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16/01/2004
-
07h21
LAURA MATTOS
da Folha de S.Paulo
Marlene Mattos, 53, assumirá o comando artístico da TV Bandeirantes, no dia 26, já com restrições ao poder de mexer na programação. A nova diretora artística foi avisada de que não poderá tocar no horário nobre, hoje arrendado para o evangélico R.R. Soares.
O missionário apresenta diariamente o religioso "Show da Fé", das 20h50 às 21h45, e os cultos de sua igreja vão ao ar das 5h às 7h.
Marcelo Parada, vice-presidente da rede, advertiu Marlene de que há um compromisso firmado com Soares. "Não pretendo chegar mexendo nisso. Inicialmente, não quero brigar com nenhum bispo", disse a diretora à Folha.
Ela atendeu a ligação, anteontem, na Globo, enquanto terminava de editar o último "Jovens Tardes", programa sob seu comando, que se encerra domingo.
Hoje, depois de 21 anos, a maranhense dá seu último expediente na emissora onde se consagrou empresariando e dirigindo Xuxa Meneghel, a quem conheceu na extinta Rede Manchete, no início da década de 80.
Leia abaixo a opinião de Marlene sobre isso, sua confissão de que não "é muito chegada à TV aberta" e os principais trechos da entrevista que ela concedeu à Folha.
Folha - Como irá lidar com o fato de o horário nobre da Bandeirantes estar arrendado para o bispo R.R. Soares? Pretende mudar isso?
Marlene Mattos - Sabe aqueles assuntos proibidos, religião, família... (risos)? Não me foi proibido nada disso. Vou conversar a respeito, para que se faça uma programação interessante. Já falei com o [Marcelo] Parada [vice-presidente da Band] sobre esses horários. Ele me disse que esse é um compromisso da Band. Não pretendo chegar mexendo nisso.
Folha - Mas isso não atrapalha um projeto de programação?
Marlene - Quando mostrar uma programação que reage, e aquele horário ficar "meio assim", aí terei argumento. Inicialmente, não quero brigar com nenhum bispo.
Folha - Já aposta em algum nome da Bandeirantes?
Marlene - Não dá para apostar. Faço televisão há muitos anos, mas vejo muito pouco TV aberta. Vejo filme, documentário, séries, o canal GNT, não sou muito chegada à TV aberta. Mas vou ver, porque estou muito entusiasmada. Vou ficar a semana inteira, de segunda a domingo, vendo a Band direto. E também o que tem na concorrência mais próxima.
Folha - Até o "Show da Fé" [culto do evangélico R.R. Soares]?
Marlene - Até. Tudo (risos).
Folha - Você tem a missão de tornar o "Brasil Urgente", de Datena, menos policial e mais leve, não?
Marlene - Vou marcar com cada um uma conversa, e quero ajudá-los a decidir o que é melhor, por uma linha de programação que tenha uma identidade, não só com São Paulo, mas com o Brasil.
Folha - Em sua opinião, a Band, antes o canal do esporte, tem ainda um problema de identidade?
Marlene - Pode estar até um pouco meio perdida. Mas é certo que temos duas redes de TV no país, a Globo e a Band. Não quero expor minha opinião, mas as que nasceram como veículos de comunicação são essas.
Folha - Foi na Band que conheceu a Xuxa, nos anos 80. Imagina que lançará um nome como o dela?
Marlene - Não estou focada em lançar um novo nome, mas novos nomes. Precisamos ter coragem de lançar novos talentos. Os jovens têm coragem de se expor, de errar. Temos de dar a eles espaço.
Folha - Tem projetos de investir mais em shows, teledramaturgia ou até um "reality show"?
Marlene - Não dá para trabalhar sob hipóteses. Quero entrar na Band sem essa capa de vaidade. Não quero chegar dizendo que sei tudo. Tenho 21 anos de Globo, mas muito a aprender. Não vou poder esperar muito tempo para fazer algumas mudanças lá, mas não posso adiantar nada ainda.
Folha - Como será o momento em que encerrar a edição do "Jovens Tardes" e deixar a Globo? Há o ritual de "arrumar as gavetas"?
Marlene - Vai ser um dia igual a qualquer outro. A gente tem que aprender a se desapegar das coisas. O que fica comigo são as boas lembranças, as ruins ficam nas gavetas. Vou mudar só de endereço.
Folha - Sentirá alívio ao deixar a Globo, pelas lembranças ruins, como a separação com a Xuxa?
Marlene - A Globo foi meu endereço durante 21 anos. Aqui, transformei idéias em projetos. Coisas que não foram legais não contam. E um dia espero voltar para encerrar minha carreira aqui.
Folha - A Wanessa Camargo e a equipe do "Jovens Tardes" vão com você ou ficam com a Globo?
Marlene - Não vão. A Wanessa tem contrato com a Globo até esse último "Jovens Tardes". Ela não vai comigo, não está atrelada ao meu contrato. Quero abrir espaço para programas e talentos novos. A Wanessa é um talento, mas ainda não pensei que há uma coisa para ela. Quando pensar em algo jovem, claro que vou pensar nela.
