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13/02/2004
-
08h21
TIAGO MATA MACHADO
crítico da Folha
"Doze É Demais!" é uma comédia de gags precárias, mas de mensagem precisa, incisiva. Seus vilões eleitos são uma mãe moderna, que não gosta de famílias grandes, e um ator narcisista, que não quer ter filhos.
Os 12 do título são os Baker, a "última-família-grande-e-feliz" da América. Eles vivem contentes até o dia em que papai Baker (Steve Martin) vai treinar o time de futebol de uma universidade.
Para dificultar a adaptação das crianças à nova cidade, mamãe Baker é obrigada a se ausentar, ocupando-se da turnê de lançamento de seu livro de memórias. A confusão que se segue encerra a seguinte moral: antes fracassar na vida profissional do que no âmbito familiar. Afinal, não dá pra todo mundo querer ser o número um. Problema que, por extensão, aplica-se a toda uma nação.
Estamos aqui de volta à romantização do bom homem comum, aquele que leva uma vida anônima e saudável no interior do país. Em seu libelo ao provincianismo, o filme defende valores antiquados que nem mais se aplicam à realidade americana. Para começar, ridicularizar "famílias pequenas" num país em que a média de filhos por família é de 1,87 não parece ser um bom negócio.
O período de sátira às patologias do "american way", moda do cinema independente que havia contaminado o "mainstream" hollywoodiano, parece mesmo ter sido sepultado pelo 11 de Setembro. Desenterrar velhos valores é a nova palavra de ordem em Hollywood. Mas estes, de tão anacrônicos e vazios, só parecem encontrar vazão em produções medíocres e alienadas como esta.
Avaliação:
Doze É Demais (Cheaper by the Dozen)
Produção: EUA, 2003
Direção: Shawn Levy
Com: Steve Martin, Bonnie Hunt
Quando: a partir de hoje, nos cines Anália Franco, Morumbi e circuito
"Doze É Demais" defende valores provincianos
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crítico da Folha
"Doze É Demais!" é uma comédia de gags precárias, mas de mensagem precisa, incisiva. Seus vilões eleitos são uma mãe moderna, que não gosta de famílias grandes, e um ator narcisista, que não quer ter filhos.
Os 12 do título são os Baker, a "última-família-grande-e-feliz" da América. Eles vivem contentes até o dia em que papai Baker (Steve Martin) vai treinar o time de futebol de uma universidade.
Para dificultar a adaptação das crianças à nova cidade, mamãe Baker é obrigada a se ausentar, ocupando-se da turnê de lançamento de seu livro de memórias. A confusão que se segue encerra a seguinte moral: antes fracassar na vida profissional do que no âmbito familiar. Afinal, não dá pra todo mundo querer ser o número um. Problema que, por extensão, aplica-se a toda uma nação.
Estamos aqui de volta à romantização do bom homem comum, aquele que leva uma vida anônima e saudável no interior do país. Em seu libelo ao provincianismo, o filme defende valores antiquados que nem mais se aplicam à realidade americana. Para começar, ridicularizar "famílias pequenas" num país em que a média de filhos por família é de 1,87 não parece ser um bom negócio.
O período de sátira às patologias do "american way", moda do cinema independente que havia contaminado o "mainstream" hollywoodiano, parece mesmo ter sido sepultado pelo 11 de Setembro. Desenterrar velhos valores é a nova palavra de ordem em Hollywood. Mas estes, de tão anacrônicos e vazios, só parecem encontrar vazão em produções medíocres e alienadas como esta.
Avaliação:
Doze É Demais (Cheaper by the Dozen)
Produção: EUA, 2003
Direção: Shawn Levy
Com: Steve Martin, Bonnie Hunt
Quando: a partir de hoje, nos cines Anália Franco, Morumbi e circuito
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