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02/12/2003 - 08h50

"O Retorno do Rei" encerra saga baseada na obra de J.R.R. Tolkien

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LEANDRO FORTINO
da Folha de S.Paulo, em Wellington

Close-up. Uma minhoca se mexe entre os dedos indicador e polegar sujos de lama. Corte. Dois hobbits, num bote, pescam em um lago num dia ensolarado.

Alguma coisa fisga o anzol, e um dos hobbits é puxado com força para o fundo do lago. Ele emerge segurando um anel dourado. Na grama, ao lado do lago, os dois brigam pelo "precioso". Na disputa, um deles acaba morrendo estrangulado.

Assim, com a história da transformação do bondoso Smeagol no perturbado e malvado Gollum, tem início a última parte do filme mais aguardado do ano: "O Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei", que estréia nos EUA no dia 17 de dezembro. No Brasil, o longa entra em cartaz no Natal.

Cerca de 150 jornalistas do mundo todo tiveram a oportunidade de assistir, no último sábado, a terceira e última parte da megaprodução em Wellington, capital da Nova Zelândia, país onde o filme foi rodado. A Folha foi o único jornal brasileiro a participar do evento.

Há cenas de ação impressionantes, como a batalha de Minas Tirith, em que Aragorn lidera um exército de cavaleiros fantasmas, ou a cena em que Frodo é atacado e enrolado pela teia de uma aranha gigante, Shelob. Notável ausência é a batalha em que o Condado, lar dos hobbits, é totalmente destruído, parte importante do livro original de J.R.R. Tolkien.

Ontem, às 19h (4h no horário de Brasília), aconteceu o pré-lançamento do filme, com a presença de boa parte do elenco e do diretor Peter Jackson, o maior ídolo pop da Nova Zelândia.

Nunca se viu evento desse tamanho no país. O lugar todo respira e cheira a "O Senhor dos Anéis". Cópias gigantes de monstros do filme estão em todos os lugares. No aeroporto de Wellington há um Gollum; no Embassy Theatre, local da noite de gala, há um dragão alado; na parede de um prédio estão cravadas duas flechas do elfo Legolas.

Réplicas do anel são vendidas por toda a cidade por no mínimo R$ 200. Vitrines de lojas exibem manequins com cabeças de orcs.

Pôsteres, selos comemorativos e até um jumbo da Air New Zealand, com os rostos dos hobbits estampados em sua parte externa, voou baixo sobre a parada, que percorreu 500 metros por ruas de Wellington e reuniu cerca de 120 mil pessoas. A capital da Nova Zelândia parou em plena segunda.

Pela primeira vez na história do cinema um país usa um filme para promover turismo pelas locações e atrair novas produções cinematográficas para serem rodadas na Nova Zelândia. Há um departamento de cinema que oferece todo o apoio necessário para os interessados. Há até um ministro dos Anéis. Sem brincadeira.

Estima-se que a cidade tenha gasto R$ 3,8 milhões numa tentativa de se tornar a Hollywood do hemisfério Sul. Até o principal museu do país, o Te Papa Tongarewa, entrou na jogada, com uma exposição de roupas e armas utilizadas em "O Senhor dos Anéis".

"Não fizemos esse filme aqui porque queremos tomar o lugar de Hollywood. Nasci aqui, minha família mora aqui, faço filmes desde que tinha sete anos. Só filmei aqui porque é meu país", explica Peter Jackson, durante entrevista coletiva realizada no museu, ontem de manhã.

O próximo projeto de Jackson também será filmado na Nova Zelândia, onde o diretor construiu um pequeno complexo de estúdios em Wellington. Trata-se da refilmagem do clássico "King Kong". "Ainda não sei quem integrará o elenco de 'King Kong', mas entendo por que alguns diretores trabalham sempre com os mesmos atores, porque nos tornamos amigos", conta Jackson.

O produtor da trilogia, Mark Ordesky, declarou que pretende levar às telas outro livro de Tolkien, "O Hobbit".

O jornalista Leandro Fortino viajou a convite do Tourism New Zealand

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