Especial
Erramos: "Não quero brigar com bispo", diz Marlene Mattos
"Não quero brigar com bispo", diz Marlene Mattos
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da Folha de S.Paulo
Marlene Mattos, 53, assumirá o comando artístico da TV Bandeirantes, no dia 26, já com restrições ao poder de mexer na programação. A nova diretora artística foi avisada de que não poderá tocar no horário nobre, hoje arrendado para o evangélico R.R. Soares.
O missionário apresenta diariamente o religioso "Show da Fé", das 20h50 às 21h45, e os cultos de sua igreja vão ao ar das 5h às 7h.
Marcelo Parada, vice-presidente da rede, advertiu Marlene de que há um compromisso firmado com Soares. "Não pretendo chegar mexendo nisso. Inicialmente, não quero brigar com nenhum bispo", disse a diretora à Folha.
Ela atendeu a ligação, anteontem, na Globo, enquanto terminava de editar o último "Jovens Tardes", programa sob seu comando, que se encerra domingo.
Hoje, depois de 21 anos, a maranhense dá seu último expediente na emissora onde se consagrou empresariando e dirigindo Xuxa Meneghel, a quem conheceu na extinta Rede Manchete, no início da década de 80.
Leia abaixo a opinião de Marlene sobre isso, sua confissão de que não "é muito chegada à TV aberta" e os principais trechos da entrevista que ela concedeu à Folha.
Folha - Como irá lidar com o fato de o horário nobre da Bandeirantes estar arrendado para o bispo R.R. Soares? Pretende mudar isso?
Marlene Mattos - Sabe aqueles assuntos proibidos, religião, família... (risos)? Não me foi proibido nada disso. Vou conversar a respeito, para que se faça uma programação interessante. Já falei com o [Marcelo] Parada [vice-presidente da Band] sobre esses horários. Ele me disse que esse é um compromisso da Band. Não pretendo chegar mexendo nisso.
Folha - Mas isso não atrapalha um projeto de programação?
Marlene - Quando mostrar uma programação que reage, e aquele horário ficar "meio assim", aí terei argumento. Inicialmente, não quero brigar com nenhum bispo.
Folha - Já aposta em algum nome da Bandeirantes?
Marlene - Não dá para apostar. Faço televisão há muitos anos, mas vejo muito pouco TV aberta. Vejo filme, documentário, séries, o canal GNT, não sou muito chegada à TV aberta. Mas vou ver, porque estou muito entusiasmada. Vou ficar a semana inteira, de segunda a domingo, vendo a Band direto. E também o que tem na concorrência mais próxima.
Folha - Até o "Show da Fé" [culto do evangélico R.R. Soares]?
Marlene - Até. Tudo (risos).
Folha - Você tem a missão de tornar o "Brasil Urgente", de Datena, menos policial e mais leve, não?
Marlene - Vou marcar com cada um uma conversa, e quero ajudá-los a decidir o que é melhor, por uma linha de programação que tenha uma identidade, não só com São Paulo, mas com o Brasil.
Folha - Em sua opinião, a Band, antes o canal do esporte, tem ainda um problema de identidade?
Marlene - Pode estar até um pouco meio perdida. Mas é certo que temos duas redes de TV no país, a Globo e a Band. Não quero expor minha opinião, mas as que nasceram como veículos de comunicação são essas.
Folha - Foi na Band que conheceu a Xuxa, nos anos 80. Imagina que lançará um nome como o dela?
Marlene - Não estou focada em lançar um novo nome, mas novos nomes. Precisamos ter coragem de lançar novos talentos. Os jovens têm coragem de se expor, de errar. Temos de dar a eles espaço.
Folha - Tem projetos de investir mais em shows, teledramaturgia ou até um "reality show"?
Marlene - Não dá para trabalhar sob hipóteses. Quero entrar na Band sem essa capa de vaidade. Não quero chegar dizendo que sei tudo. Tenho 21 anos de Globo, mas muito a aprender. Não vou poder esperar muito tempo para fazer algumas mudanças lá, mas não posso adiantar nada ainda.
Folha - Como será o momento em que encerrar a edição do "Jovens Tardes" e deixar a Globo? Há o ritual de "arrumar as gavetas"?
Marlene - Vai ser um dia igual a qualquer outro. A gente tem que aprender a se desapegar das coisas. O que fica comigo são as boas lembranças, as ruins ficam nas gavetas. Vou mudar só de endereço.
Folha - Sentirá alívio ao deixar a Globo, pelas lembranças ruins, como a separação com a Xuxa?
Marlene - A Globo foi meu endereço durante 21 anos. Aqui, transformei idéias em projetos. Coisas que não foram legais não contam. E um dia espero voltar para encerrar minha carreira aqui.
Folha - A Wanessa Camargo e a equipe do "Jovens Tardes" vão com você ou ficam com a Globo?
Marlene - Não vão. A Wanessa tem contrato com a Globo até esse último "Jovens Tardes". Ela não vai comigo, não está atrelada ao meu contrato. Quero abrir espaço para programas e talentos novos. A Wanessa é um talento, mas ainda não pensei que há uma coisa para ela. Quando pensar em algo jovem, claro que vou pensar nela.
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