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12/03/2004 - 11h53

Menos eletrônico, Otto mostra canções de "Sem Gravidade" no Rio

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GUILHERME GORGULHO
da Folha Online

"Eu tento cantar como Luiz Melodia, escrever como Chico [Buarque] e musicar como [Gilberto] Gil e João Bosco." É assim que o pernambucano Otto define a nova fase de sua carreira, na busca de um som mais orgânico, deixando um pouco de lado as experiências eletrônicas que marcaram seus dois primeiros trabalhos.

O cantor e compositor se apresenta hoje pela primeira vez no Canecão, no Rio, mostrando o material de seu mais recente disco, "Sem Gravidade", lançado em novembro de 2003. O convidado especial da noite é Frejat, que deve cantar a música "Pelo Engarrafamento", do álbum "Condom Black".

Jorge Araújo/Folha Imagem

O cantor e compositor Otto, em imagem de outubro de 2003
Otto, 35, optou por fazer o lançamento do disco na capital fluminense em um espaço maior, apesar de reconhecer que sua música ainda não tenha "explodido", como ele mesmo define.

"Eu estou fazendo o meu [lançamento], sabe, é um presente para mim, para meus amigos aqui do Rio, para convidar pessoas legais, para trazer um público do Rio, que é a cidade em que eu estou morando", explica ele, afirmando que muitos artistas não estão fazendo lançamentos em meio à "crise".

Na sexta-feira, Otto não terá a potente cozinha --formada pelo baterista Pupillo (Nação Zumbi) e pelo baixista Dadi (ex-membro de Os Novos Baianos e A Cor do Som)-- que forma a base e "dá liga" para "Sem Gravidade", nem o produtor Apollo 9, que toca a maior parte das guitarras do disco. Neste show sobem com Otto ao palco do Canecão Daniel Ganja Man (guitarra e teclados), Bactéria (guitarra), Rian Bezerra (baixo), Maurício Takara (bateria), Malê e Marcos Axé (percussão).

O terceiro CD de Otto, que ele classifica como "musicalmente maduro", transparece a influência de sua vida pessoal e de seu romance com a atriz Alessandra Negrini. A maioria das faixas do álbum foi composta durante viagens do casal por lugares como Chapada Diamantina, Amazônia e Death Valley, na Califórnia. A experiência está registrada em fotos e faixas de "Sem Gravidade", como "Dedo de Deus", "Imaginar a Vida" e "História de Fogo".

A presença de Alessandra é grande no disco. Além de inspiração, a atriz colocou sua voz em quatro faixas, além de ser co-autora de uma delas. Otto e Alessandra devem se casar ainda neste ano, e a atriz está grávida de três meses.

Egresso do movimento mangue beat nos anos 90 --Otto foi percussionista do Nação Zumbi, de Chico Science, e do Mundo Livre S/A, de Fred Zero Quatro--, ele lançou seu primeiro disco em 1998, "Samba Pra Burro", e seu segundo trabalho em 2001, "Condom Black". A crítica elogiou, mas sua música ainda não alcançou um público muito amplo.

"Eu ainda carrego uma singularidade, alguma coisa nova que as pessoas mal conhecem. Quem conhece, conhece muito bem, e quem não conhece, está curioso. Talvez eu ganhe nesse ponto porque eu não sou um 'popzão', não tenha essas pretensões", explica Otto.

Mesmo assim, o cantor esbanja autoconfiança, e aposta na mudança depois da trilogia ao lado do produtor Apollo 9. O próximo disco já tem até nome, "Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranqüilos", mas deve ficar somente para o ano que vem.

"A parceria com Apollo foi normal, natural desde o primeiro disco. No 'Samba pra Burro', eu disse: 'Apollo, vamos fazer três discos'. [...] Agora eu quero partir já para outra. Porque ele como produtor trabalha com várias pessoas, e eu não. Se eu continuar a vida toda com ele como produtor não tenho capacidade de mudar."

Experiências nas telas

A parceria com Alessandra Negrini, além da música, pode render também produções para o cinema. Otto estreou no ano passado como roteirista e ator no curta-metragem "Porcos Corpos", dirigido por Sérgio Oliveira, e o músico afirma ter mais outros quatro roteiros e que pensa em escrever algo para a noiva.

Otto, no entanto, não ficou satisfeito com a direção de Oliveira para o roteiro escrito pelo músico há cerca de 15 anos, e criticou o espaço dado para seu personagem no filme.

"Eu já tinha uns quatro roteiros, só que eu entreguei para Serginho. Na hora que eu entreguei, o argumento já viraria o roteiro, já era um roteiro. Aí ele quis fazer roteiro, dirigir...". "O filme é bom, mas ele se perde muito na narrativa", reclama Otto.

Otto afirma não ter pretensões de filmar logo, mas diz que o simples exercício de escrever para cinema já é um grande aprendizado para ele. Para ele, a produção cinematográfica pernambucana vive um grande momento, com nomes como Lírio Ferreira, de "Baile Perfumado", e Cláudio Assis, de "Amarelo Manga".

"A gente teve um mestre pop do cinema brasileiro que foi Glauber Rocha. Então quando eu vejo Lírio, que eu conheço bem, vejo Claudião, eles são todos adeptos desse grande gênio que conseguiu fazer cinema barato e bom."

OTTO
Onde: Canecão (av. Venceslau Brás, 215, Rio de Janeiro)
Quando: hoje, às 22h
Quanto: R$ 20 a R$ 40
Informações: 0/xx/21/2543-1241
 

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