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11/03/2004
-
17h12
da Folha Online
A comunidade judaica brasileira critica e questiona o filme "A Paixão de Cristo", de Mel Gibson, que será lançado nos cinemas do país no próximo dia 19, se revelando contrária ao longa-metragem.
Em uma nota oficial, divulgada hoje à imprensa, 14 entidades que representam a comunidade no Brasil divulgaram seu posicionamento sobre o filme, acusado de ser anti-semita.
No filme, Gibson conta como foram as últimas 12 horas de vida de Jesus Cristo, até a sua crucificação.
Veja o que a comunidade judaica diz sobre "A Paixão de Cristo":
"O filme 'A Paixão de Cristo', de Mel Gibson, em exibição há algumas semanas nos EUA e prestes a ser lançado no Brasil, tem deixado um rastro de polêmica desde o último ano, quando ainda estava em finalização.
A comunidade judaica brasileira jamais defendeu nem defenderá a censura a qualquer manifestação artística. Porém, considera-se no direito de fazer a crítica a conteúdos que eventualmente conspirem contra os direitos humanos, estimulando o preconceito e o ódio. Infelizmente, parece ser esse o caso de alguns trechos do filme de Gibson. Ao induzir o espectador à interpretação de que o povo judeu foi o responsável pela morte de Jesus Cristo, o filme atenta contra a verdade histórica e incita o ódio religioso.
A partir do Concílio Vaticano II (1962-65), estabeleceu-se uma ponte entre católicos e judeus que vem sendo reforçada por iniciativas como o diálogo institucional entre o Comitê Judaico Internacional de Consulta Inter-religiosa (International Jewish Committee on Interreligious Consultation, IJCIC) e a Comissão para as Relações Religiosas com o Judaísmo (Vaticano), desde a década de 1970.
É lamentável que o filme em questão possa solapar esse esforço conjunto, que tem no próprio Papa João Paulo II um de seus artífices. Cumpre lembrar que o Papa foi o primeiro pontífice da história a visitar a Sinagoga de Roma, em 1986, onde se referiu ao povo judeu como 'nossos irmãos maiores na fé de Abrahão'. Mais recentemente, durante a visita do Comitê Judaico dos EUA (American Jewish Committee) ao Vaticano, em fevereiro de 2004, o Papa fez questão de reafirmar 'nossa firme condenação ao racismo e ao anti-semitismo'.
Por tudo isso, as entidades que representam a comunidade judaica brasileira convidam a opinião pública a refletir, e informar-se, rejeitando as inverdades presentes no filme de Mel Gibson, que se presta a ser mais um instrumento nas mãos daqueles que promovem o ódio anti-semita em todo o mundo.
Confederação Israelita do Brasil; Federação Israelita do Estado de São Paulo; Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro; Associação Cultural Israelita de Brasília; Associação Israelita Catarinense; Centro Israelita do Pará; Centro Israelita do Rio Grande do Norte; Comitê Israelita do Amazonas; Federação Israelita do Estado de Minas Gerais; Federação Israelita do Estado do Paraná; Federação Israelita do Estado de Pernambuco; Federação Israelita do Estado do Rio Grande do Sul; Sociedade Israelita da Bahia; Sociedade Israelita do Ceará."
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Veja fotos de "A Paixão de Cristo", de Mel Gibson
Comunidade judaica brasileira se posiciona contra "A Paixão de Cristo"
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A comunidade judaica brasileira critica e questiona o filme "A Paixão de Cristo", de Mel Gibson, que será lançado nos cinemas do país no próximo dia 19, se revelando contrária ao longa-metragem.
Em uma nota oficial, divulgada hoje à imprensa, 14 entidades que representam a comunidade no Brasil divulgaram seu posicionamento sobre o filme, acusado de ser anti-semita.
No filme, Gibson conta como foram as últimas 12 horas de vida de Jesus Cristo, até a sua crucificação.
Veja o que a comunidade judaica diz sobre "A Paixão de Cristo":
Divulgação |
Jim Caviezel como Jesus Cristo no filme de Mel Gibson, "A Paixão"; veja mais fotos |
A comunidade judaica brasileira jamais defendeu nem defenderá a censura a qualquer manifestação artística. Porém, considera-se no direito de fazer a crítica a conteúdos que eventualmente conspirem contra os direitos humanos, estimulando o preconceito e o ódio. Infelizmente, parece ser esse o caso de alguns trechos do filme de Gibson. Ao induzir o espectador à interpretação de que o povo judeu foi o responsável pela morte de Jesus Cristo, o filme atenta contra a verdade histórica e incita o ódio religioso.
A partir do Concílio Vaticano II (1962-65), estabeleceu-se uma ponte entre católicos e judeus que vem sendo reforçada por iniciativas como o diálogo institucional entre o Comitê Judaico Internacional de Consulta Inter-religiosa (International Jewish Committee on Interreligious Consultation, IJCIC) e a Comissão para as Relações Religiosas com o Judaísmo (Vaticano), desde a década de 1970.
É lamentável que o filme em questão possa solapar esse esforço conjunto, que tem no próprio Papa João Paulo II um de seus artífices. Cumpre lembrar que o Papa foi o primeiro pontífice da história a visitar a Sinagoga de Roma, em 1986, onde se referiu ao povo judeu como 'nossos irmãos maiores na fé de Abrahão'. Mais recentemente, durante a visita do Comitê Judaico dos EUA (American Jewish Committee) ao Vaticano, em fevereiro de 2004, o Papa fez questão de reafirmar 'nossa firme condenação ao racismo e ao anti-semitismo'.
Por tudo isso, as entidades que representam a comunidade judaica brasileira convidam a opinião pública a refletir, e informar-se, rejeitando as inverdades presentes no filme de Mel Gibson, que se presta a ser mais um instrumento nas mãos daqueles que promovem o ódio anti-semita em todo o mundo.
Confederação Israelita do Brasil; Federação Israelita do Estado de São Paulo; Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro; Associação Cultural Israelita de Brasília; Associação Israelita Catarinense; Centro Israelita do Pará; Centro Israelita do Rio Grande do Norte; Comitê Israelita do Amazonas; Federação Israelita do Estado de Minas Gerais; Federação Israelita do Estado do Paraná; Federação Israelita do Estado de Pernambuco; Federação Israelita do Estado do Rio Grande do Sul; Sociedade Israelita da Bahia; Sociedade Israelita do Ceará."
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