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27/09/2004 - 09h29

Bob Dylan diz que odiava hippies e não quis ser ícone dos anos 60

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da France Presse, em Nova York

O cantor e compositor Bob Dylan publica em outubro sua esperada autobiografia, na qual garante nunca ter desejado ser símbolo da geração rebelde dos anos 60. O ícone mundial admite ainda que vivia escondido em casa, apostando sua proteção em uma escopeta, por medo de hippies fanáticos. Sonhava ter uma vida normal e poder levar os filhos à escola.

Dylan odiava os hippies: "Queria colocar fogo nestes tipos", afirma, lembrando como fãs subiram no teto de sua casa em Woodstock para tentar entrar.

"O mundo era absurdo... eu tinha poucas coisas em comum com uma geração que não conhecia e da qual se supunha que era um dos porta-vozes", escreve Dylan, segundo trechos do livro publicados na revista "Newsweek".

"Sonhava com uma vida normal, trabalhar de 9h às 17h, ter uma casa com árvores, uma cerca de madeira pintada de branco e rosas no jardim", conta o cantor, cujo verdadeiro nome é Robert Allen Zimmerman.

Dylan está na capa da "Newsweek": aos 63 anos aparece em um quarto de hotel, com seu eterno chapéu de vaqueiro e um bigode fino.

"Seu famoso acidente de moto em 1966 está resumido em uma só frase e nada tem a ver com seu divórcio em 1977 nem com a criação de obras-primas como 'Blood on the Tracks' [1975], 'Slow Train Coming' [1979] ou 'Infidels' [1983]", adianta a revista.

O cantor conta os primeiros anos de sua carreira em "Crônicas: Volume Um", de 304 páginas, que sairá no dia 12 de outubro nos Estados Unidos, com uma tiragem inicial de 250 mil exemplares.

Dylan tinha 20 anos quando gravou seu primeiro disco, basicamente uma miscelânea de versões de sucessos do blues e do folk. A fama chegou depois, com "The Freewheelin' Bob Dylan" (1963), que foi aplaudido pelos fãs do folk.

Mas Dylan afirma que ele se sentia como um manequim em uma vitrine, enquanto do lado de fora passavam os anos 60. "Me sentia como um pedaço de carne atirado aos cães", lembra, culpando a imprensa por colocá-lo no papel de "porta-voz e até da consciência de uma geração".

A paz interior foi chegando lentamente nos anos 70 e 80. "Encontrei as coisas que preferia: os aniversários, acompanhar meus filhos à escola, as férias no acampamento, no barco, a canoa e pescar", conta.

"Escrever minha biografia foi uma experiência emocionante em alguns momentos", explica no jornal britânico "Telegraph" deste domingo. "Mas para ser honesto, também vivi isso como um processo mais tedioso."

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