Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
10/03/2004 - 03h55

Decisões erradas e brigas selaram queda da Atari

Publicidade

ALEXANDRE MATIAS
free-lance para a Folha de S.Paulo

Um dos extras do DVD "Once Upon Atari" traz Nolan Bushnell, fundador da Atari, em uma entrevista sobre o mercado de games. "Eu não sou o pai do videogame, [Steve] Russell e os caras que fizeram o 'SpaceWar' em 1962 é que são. O meu feito foi conseguir vendê-los. Eu os transformei em uma indústria", diz, sem modéstia.

Mais do que fabricar jogos clássicos ou ser o ícone central da primeira era de ouro dos videogames, a Atari pode se vangloriar por ter colocado a lógica eletrônica dentro da vida das pessoas. Foi a primeira vez que um equipamento eletrônico se tornou um ícone cultural em larga escala.

"A Atari fez história na eletrônica ao colocar computadores nas casas das pessoas", emenda o diretor Scott Warshaw. "Os computadores pessoais até estavam vendendo, mas não muito rapidamente, e ninguém sabia o que fazer com um deles. A Atari mostrou ao mundo como você pode se divertir com um computador em casa. Ela curou os medos com relação a isso e elevou o número de vendas de milhares para milhões! Eles mudaram o mundo como o conhecemos."

Após tatear o mercado com o jogo de tiro "Computer Space", que fracassou, Bushnell e seu sócio Ted Dabney deixaram uma versão rudimentar do tênis bidimensional "Pong", que funcionava à base de moedas, em um bar de San Francisco. No dia seguinte, quando checaram a máquina e viram que ela estava lotada de moedas, concluíram que "Pong" havia sido jogado durante toda a noite. Foi quando os dois perceberam que, melhor do que vender a idéia para alguém, o ideal era abrir seu próprio negócio.

No início de 1973, "Pong" era uma febre em todos os EUA e inaugurava o conceito de arcade eletrônico, aos poucos invadindo as casas de fliperama.

Quase 10 mil máquinas foram fabricadas e vendidas. Mas o grande salto da empresa aconteceu com o "Pong" doméstico, que foi lançado em 1975 e rendeu números gigantes: 150 mil consoles vendidos, US$ 40 milhões em vendas, US$ 3 milhões de lucro no primeiro ano. No ano seguinte, Bushnell vendeu a empresa para o conglomerado Warner, que impôs um novo presidente, o executivo mão-de-ferro Ray Kassar.

A era eletrônica começa para valer nos anos 80, quando a IBM lança o computador pessoal, e os videogames se tornam massivos.

A Atari lança vários hits, como "PacMan", "Defender" e "Asteroids", ao mesmo tempo em que a rixa entre o setor de programação e o departamento comercial explode. A queda acontece em 83, quando a empresa faz diversas opções erradas de mercado, a mais célebre sendo o jogo "E.T.", um dos maiores fracassos da história do videogame, que foi eleito pela imprensa especializada como o pior jogo da história.

O fiasco foi tamanho que a empresa enterrou mais de 5 milhões de cartuchos em um deserto no Novo México, pois as crianças não o queriam nem de graça.
A partir daí, a Atari desanda. Passa das mãos da Warner para vários empresários e, aos poucos, definha com diferentes tentativas de volta ao mercado (o portátil Lynx, o console Jaguar), sem nunca conseguir repetir o sucesso original.

Leia mais
  • Documentário lançado nos EUA relata ascensão e declínio da Atari
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página