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12/12/2003
-
03h59
SÉRGIO DÁVILA
da Folha de S.Paulo
O cinema brasileiro não tem tradição em ficção científica. Não há obras-primas como "2001: Uma Odisséia no Espaço" e nem clássicos como "Blade Runner - O Caçador de Andróides". Os exemplos locais são poucos e sem importância.
É nesse contexto que se insere "Acquária", estréia no longa da competente diretora de filmes publicitários Flavia Moraes. A obra cumpre com muito talento seu papel de representante canarinho no gênero de "Solaris" --o cenário desolado, aliás, lembra o do filme de Tarkovsky.
Assim, seria injusto classificar o filme como apenas um veículo para a dupla de irmãos e ícones pós-teen Sandy e Junior. OK, quase não há cena em que um deles não apareça, mas o seu desempenho dramático não compromete o todo --não são piores que Xuxa ou Didi, para ficar no exemplo do cinema popular.
Em mil anos, a Terra secou, e os poucos humanos que sobraram vivem em escassez de líquido. O acidente ecológico serviu também para o surgimento de alguns seres mutantes. Nesse contexto, um casal de cientistas (Alexandre Borges e Júlia Lemmertz) está perto de conceber uma máquina que cria água.
São atacados, mortos, um de seus filhos é raptado e outro consegue se esconder. Anos depois, eles se reencontrarão já adultos (são, claro, Sandy e Junior), na cabana do irmão, que agora mora com Gaspar (Emílio Orciollo Neto, que será o interesse amoroso de Sandy) e um menino.
Mais de dois terços do filme acontecerão em torno deste núcleo, desta casa e de seu entorno, na luta pela reconstrução da cobiçada máquina e pela descoberta da cidade perdida de Acquária.
Há problemas, claro: a diretora cai em alguns vícios da sci-fi, como o estereótipo do velho-sábio-que-fala-estranho (o Obi Wan Kenobi aqui é Milton Gonçalves), os diálogos forçados (todo o linguajar do gênero, já ridículo em inglês, parece ficar ainda mais inverossímil em português), e o ator-mirim, que por vezes pode ser irritante. E há músicas.
Mas mesmo elas não chegam a incomodar de todo. São não mais do que cinco, incluindo uma bonita versão de "Planeta Água", de Guilherme Arantes.
E, sim, Sandy cresceu. E, não, não aparece nua na já comentada cena do banho; no máximo, mostra parte das costas e das pernas.
Avaliação:
Acquária (Idem)
Direção: Flavia Moraes
Produção: Brasil, 2003
Com: Sandy, Junior, Milton Gonçalves, Emílio Orciollo Neto
Quando: a partir de hoje, no Anália Franco, Belas Artes, Bristol, Ibirapuera, Metrô Santa Cruz e circuito
Leia mais
Dupla Sandy & Junior mira público adulto e recuperação da carreira
Ficção científica de R$ 10 mi estréia em mais de 300 salas
"Acquaria" tem 33% de efeitos
Longa com Sandy e Junior tem qualidades técnicas
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da Folha de S.Paulo
O cinema brasileiro não tem tradição em ficção científica. Não há obras-primas como "2001: Uma Odisséia no Espaço" e nem clássicos como "Blade Runner - O Caçador de Andróides". Os exemplos locais são poucos e sem importância.
É nesse contexto que se insere "Acquária", estréia no longa da competente diretora de filmes publicitários Flavia Moraes. A obra cumpre com muito talento seu papel de representante canarinho no gênero de "Solaris" --o cenário desolado, aliás, lembra o do filme de Tarkovsky.
Assim, seria injusto classificar o filme como apenas um veículo para a dupla de irmãos e ícones pós-teen Sandy e Junior. OK, quase não há cena em que um deles não apareça, mas o seu desempenho dramático não compromete o todo --não são piores que Xuxa ou Didi, para ficar no exemplo do cinema popular.
Em mil anos, a Terra secou, e os poucos humanos que sobraram vivem em escassez de líquido. O acidente ecológico serviu também para o surgimento de alguns seres mutantes. Nesse contexto, um casal de cientistas (Alexandre Borges e Júlia Lemmertz) está perto de conceber uma máquina que cria água.
São atacados, mortos, um de seus filhos é raptado e outro consegue se esconder. Anos depois, eles se reencontrarão já adultos (são, claro, Sandy e Junior), na cabana do irmão, que agora mora com Gaspar (Emílio Orciollo Neto, que será o interesse amoroso de Sandy) e um menino.
Mais de dois terços do filme acontecerão em torno deste núcleo, desta casa e de seu entorno, na luta pela reconstrução da cobiçada máquina e pela descoberta da cidade perdida de Acquária.
Há problemas, claro: a diretora cai em alguns vícios da sci-fi, como o estereótipo do velho-sábio-que-fala-estranho (o Obi Wan Kenobi aqui é Milton Gonçalves), os diálogos forçados (todo o linguajar do gênero, já ridículo em inglês, parece ficar ainda mais inverossímil em português), e o ator-mirim, que por vezes pode ser irritante. E há músicas.
Mas mesmo elas não chegam a incomodar de todo. São não mais do que cinco, incluindo uma bonita versão de "Planeta Água", de Guilherme Arantes.
E, sim, Sandy cresceu. E, não, não aparece nua na já comentada cena do banho; no máximo, mostra parte das costas e das pernas.
Avaliação:
Acquária (Idem)
Direção: Flavia Moraes
Produção: Brasil, 2003
Com: Sandy, Junior, Milton Gonçalves, Emílio Orciollo Neto
Quando: a partir de hoje, no Anália Franco, Belas Artes, Bristol, Ibirapuera, Metrô Santa Cruz e circuito
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