Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
13/03/2005 - 09h10

Camila Morgado volta como vilã em "América"

Publicidade

ISABELLE MOREIRA LIMA
da Folha de S. Paulo

A vilania, em fase de transição, está de volta amanhã às 21h. E loira. Depois de Laura Prudente da Costa, a cachorra malvada de "Celebridades" (Globo, 2003), que conseguiu destruir sonhos de uma mocinha sem sal, e de Nazaré Tedesco, a prostituta por vocação de "Senhora do Destino", é chegada a vez de May, uma americana com cara de boazinha e, novamente, madeixas douradas, sapatear em cima da dignidade da protagonista da nova novela das oito da Globo, "América".

A atriz Camila Morgado, 29, que estreou na TV em 2003 como heroína da minissérie "A Casa das Sete Mulheres", viverá a personagem com maldade disfarçada por semblante e jeito angelical. Além de trazer a cabeleira loira, uma nova característica que se transformou em tendência na mesquinhez novelística, May deve marcar por ser a primeira vilã formal dentro da fórmula usada por Gloria Perez.

A autora, conhecida principalmente por juntar vários temas complexos e desconexos, já criou personagens antagônicos como Maísa (Daniela Escobar) e Said (Dalton Vigh) de "O Clone", que poderiam até cometer algumas maldades, mas, no fundo, eram apenas almas sofredoras.

Desta vez, a expectativa é que a trama se desenrole de outro modo. Morgado diz que não tem certeza da proporção que a vilã tomará na história, mas que "baterá de frente" com a protagonista Sol (Deborah Secco), uma imigrante ilegal nos Estados Unidos. "Ela é uma americana bem rígida nos costumes, tem horror ao imigrante. Acha o imigrante um invasor porque não se adapta", explica.

Para completar a rivalidade entre a brasileira e a americana, o namorado de May, Ed (Caco Ciocler), se apaixonará por Sol. "Mas o que me parece é que ela não fica má por causa da protagonista, já é má de verdade", diz Morgado.

Apesar da semelhança na cabeleira, em questão de vilania há algumas diferenças básicas entre May e as antecessoras Laura e Naza. Uma delas é o ritmo: a americana não mostrará toda sua mesquinhez logo no começo da novela. "Ela vai demorar para aparecer mais. No capítulo 18, ela vai emprestar o carro para Tony [personagem de Floriano Peixoto] e vai avisar à polícia que o carro foi roubado só porque se irrita com ele", diz.

Para montar a personagem, o diretor, Jayme Monjardim, que já havia trabalhado com Morgado em "Olga", orientou a atriz a seguir o "caminho Bette Davis". Monjardim afirma que o cabelo loiro não foi uma coisa pensada ou fundamental para a personagem e diz que queria fazer "uma vilã muito forte, com presença de olhar". Apesar da pronunciada inspiração na diva do cinema americano, o diretor não vê relação entre as vilãs loiras da TV e as clássicas de Hollywood. "Não teorizei tanto assim. Quando estudei com a Camila, disse 'vamos tentar buscar um caminho para a tua inspiração em cima da Bette Davis'. Não houve uma coisa mais profunda do que isso."

Efeito Naza

Estreante em questão de maldade na TV e também em novelas, Camila Morgado está animada com o papel porque "está mais na moda". "Todo mundo tem vontade de falar o que as vilãs falam. Eu espero que May seja assim", diz a atriz que tem Maria de Fátima, personagem de Glória Pires em "Vale Tudo" (1988), como sua favorita.

Apesar do sucesso de Renata Sorrah como Nazaré, Morgado diz que a insegurança que sente não está relacionada ao grau de maldade da personagem. "Eu não fico insegura com a vilã anterior, mas sempre fico insegura sobre fazer um trabalho novo. Eu tenho nervoso de entrar em um trabalho que eu nunca fiz, em novela. A gente não sabe muito o que vai acontecer. É um trabalho no escuro", afirma.

Antes de atuar em "A Casa das Sete Mulheres", a atriz fez teatro por dez anos. Trabalhou com diretores como Gerald Thomas e Antunes Filho. Depois de fazer três trabalhos de época no cinema e na TV (também esteve em "Um Só Coração", no ano passado, no papel de Cacilda Becker), participa da primeira história atual, com texto considerado "popular".

"Não tenho [receio de ficar marcada]. A TV pode ser cruel, pode estigmatizar com o personagem, mas eu acho ótimo entrar na novela da Gloria, que escreve dessa forma, muito popular, muito maior. Não fico presa a um estigma. Acho que pode até acontecer o contrário", diz.

Parceiros pela segunda vez, Morgado e Monjardim discordam em um ponto crucial: o sotaque. May, apesar de americana, falará português puro e claro como todos os outros estrangeiros. "Eu me nego aos sotaques. Não dá certo para mim. Não soa bem, não acho legal, confunde o público", diz Monjardim. Morgado, disfarça, mas acaba lamentando: "Particularmente, tanto faz. Mas até preferiria o sotaque porque teria mais trabalho. Não que a personagem já não seja trabalhosa".
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página