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26/09/2000
-
14h23
da Folha de S.Paulo
Considerado o melhor violonista do mundo, a morte de Baden Powell foi considerada por cantores, compositores e produtores musicais como uma "perda irreparável" para o cenário da música brasileira.
Leia a seguir trechos dos depoimentos:
Paulinho da Viola - cantor
"Não é algo que se possa traduzir em palavras. Ele tinha uma formação muito especial, era um dos grandes músicos da escola brasielria de violão. A perda de um músico como ele é difícil de ser reparada, porque não surgem pessoas como ele do dia para a noite. Ele não ficava copiando nem remoendo temas, era original, raro. Lamento que ele tenha ficado tanto tempo longe de nós quando foi para a Alemanha. Temos de recuperar o tempo que foi perdido. Baden Powell precisa ser redescoberto pelas novas gerações, para que todos possam beber nessa fonte".
Augusto Boal - diretor de teatro
"Na década de 60, o Baden fez vários shows no teatro Opinião, no Rio de Janeiro, dirigido pelo Ruy Guerra. Na época discutíamos bastante o que era mais importante em shows assim, se a letra ou a música, se o significado ou a melodia. No caso do Baden, nossa conclusão foi que a sua música era a palavra".
Carlos Lyra - compositor
"O Baden foi um grande amigo desde o início da minha carreira. Em 59, quando gravei meu primeiro disco, ele participou em duas faixas, inclusive na canção "Rapaz de Bem", do Johny Alf. Um importante elo que tivemos foi nosso parceiro em comum, Vinícius de Moraes, que chamava a mim, Baden e Tom de "minha santíssima trindade". Junto com o Vínicius, ele fez a segunda geração da Bossa Nova. Nos últimos anos fizemos muitos shows juntos em homenagem ao poetinha"
Billy Blanco - compositor
"Ele estava bem na semana passada, eu tinha esperanças de que a internação fosse uma coisa corriqueira. A lacuna que ele deixa não será preenchida no Brasil nem no mundo, porque Baden é insubstituível como violonista e compositor. Ele era um violonista perfeito."
Wilson Simoninha - cantor
"É mais um personagem da música brasileira que cumpre seu ciclo natural. Torço para que as pessoas se lembrem de sua obra e de sua importância, afinal, ele é considerado um gênio nos EUA e na Europa. Agradeço imensamente o privilégio que tive por ter trabalhado com ele e produzido seu último disco."
Hermínio Bello de Carvalho - compositor e produtor
"O Brasil perde não só seu maior violonista, mas uma escola de violão. O violão de Baden tinha um registro tão brasileiro quanto o de Dilermando Reis. E ele foi o responsável por tornar o violão brasileiro conhecido no mundo todo, além de ser um compositor inspiradíssimo, parceiro de grandes músicos. Fui apenas um parceiro eventual e lamento os projetos que deixamos sem realizar."
Walter Franco - cantor e compositor
"Aprendi a ouvir Baden desde garoto. A sua trajetória na música brasileira, desde a maneira de tocar o instrumento, o som que ele sempre tirou do instrumento, tendo o grande exemplo dos afro-sambas e a formação clássica mostram um instrumentista que levou às últimas consequências seu talento. Acredito que seja isso que permanece: uma maneira única, inimitável que o Baden sempre teve de executar".
Guinga - compositor
"Baden junto com Garoto, construiu a melhor página do violão popular brasileiro. Com a morte do Baden se encerra um ciclo, justamente no fim do século, por uma coincidência estranha. Esta página está escrita e, agora, quem puder e quiser, que tente iniciar outra. A que eles fizeram foi uma maravilha. Todo violonista brasileiro pós-Garoto reverencia esses dois gênios, que são alicerces da música brasileira".
Gilvan de Oliveira - músico
"Baden é um divisor de águas no violão brasileiro e mundial. Além de criar o afro-samba - que misturou o samba tradicional à capoeira, à música barroca de Bach e ao chorinho, criando um estilo único. Além disso, a grande importância dele é ser um compositor de canções, coisa incomum em instrumentistas. Chorei muito quando soube da notícia, porque eu o considerava meu pai musical".
Mônica Salmaso - cantora
"A única coisa que consigo pensar é: que droga de notícia. Provavelmente vai haver uma série de homenagens, que deveriam ter acontecido enquanto ele estava vivo. Isso, infelizmente, é uma coisa comum no Brasil. Ele merece todas as homenagens, mas eu preferia que pudesse vê-las. Já tinha agendado com o Belinatti um show dos afro-sambas para a quinta-feira. Agora vai ser muito mais emocionado".
Paulo Bellinati - violonista
"Baden tem dupla importância na música brasileira, como instrumentista e como compositor. Como compositor, foi responsável por parte fundamental do repertório da música brasileira. Eu o colocaria junto com Tom e Caymmi, entre os autores de obras que ficam eternamente. Sua outra importância é como solista. Ele é referência no mundo inteiro para o violão brasileiro. Todos os músicos que se interessem pelo violão brasileiro têm que passar por Baden. O contrário seria como um pianista não tocar Chopin".
