Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
06/09/2008 - 10h01

Lutador, Mickey Rourke "ressuscita" em Veneza

Publicidade

IVAN FINOTTI
enviado especial da Folha de S.Paulo a Veneza

Dois anos depois de uma contundente vaia por "Fonte da Vida", Darren Aronofsky volta a Veneza com "The Wrestler" (o lutador). E se sai muito bem no ringue. Além de reabilitar Aronofsky, "The Wrestler" consegue pelo menos mais uma façanha improvável: fazer com que Mickey Rourke pareça simpático outra vez.

Rourke, que faz um lutador de luta-livre em fim de carreira, recebeu as palmas mais fortes do festival. Os jornalistas chegaram a levantar quando ele entrou na sala da entrevista coletiva ontem. Interpretando o grosseirão na vida real, Rourke arrancou risadas com seu estilo politicamente incorreto.

"Faça essa pergunta de forma mais simples!" ou "O que você quer saber exatamente?" foram algumas das respostas para quando os jornalistas perguntavam sobre possíveis metáforas entre o filme e o mundo de Hollywood, por exemplo.

No final, ele cedeu: "Esse personagem vive em profunda solidão, num permanente estado de vergonha. Não, não tive dificuldades com isso... Não quis fazer um papel que necessariamente me lembrasse de mim mesmo.

É muito doloroso quando você não consegue mais fazer algo que conseguia e quem percebe isso não é você, mas outra pessoa que vem te dizer. Sim, posso fazer um paralelo entre esse filme e minha carreira, que joguei fora há 15 anos. E só posso culpar a mim mesmo".

Emocionante

Mickey Rourke nas graças do público novamente? Bem, ele não está tão simpático como nos anos 80, quando estrelou filmes como "Nove e Meia Semanas de Amor", "O Selvagem da Motocicleta" ou "Coração Satânico".

Mas está mais longe ainda dos 90, quando resolveu ser boxeador (como já havia sido na adolescência) em detrimento do trabalho de ator. Com o rosto desfigurado pelas lutas (na vida real) e operações plásticas, Rourke até consegue transmitir emoções em "The Wrestler". Seu personagem é Randy Robinson, astro da luta-livre que tem um ataque cardíaco após uma batalha que mais parece uma carnificina.

Impossibilitado de continuar lutando, arruma emprego em um supermercado e tenta se aproximar de sua filha (Evan Rachel Wood) e de sua prostituta preferida (Marisa Tomei). O problema é que o bombado Randy age num relacionamento como um touro na loja de cristais.

"Eu não era realmente um fã de luta-livre, não tinha muito respeito pela coisa, porque é entretenimento. Até que Darren [Aronofsky] me arrumou um professor e aprendi a respeitar. É como entre atores ou políticos. Há muita gente boa desconhecida."

Quanto a Darren Aronofsky, que se afundou numa "egotrip" visual há dois anos, parece ter definitivamente mudado de direção. "Vejo "Pi", "Requiem por um Sonho" e "Fonte da Vida" como uma trilogia. Agora estamos em outra. Madonna nos ensinou a nos reinventarmos, não é mesmo?"

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página