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15/05/2004 - 07h16

Carlos Careqa se diz "filho de ninguém" na MPB

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PEDRO ALEXANDRE SANCHES
da Folha de S.Paulo

A paternidade --do homem, do cantor e compositor (im)popular, da música brasileira, do país-- é o tema central do novo álbum do paranaense Carlos Careqa, 42, que o mostra a São Paulo em show hoje, no Itaú Cultural.

O disco se chama "Não Sou Filho de Ninguém", provocação remetida em primeira instância à MPB que o mantém como filho não reconhecido, "maldito".

"O disco surgiu há um ano, quando pedi que meu parceiro Adriano Sátiro escrevesse uma letra sobre esse assunto de ter de ser filho de alguém para fazer sucesso no Brasil", explica. "Parece-me que os caras só pensam que fazer música está relacionado com os fatores fama e mídia. Ninguém quer buscar outros caminhos."

Dadas as muitas dúvidas de origem, a letra da faixa-título brinca de especular: seria o homem que canta filho de Gilberto Gil, de Chitãozinho e Xororó, de Chico Buarque, de Lacraia?

A condição de imigrante em São Paulo conduz à letra de "Eh! São Paulo", que subverte frases de Adoniran Barbosa, Paulo Vanzolini, Caetano Veloso, Tom Zé etc. "É uma anti-homenagem. Seria muito chover no molhado cantar somente as belezas da cidade."

"Quando a gente chega a São Paulo tudo é tão fascinante. Mas foi uma decepção tão grande ver a Ipiranga com a São João: 'Então é isso?'", lembra, ladeando a filiação tropicalista via "Sampa" (78).

Mesmo tropicalista, acolhe no disco gêneros alijados por aquela vertente, hoje hegemônica, como samba, cantiga junina, poesia de Itamar Assumpção (em "Pai Postiço", de novo o tema paternidade, em dueto com Jards Macalé), as vozes de André Abujamra, Zeca Baleiro e Chico César, romantismo desbragado em letra ("Meu Querido Santo Antônio") e música ("Língua de Babel").

Desvia-se de filiações musicais como se fugisse na rua dos pingos de uma chuva brava: "Não sou filho da vanguarda paulistana, apesar de ter bebido muito nessa fonte. O rock'n'roll não me reconheceu como filho, muito menos o pop". Mas se acompanha de sua mãe e seu pai nas fotos, como a restaurar paternidades perdidas. "Não Sou Filho de Ninguém" é fruto de três anos de terapia, confessa o filho de todo mundo.

NÃO SOU FILHO DE NINGUÉM
Onde: av. Paulista, 149, tel. 0/xx/11/3268-1776/1777
Quando: show hoje, às 19h30
Quanto: entrada gratuita (show) e R$ 30, em média (disco)
 

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