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08/02/2009 - 08h20

Herdeiros se unem para gerir imagem de Carmen Miranda

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LUIZ FERNANDO VIANNA
da Folha de S.Paulo

A morte da mãe, a cantora Aurora Miranda, em dezembro de 2005, levou a psicanalista Maria Paula Richaid a uma, segundo diz, "tomada de consciência" da importância da imagem de sua tia Carmen.

Em maio do ano passado, ela e os outros três herdeiros oficializaram a criação da Carmen Miranda Administração e Licenciamento, trazendo para as mãos da família o que estava com um escritório especializado havia dez anos. "Vão vir muitas mudanças", avisa Maria Paula, 59, diretora da empresa.

04.fev.2009/Rafael Andrade/Folha Imagem
Carmem Guimaraes (loura) e Maria Paula, ambas sobrinhas de Carmen Miranda, posam no museu dedicado à artista no Rio
Carmem Guimarães (loura) e Maria Paula, ambas sobrinhas de Carmen Miranda, posam no museu dedicado à artista no Rio

De acordo com seu relato, já estão vindo, ainda que ela prefira não dar nomes de projetos. Um deles foi vetado às vésperas de acontecer, pois os responsáveis não tinham consultado a família. Outros foram realizados sem autorização e estão sendo notificados.

"Queremos que as coisas comecem do começo, que falem com a gente", diz Carminha Miranda, 72, que representa na sociedade sua mãe, Cecília, 95, única irmã viva de Carmen.

As primas não negam que um dos objetivos da nova empresa é aumentar a receita dos herdeiros --além delas, há Gabriel, irmão de Maria Paula, e Suely, filha adotiva de Mário, outro irmão de Carmen. Mas garantem que terão bom senso. Maria Paula diz que se por um lado acabou de fechar um bom contrato de uso da imagem de Carmen em publicidade, por outro está encantada com um projeto cujo autor tem poucos recursos. "Não temos intenção de complicar nada, queremos estimular os projetos. Mas é preciso ter uma ordem, regras", afirma ela, que pensa em ouvir especialistas para avaliar, por exemplo, roteiros de filmes.

Pendenga judicial

Roteiros envolvendo Carmen, por enquanto, só de ficção. Os direitos audiovisuais sobre a vida da cantora foram comprados por Paula Lavigne em 1998, e uma pendenga judicial se arrasta desde então.

A produtora pagou US$ 20 mil de sinal, mas a Copyrights Consultoria, que representava os herdeiros, entrou na Justiça para rescindir o contrato. Paula depositou os US$ 180 mil restantes em juízo, ganhou os recursos e a causa.

Segundo a advogada Silvia Gandelman, da Copyrights, desde 2006 Paula está livre para iniciar a produção. Só que, agora, a dona da Natasha Filmes quer duas coisas. A primeira é o ressarcimento do que gastou no processo. "R$ 400 mil. É isso o que eu quero de volta, e eu vou ter", afirma.

A segunda é que o contrato seja refeito, para lhe dar mais "segurança". "Vou fazer o filme assim que a família me der garantias de que eu posso começar uma produção tão grande e que não vou ter problemas", diz ela, que planeja um longa e uma minissérie.

Maria Paula e Carminha mostram interesse em ver uma solução negociada para o caso, mas preferem não fazer muitos comentários. Até 2025, quando se completarão 70 anos da morte de Carmen e os direitos cairão em domínio público, os herdeiros não poderão ganhar royalties sobre o que se refere à cantora.

 

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