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06/02/2005 - 11h53

Repórter Vesgo será porteiro no Gala Gay

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ISABELLE MOREIRA LIMA
da Folha de S.Paulo

As mulheres já sabem que é preciso muito cuidado --ele não só beija de supetão, como lambe. Agora, os gays, lésbicas e simpatizantes que se cuidem: Rodrigo Scarpa, 23, o Repórter Vesgo do "Pânico na TV" (Rede TV!) estará na porta do Gala Gay, o mais tradicional baile de Carnaval do público GLS brasileiro, que acontece na noite de terça-feira, no Rio de Janeiro. A partir das 23h30, Vesgo e seu fiel escudeiro Silvio (Santos, interpretado por Wellington Muniz, o Ceará) recepcionarão os foliões com a apresentadora oficial do evento, Monique Evans.

Em entrevista à Folha, Scarpa fala da cobertura do baile e de sua experiência como o Repórter Vesgo, diz que o limite é o "bom senso" e revela que nunca calçou as sandálias da humildade.


Folha - Vocês terão cuidado com as brincadeiras no Gala Gay para não parecerem preconceituosos?
Rodrigo Scarpa
- Não, é uma brincadeira. A gente brinca com todos os tipos de classe, de pessoas. Desde os gays até as celebridades. Não tem uma característica de preconceito, não tem nada a ver. Geralmente os gays são bem-humorados, entram no espírito da brincadeira, até mais do que alguns artistas, que são arrogantes. Eu acho que vai ser muito bacana, acho que eles gostam da gente também. Eu tenho essa impressão porque a gente já foi chamado para a "G Magazine", eu e o Ceará.

Folha - Vocês foram chamados para posar?
Scarpa -
Já chamaram duas vezes. Tem louco para tudo. É, no mínimo, engraçado.

Folha - Qual é o limite da brincadeira com vocês?
Scarpa -
O limite do bom senso. Aliás, é o que a gente sempre usa nas nossas reportagens. A gente está aprendendo também, bastante. No começo, eu achava que podia tudo. Depois, fui me policiando um pouco mais. Hoje, eu acho que estou mais bem-humorado do que crítico. Lógico que o Repórter Vesgo se caracteriza pela crítica. Mas sem agressividade, sem desrespeitar o entrevistado, respeitando o espaço do entrevistado, o bom humor dele.

Folha - Isso não vai de encontro às sandálias da humildade?
Scarpa -
Não necessariamente. A gente dá as sandálias para pessoas arrogantes, que se acham a última bolacha do pacote. O Clodovil, por exemplo, não recebeu não só porque recusava as brincadeiras do "Pânico", mas porque ele se acha o apresentador único, o cara que revolucionou a televisão brasileira. As pessoas são escolhidas por um fato, não porque a gente já zoou com elas.

Folha - Você já se sentiu ridículo alguma vez? Já ficou constrangido?
Scarpa -
Não, acho que não. Vergonha o Rodrigo sempre tem de fazer as coisas. Eu tive muita vergonha do lance da Roberta Miranda. Eu me senti muito constrangido ali. Era uma das minhas primeiras reportagens. Eu fui dar um selinho e ela veio com tudo. Me deixou muito sem graça.

Folha - Ela já sabia que você era o Repórter Vesgo?
Scarpa -
Ela nem sabia, era a segunda matéria que eu fazia. Ninguém me conhecia. Foi a primeira vez que eu saí no jornal, por causa da Roberta Miranda. Estava todo mundo lá, e ninguém entendeu nada. Todo mundo viu o beijo e começou a tirar foto.

Folha - Já ficou com pena de alguém?
Scarpa -
Já fiquei com pena da Mariana Kupfer. Hoje, eu me policio mais. Não quero que o Vesgo seja um vilão. Quero que seja um entrevistador brincalhão. Crítica, a gente sempre vai fazer. A gente já tá pensando em coisas de notícia, coisas de vilões que apareceram, tipo Sérgio Naya, várias pessoas. Criminosos que não foram punidos, a gente está pensando em fazer alguma coisa com isso. O Vesgo se ampliou bastante, não está limitado só a celebridades hoje.

Folha - Você teve alguma inspiração para criar o Vesgo?
Scarpa -
O Vesgo surgiu do nada. Foi surgindo porque ninguém queria ir ao "Pânico" no começo, ninguém sabia como era o programa. Tinha a briga Faustão e Gugu, esses rolos de gravação, e, como o artista não podia ir, a gente foi até o artista. Comecei a ir às festas e a gente começou a brincar, a zoar, e acabou surgindo.

Folha - Qual é o número e a marca das sandálias da humildade?
Scarpa -
Nem marca têm. As sandálias da humildade são sandálias simples, que a gente pegou no meio de um saco de fantasias. Segundo informações, elas eram da [escola de samba paulistana] Rosas de Ouro, de uma fantasia. Eu nem sei o número.

Folha - Você nunca calçou?
Scarpa -
Eu nunca calcei, mas no dia em que alguém pedir, eu calço. Acho que cabe em mim.

Folha - Eu queria que você fizesse um ranking das cinco pessoas que mais merecem as sandálias.
Scarpa -
Cinco? É difícil...

Folha - Então faça o ranking de quem já recebeu oferta. Três lugares em escala de humildade.
Scarpa -
O Clodovil precisa calçar urgentemente. Tem o Maradona, agora que a gente tá atrás dele. E, em terceiro lugar, a Luiza Tomé, que ainda não calçou. É difícil julgar as pessoas sem que elas tenham feito nada.
Especial
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