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07/06/2004
-
08h10
LUIZ FERNANDO VIANNA
da Folha de S.Paulo, no Rio
Marcus Vinicius Faustini ficou conhecido como um diretor de peças clássicas brasileiras, em especial políticas, como "Eles Não Usam Black-Tie", de Gianfrancesco Guarnieri. Mas com o seminário "Das Utopias ao Mercado", que começa hoje no Rio, ele diz não querer fazer qualquer visita nostálgica ao passado. A palavra-chave é "provocação".
"A liberdade, que era o grande ícone de 1968, hoje é o paradigma do mercado. Livre é quem tem cartão de crédito, celular etc. Os valores do mercado são defendidos pelos atores sociais de 1968, como [o ministro da Casa Civil] José Dirceu. E mesmo a vanguarda virou produto. Queremos explorar todas essas contradições", diz Faustini, 32.
O evento acontecerá nas segundas de junho, no Espaço Cultural Sérgio Porto. Hoje, o tema é "Arte: da Vanguarda ao Produto", com a participação do cineasta Silvio Tendler, do músico Marcelo Yuka e do artista Carlos Zílio.
A noite mais esperada é a do dia 21: o cineasta Walter Salles, o ator e dramaturgo Gianfrancesco Guarnieri, o historiador e ex-guerrilheiro Daniel Aarão Reis e o escritor e ex-guerrilheiro Carlos Eugênio Paz falarão de "Che Guevara, do Herói ao Mito Pop".
"Será interessante porque eles têm visões bem diferentes de Che", acredita Faustini, que há anos pesquisa a vida do líder guerrilheiro, sobre quem montará um espetáculo no final deste ano, com sua companhia, a CTI - Arte, Política e Outras Poéticas Enfermas.
Antes, em 9 de julho, ele estreará, também com seu grupo, uma "versão crítica" de "Hoje É Dia de Rock", a peça de José Vicente que marcou época no início dos anos 1970, levando ao palco muitos dos ideais de 1968.
"Brinco com meu grupo que estamos fazendo neste ano uma Intifada [levante palestino contra a ocupação israelense] contra os dois grandes males da cultura: o espectro de 1968 e o entretenimento. Em geral, os representantes de ambos são muito pouco autocríticos", afirma Faustini.
Entre os outros participantes de "Das Utopias ao Mercado" estão o encenador Amir Haddad, a psicanalista Maria Rita Kehl e a cineasta Lúcia Murad.
Também haverá leituras de peças no evento. Hoje será lida "Temporada Popular", de Sergio Fonta. Nas semanas seguintes, "Um Grito Parado no Ar", de Guarnieri; "Rasga Coração", de Oduvaldo Vianna Filho; e "Roda Viva", de Chico Buarque.
DAS UTOPIAS AO MERCADO. Quando: segundas de junho, às 20h. Onde: Espaço Cultural Sérgio Porto (r. Humaitá, 163, Rio, tel. 0/xx/21/2266-0896). Quanto: entrada franca.
Série debate comercialização da vanguarda
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da Folha de S.Paulo, no Rio
Marcus Vinicius Faustini ficou conhecido como um diretor de peças clássicas brasileiras, em especial políticas, como "Eles Não Usam Black-Tie", de Gianfrancesco Guarnieri. Mas com o seminário "Das Utopias ao Mercado", que começa hoje no Rio, ele diz não querer fazer qualquer visita nostálgica ao passado. A palavra-chave é "provocação".
"A liberdade, que era o grande ícone de 1968, hoje é o paradigma do mercado. Livre é quem tem cartão de crédito, celular etc. Os valores do mercado são defendidos pelos atores sociais de 1968, como [o ministro da Casa Civil] José Dirceu. E mesmo a vanguarda virou produto. Queremos explorar todas essas contradições", diz Faustini, 32.
O evento acontecerá nas segundas de junho, no Espaço Cultural Sérgio Porto. Hoje, o tema é "Arte: da Vanguarda ao Produto", com a participação do cineasta Silvio Tendler, do músico Marcelo Yuka e do artista Carlos Zílio.
A noite mais esperada é a do dia 21: o cineasta Walter Salles, o ator e dramaturgo Gianfrancesco Guarnieri, o historiador e ex-guerrilheiro Daniel Aarão Reis e o escritor e ex-guerrilheiro Carlos Eugênio Paz falarão de "Che Guevara, do Herói ao Mito Pop".
"Será interessante porque eles têm visões bem diferentes de Che", acredita Faustini, que há anos pesquisa a vida do líder guerrilheiro, sobre quem montará um espetáculo no final deste ano, com sua companhia, a CTI - Arte, Política e Outras Poéticas Enfermas.
Antes, em 9 de julho, ele estreará, também com seu grupo, uma "versão crítica" de "Hoje É Dia de Rock", a peça de José Vicente que marcou época no início dos anos 1970, levando ao palco muitos dos ideais de 1968.
"Brinco com meu grupo que estamos fazendo neste ano uma Intifada [levante palestino contra a ocupação israelense] contra os dois grandes males da cultura: o espectro de 1968 e o entretenimento. Em geral, os representantes de ambos são muito pouco autocríticos", afirma Faustini.
Entre os outros participantes de "Das Utopias ao Mercado" estão o encenador Amir Haddad, a psicanalista Maria Rita Kehl e a cineasta Lúcia Murad.
Também haverá leituras de peças no evento. Hoje será lida "Temporada Popular", de Sergio Fonta. Nas semanas seguintes, "Um Grito Parado no Ar", de Guarnieri; "Rasga Coração", de Oduvaldo Vianna Filho; e "Roda Viva", de Chico Buarque.
DAS UTOPIAS AO MERCADO. Quando: segundas de junho, às 20h. Onde: Espaço Cultural Sérgio Porto (r. Humaitá, 163, Rio, tel. 0/xx/21/2266-0896). Quanto: entrada franca.
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