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10/04/2004
-
19h48
da Folha Online
O corpo da atriz, escritora e militante de esquerda Lélia Abramo foi enterrado, no final da tarde de hoje, no cemitério Getsemani, no Morumbi (zona oeste). Aos 93 anos, ela morreu ontem, às 20h30, em São Paulo, em conseqüência de uma embolia pulmonar.
Lélia foi velada no salão nobre do Teatro Municipal. Fundadora do Partido dos Trabalhadores, sua última aparição foi em 31 de março, aniversário dos 40 anos do golpe militar.
Segundo o dramaturgo Arthur Di Pietro, amigo de Lélia Abramo, nesse dia ela se queixou de dor nas pernas em decorrência de uma queda sofrida em casa. Dois dias depois, sofreu a embolia e foi internada pela família.
Lélia Abramo era filha de imigrantes italianos. Estreou nos palcos apenas aos 47 anos, na peça "Eles Não Usam Black-Tie" (58), a primeira montagem de Gianfrancesco Guarnieri, contracenando com os atores Milton Gonçalves e Eugenio Kusnet.
Entre 1938 e 1950, morou na Itália e sofreu as agruras da época da Segunda Guerra Mundial, quando testemunhou dramas coletivos (bombardeios, comida racionada, suspensão da liberdade de ir-e-vir).
Atuou em peças de cunho dramático e trágico, de Aristófanes ("Lisístrata") e Shakespeare ("Ricardo 3º") a Lorca ("Yerma") e Brecht ("Mãe Coragem"), passando por Beckett ("Esperando Godot") e Ionesco ("Os Rinocerontes").
Também participou de 27 novelas (Excelsior, Tupi, Record, Globo e Manchete) e 14 filmes. Fez mais de 40 teleteatros.
Em 1978, Lélia presidiu o sindicato dos artistas em São Paulo e saiu em defesa dos direitos trabalhistas da classe, enfrentando a própria emissora na qual trabalhava, a TV Globo.
Lélia foi uma das fundadoras do PT, ao assinar a ata de reunião que deu origem ao partido, em 1980, com intelectuais como Mário Pedrosa, Sérgio Buarque de Holanda, Apolônio de Carvalho, Paulo Freire e Antonio Candido. A atriz tinha seis irmãos, entre eles o jornalista Cláudio Abramo (1923-87) e o artista plástico Lívio Abramo (1903-1992).
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Veja fotos da atriz e escritora Lélia Abramo
Corpo de Lélia Abramo é enterrado em cemitério no Morumbi
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O corpo da atriz, escritora e militante de esquerda Lélia Abramo foi enterrado, no final da tarde de hoje, no cemitério Getsemani, no Morumbi (zona oeste). Aos 93 anos, ela morreu ontem, às 20h30, em São Paulo, em conseqüência de uma embolia pulmonar.
Lélia foi velada no salão nobre do Teatro Municipal. Fundadora do Partido dos Trabalhadores, sua última aparição foi em 31 de março, aniversário dos 40 anos do golpe militar.
Segundo o dramaturgo Arthur Di Pietro, amigo de Lélia Abramo, nesse dia ela se queixou de dor nas pernas em decorrência de uma queda sofrida em casa. Dois dias depois, sofreu a embolia e foi internada pela família.
Lenise Pinheiro/FI |
A atriz e escritora Lélia Abramo; veja mais fotos |
Entre 1938 e 1950, morou na Itália e sofreu as agruras da época da Segunda Guerra Mundial, quando testemunhou dramas coletivos (bombardeios, comida racionada, suspensão da liberdade de ir-e-vir).
Atuou em peças de cunho dramático e trágico, de Aristófanes ("Lisístrata") e Shakespeare ("Ricardo 3º") a Lorca ("Yerma") e Brecht ("Mãe Coragem"), passando por Beckett ("Esperando Godot") e Ionesco ("Os Rinocerontes").
Também participou de 27 novelas (Excelsior, Tupi, Record, Globo e Manchete) e 14 filmes. Fez mais de 40 teleteatros.
Em 1978, Lélia presidiu o sindicato dos artistas em São Paulo e saiu em defesa dos direitos trabalhistas da classe, enfrentando a própria emissora na qual trabalhava, a TV Globo.
Lélia foi uma das fundadoras do PT, ao assinar a ata de reunião que deu origem ao partido, em 1980, com intelectuais como Mário Pedrosa, Sérgio Buarque de Holanda, Apolônio de Carvalho, Paulo Freire e Antonio Candido. A atriz tinha seis irmãos, entre eles o jornalista Cláudio Abramo (1923-87) e o artista plástico Lívio Abramo (1903-1992).
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