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05/03/2004 - 04h38

Joel Schumacher esbarra em convencionalismo em novo filme

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PEDRO BUTCHER
Crítico da Folha de S.Paulo

O lançamento de "O Custo da Coragem" permite uma comparação no mínimo curiosa. Há três anos foi lançado no Brasil "Alto Risco", um filme baseado exatamente na mesma "história real" --os últimos anos de vida da jornalista irlandesa Veronica Guerin, morta por traficantes de drogas em 96. A morte de Guerin deu início a um processo que gerou resultados concretos na caça à corrupção e na moralização do combate ao crime na Irlanda.

"Alto Risco" tem direção do inglês John Mackenzie, enquanto "O Custo da Coragem" é assinado pelo americano Joel Schumacher. No primeiro, Joan Allen vive a jornalista, enquanto aqui o papel cabe a Cate Blanchett.

De certa forma, os títulos em português (ainda que infelizes) revelam a diferença de abordagem e estilo: enquanto Mackenzie privilegia o risco, Schumacher prefere a coragem, apostando na glorificação da jornalista e sublinhando a nobreza de seus atos. Mais modesto, o "Risco" de Mackenzie se permite mais nuances do que a visão hollywoodiana da "Coragem" de Schumacher, sem desvalorizar a importância do trabalho de Guerin, jornalista que enfrentava na raça os criminosos que investigava. O resultado dá claras vantagens para Allen, que tem chances de uma atuação mais colorida que a de Blanchett.

"O Custo da Coragem" se deixa contaminar pela nobreza de sua causa e desperdiça a energia da protagonista com um tratamento convencional demais. "Alto Risco" vai mais longe; é mais honesto com a grandeza de Guerin.

Avaliação:

O Custo da Coragem
Produção: EUA/Irlanda, 2003
Direção: Joel Schumacher
Com: Cate Blanchett, Gerard McSorley
Quando: a partir de hoje, nos cines Jardim Sul, Lumière e circuito
 

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