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Paulinho da Viola - cantor
"Não é algo que se possa traduzir em palavras. Ele tinha uma formação muito especial, era um dos grandes músicos da escola brasielria de violão. A perda de um músico como ele é difícil de ser reparada, porque não surgem pessoas como ele do dia para a noite. Ele não ficava copiando nem remoendo temas, era original, raro. Lamento que ele tenha ficado tanto tempo longe de nós quando foi para a Alemanha. Temos de recuperar o tempo que foi perdido. Baden Powell precisa ser redescoberto pelas novas gerações, para que todos possam beber nessa fonte".
Augusto Boal - diretor de teatro
"Na década de 60, o Baden fez vários shows no teatro Opinião, no Rio de Janeiro, dirigido pelo Ruy Guerra. Na época discutíamos bastante o que era mais importante em shows assim, se a letra ou a música, se o significado ou a melodia. No caso do Baden, nossa conclusão foi que a sua música era a palavra".
Carlos Lyra - compositor
"O Baden foi um grande amigo desde o início da minha carreira. Em 59, quando gravei meu primeiro disco, ele participou em duas faixas, inclusive na canção "Rapaz de Bem", do Johny Alf. Um importante elo que tivemos foi nosso parceiro em comum, Vinícius de Moraes, que chamava a mim, Baden e Tom de "minha santíssima trindade". Junto com o Vínicius, ele fez a segunda geração da Bossa Nova. Nos últimos anos fizemos muitos shows juntos em homenagem ao poetinha"
Billy Blanco - compositor
"Ele estava bem na semana passada, eu tinha esperanças de que a internação fosse uma coisa corriqueira. A lacuna que ele deixa não será preenchida no Brasil nem no mundo, porque Baden é insubstituível como violonista e compositor. Ele era um violonista perfeito."
Wilson Simoninha - cantor
"É mais um personagem da música brasileira que cumpre seu ciclo natural. Torço para que as pessoas se lembrem de sua obra e de sua importância, afinal, ele é considerado um gênio nos EUA e na Europa. Agradeço imensamente o privilégio que tive por ter trabalhado com ele e produzido seu último disco."
Hermínio Bello de Carvalho - compositor e produtor
"O Brasil perde não só seu maior violonista, mas uma escola de violão. O violão de Baden tinha um registro tão brasileiro quanto o de Dilermando Reis. E ele foi o responsável por tornar o violão brasileiro conhecido no mundo todo, além de ser um compositor inspiradíssimo, parceiro de grandes músicos. Fui apenas um parceiro eventual e lamento os projetos que deixamos sem realizar."
Walter Franco - cantor e compositor
"Aprendi a ouvir Baden desde garoto. A sua trajetória na música brasileira, desde a maneira de tocar o instrumento, o som que ele sempre tirou do instrumento, tendo o grande exemplo dos afro-sambas e a formação clássica mostram um instrumentista que levou às últimas consequências seu talento. Acredito que seja isso que permanece: uma maneira única, inimitável que o Baden sempre teve de executar".
Guinga - compositor
"Baden junto com Garoto, construiu a melhor página do violão popular brasileiro. Com a morte do Baden se encerra um ciclo, justamente no fim do século, por uma coincidência estranha. Esta página está escrita e, agora, quem puder e quiser, que tente iniciar outra. A que eles fizeram foi uma maravilha. Todo violonista brasileiro pós-Garoto reverencia esses dois gênios, que são alicerces da música brasileira".
Gilvan de Oliveira - músico
"Baden é um divisor de águas no violão brasileiro e mundial. Além de criar o afro-samba - que misturou o samba tradicional à capoeira, à música barroca de Bach e ao chorinho, criando um estilo único. Além disso, a grande importância dele é ser um compositor de canções, coisa incomum em instrumentistas. Chorei muito quando soube da notícia, porque eu o considerava meu pai musical".
Mônica Salmaso - cantora
"A única coisa que consigo pensar é: que droga de notícia. Provavelmente vai haver uma série de homenagens, que deveriam ter acontecido enquanto ele estava vivo. Isso, infelizmente, é uma coisa comum no Brasil. Ele merece todas as homenagens, mas eu preferia que pudesse vê-las. Já tinha agendado com o Belinatti um show dos afro-sambas para a quinta-feira. Agora vai ser muito mais emocionado".
Paulo Bellinati - violonista
"Baden tem dupla importância na música brasileira, como instrumentista e como compositor. Como compositor, foi responsável por parte fundamental do repertório da música brasileira. Eu o colocaria junto com Tom e Caymmi, entre os autores de obras que ficam eternamente. Sua outra importância é como solista. Ele é referência no mundo inteiro para o violão brasileiro. Todos os músicos que se interessem pelo violão brasileiro têm que passar por Baden. O contrário seria como um pianista não tocar Chopin".
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