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11/04/2005 - 10h09

Núcleo negro da novela "A Lua Me Disse" vai discutir preconceito

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DANIELA ORTEGA
do Agora

Quando a próxima trama das sete entrar no ar na próxima segunda-feira (18), Miguel Falabella colocará em evidência uma família de negros que promete dar o que falar. Entre uma mãe superprotetora e uma filha bem-sucedida, duas irmãs deverão chamar a atenção: Anastácia e Jurema. Ao contrário dos familiares, as garotas não vão aceitar a sua cor. Em cena, dirão que não são negras, mas morenas, e chegarão a dormir com pregador no nariz. "É uma novela, por vezes, politicamente incorreta, mas é bom mexer com as pessoas", admitiu Miguel Falabella, autor de "A Lua me Disse", na apresentação da trama semana passada.

Apesar de saber que está mexendo com um assunto delicado, o autor diz não temer os protestos: "Pessoas inteligentes vão ver que estamos discutindo um problema. E, se me disserem que ele não existe, eu digo que é mentira." Para Falabella, os espectadores entenderão a crítica social. "As personagens das atrizes Mary Sheila e Zezé Barbosa vão tocar em uma ferida ao falar de um problema de auto-estima da raça negra, que sempre foi sacaneada, massacrada, iludida." Entidades contra o racismo prometem ficar de olho no debate e afirmam que o resultado dependerá de como o assunto for abordado.

Mas Falabella também quer discutir a questão social. Nesse caso, o destaque ficará por conta da briga entre Jurema (Mary Sheila) e Madô (Deborah Bloch), que começa quando a mãe da negra herda a mansão em que Madô vive. "O que é o Brasil senão uma negra trancada no quarto dos fundos, uma mulher em um apartamento maravilhoso que tem um quarto de empregada minúsculo? Quando Jurema herda a casa, os papéis se invertem. Ela diz: 'O mundo deu uma cambalhota e você ficou por baixo, maninha'."

A casa vai parar nas mãos da família de Dionísia quando a irmã da ricaça morre. Enquanto a matriarca evita o conflito, Jurema e Anastácia vão querer tomar posse do casarão. As irmãs serão as negras inconformadas. Além de alisar os cabelos e dormir com o pregador no nariz, elas vão mudar os nomes --de Jurema e Anastácia para Whitney e Latoya, respectivamente-- e dizer para as pessoas que são morenas. "Elas usam filtro solar 60 e cabelo escorrido. Dessa forma, o Miguel faz uma crítica do preconceito às avessas", afirma Zezé Barbosa, que diz ter muito orgulho de ser negra.

Enquanto isso, os irmãos das garotas, Violeta (Isabel Fillardis) e o caçula Jorginho (Jorge Sá), mostrarão o oposto. "A Violeta é gerente comercial de uma rede de empresas. É alegre e está à procura de um amor. Conquistou seu lugar na sociedade, e, por isso, as irmãs acham que é metida, nojenta", conta Isabel Fillardis. Além deles, há o personagem de Jorge Maya (Meia Noite), que é apaixonado por Anastácia. Ela, por sua vez, só o despreza.

Especial
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