, que desfilam em duas horas e 40 minutos de ação hilariante.
E agora, em BH, a obra é o mais novo desafio da diretora, atriz e cineasta Carla Camurati.
É a quarta ópera que ela dirige (foi sua a última "Carmen", de Bizet, feita em São Paulo). E é também seu atestado de amadurecimento, ao produzir com naturalidade recursos cênicos --os efeitos cômicos de determinado adereço, o jeito de andar de certo personagem-- que apenas complementam o desenrolar da partitura de Rossini.
Camurati também contornou uma dificuldade séria imposta pelo Palácio das Artes, teatro moderno de 1.700 lugares, com uma generosa boca de cena de 18 metros, mas uma profundidade de palco minúscula, o que obriga os cantores a se movimentarem apenas no proscênio.
O cenário que ela concebeu com Renato Theobaldo produz a ilusão de muitos planos. É um cenário cinzento, que deixa a opulência das cores para os figurinos desenhados por Cica Modesto.
A Orquestra Sinfônica de Minas Gerais é regida por Sílvio Viegas, que talvez traga um Rossini nítido na cabeça, mas nem sempre obtém dos músicos respostas adequadas. As madeiras, por exemplo, embaralham-se em momentos em que o fraseado complexo exige nitidez de conjunto.
As boas surpresas estão nas vozes. A Rosina do primeiro elenco é feita pela soprano Sylvia Klein. Além de um timbre muito bonito, ela pratica o vibrato exigido pela ópera italiana do período com a leveza de uma especialista. E seus agudos são delicados.
No mesmo elenco, o barbeiro Fígaro é cantado por Paulo Szot, conhecido dos paulistanos ao estrear em 1997 nesse mesmo papel no Teatro Municipal. Continua um cantor impecável. No segundo elenco o protagonista será Homero Velho, há três meses sucesso no Festival de Belém do Pará como Papageno, em "A Flauta Mágica", de Mozart.
O jornalista João Batista Natali viajou a convite da Fundação Clóvis Salgado
O BARBEIRO DE SEVILHA
Regência: Silvio Viegas
Direção cênica: Carla Camurati
Onde: Palácio das Artes (av. Afonso Pena 1.537, Belo Horizonte); reservas pelos tels. 0/xx/31/ 3237-7301 ou 3237-7303
Quando: 7 e 8/11, às 20h30; 9/11, às 18h
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