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24/04/2005
-
09h40
MARCELO BARTOLOMEI
Colaboração para a Folha de S. Paulo, no Rio de Janeiro
Ancorada no sucesso de "A Escrava Isaura" --que termina nesta semana com média de 16 pontos no Ibope (cada ponto equivale a 49,5 mil domicílios)--, a Rede Record entra em território inimigo para combater a concorrência com outras novelas como armas de ataque. A partir de maio, começa a transferir sua recém-criada dramaturgia para o Rio de Janeiro, onde comprou uma área com estúdios que já foram utilizados pela Globo.
Os galpões, adquiridos por R$ 8 milhões do humorista Renato Aragão, ficam na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio), área da cidade que se firma pela concentração de audiovisual.
É o maior investimento da emissora --terceiro lugar, atrás do SBT-- neste ano. É a ação mais agressiva em território até então exclusivo da concorrência. Informa Luís Erlanger, diretor da Central Globo de Comunicação: "A Globo não acha correto ficar comentando o que acontece na concorrência. Mas, falando em tese, acha muito positivo qualquer iniciativa consistente de investimento em produção brasileira".
"Queremos competir de igual para igual. Os estúdios da Barra Funda [zona oeste de SP] estão pequenos para o que pretendemos fazer, inclusive criar um segundo horário para novelas", diz Alexandre Raposo, 34, presidente nacional da Record. "No Rio está a maioria dos atores e dos técnicos de televisão", justifica.
No ano passado, a Record fechou seu balanço com um faturamento de R$ 500 milhões, valor que prevê aumentar em R$ 200 milhões neste ano.
A emissora manterá seus quatro estúdios paulistas, os mesmos que serviram de set para "A Escrava Isaura" e que atendem atualmente a "Essas Mulheres", novela que estréia em 2 de maio. No Rio, a Record se espreme num espaço de 6.000 metros quadrados (metade de área construída), onde produz apenas a programação local, representada por três horas diárias.
Os estúdios comprados de Aragão têm 44 mil metros quadrados, dos quais 7.500 metros quadrados são de área construída, com quatro galpões. Durante três anos, foram alugados para a Globo, que lá gravou "Você Decide", "Linha Direta", "Sandy e Júnior", "A Grande Família" e "Sítio do Picapau Amarelo", entre outros; além de "Malhação", "Os Maias" e "Presença de Anita".
Quando terminou o contrato com a Globo, os estúdios foram alugados para diversas produções. Recentemente, abrigaram as gravações de "Mano a Mano" (Rede TV!) e, atualmente, servem de locação para o set do filme "Os Desafinados", de Walter Lima Jr.
Independência
A emissora que, no passado, mostrou um pastor chutando a imagem de uma santa e que nas últimas eleições teve sua programação suspensa pela Justiça Eleitoral --acusada de favorecimento político ao candidato evangélico no Rio de Janeiro-- hoje se diz independente da igreja e da política.
"Na nova novela, pedi à produção que explore mais a sensualidade das mulheres", garante Raposo. "A gente não exibe baixaria", afirma. "A programação cresceu, o que deu a impressão de desvinculamento da igreja. O Edir Macedo é o principal acionista da Record, e a igreja compra todo o horário da madrugada, como faz em outras emissoras", reage.
Natal Furucho, 39, diretor da Record Rio, também sai na defesa do canal. "Se analisarem bem a programação, verão que não tem ingerência da igreja", diz o executivo, que, apesar de manter ligação com a Universal, garante a independência, inclusive política. "A gente prima pela qualidade na TV. Somos apartidários."
Com a ida da dramaturgia para o terreno carioca, a Record Rio vira uma nova seara de investimentos, apostando na regionalização da produção.
Só neste ano, segundo Furucho, serão investidos R$ 7 milhões em tecnologia --em retransmissores, câmeras e antenas.
Desde o ano passado, a filial contratou profissionais e ampliou sua programação com jornalísticos, programas esportivos, documentários e infantis --um deles produzido por Marlene Mattos, que aguarda exibição em rede nacional. A maior audiência da filial é o "Cidade Alerta", apresentado no Rio por Wagner Montes.
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Colaboração para a Folha de S. Paulo, no Rio de Janeiro
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Os galpões, adquiridos por R$ 8 milhões do humorista Renato Aragão, ficam na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio), área da cidade que se firma pela concentração de audiovisual.
É o maior investimento da emissora --terceiro lugar, atrás do SBT-- neste ano. É a ação mais agressiva em território até então exclusivo da concorrência. Informa Luís Erlanger, diretor da Central Globo de Comunicação: "A Globo não acha correto ficar comentando o que acontece na concorrência. Mas, falando em tese, acha muito positivo qualquer iniciativa consistente de investimento em produção brasileira".
"Queremos competir de igual para igual. Os estúdios da Barra Funda [zona oeste de SP] estão pequenos para o que pretendemos fazer, inclusive criar um segundo horário para novelas", diz Alexandre Raposo, 34, presidente nacional da Record. "No Rio está a maioria dos atores e dos técnicos de televisão", justifica.
No ano passado, a Record fechou seu balanço com um faturamento de R$ 500 milhões, valor que prevê aumentar em R$ 200 milhões neste ano.
A emissora manterá seus quatro estúdios paulistas, os mesmos que serviram de set para "A Escrava Isaura" e que atendem atualmente a "Essas Mulheres", novela que estréia em 2 de maio. No Rio, a Record se espreme num espaço de 6.000 metros quadrados (metade de área construída), onde produz apenas a programação local, representada por três horas diárias.
Os estúdios comprados de Aragão têm 44 mil metros quadrados, dos quais 7.500 metros quadrados são de área construída, com quatro galpões. Durante três anos, foram alugados para a Globo, que lá gravou "Você Decide", "Linha Direta", "Sandy e Júnior", "A Grande Família" e "Sítio do Picapau Amarelo", entre outros; além de "Malhação", "Os Maias" e "Presença de Anita".
Quando terminou o contrato com a Globo, os estúdios foram alugados para diversas produções. Recentemente, abrigaram as gravações de "Mano a Mano" (Rede TV!) e, atualmente, servem de locação para o set do filme "Os Desafinados", de Walter Lima Jr.
Independência
A emissora que, no passado, mostrou um pastor chutando a imagem de uma santa e que nas últimas eleições teve sua programação suspensa pela Justiça Eleitoral --acusada de favorecimento político ao candidato evangélico no Rio de Janeiro-- hoje se diz independente da igreja e da política.
"Na nova novela, pedi à produção que explore mais a sensualidade das mulheres", garante Raposo. "A gente não exibe baixaria", afirma. "A programação cresceu, o que deu a impressão de desvinculamento da igreja. O Edir Macedo é o principal acionista da Record, e a igreja compra todo o horário da madrugada, como faz em outras emissoras", reage.
Natal Furucho, 39, diretor da Record Rio, também sai na defesa do canal. "Se analisarem bem a programação, verão que não tem ingerência da igreja", diz o executivo, que, apesar de manter ligação com a Universal, garante a independência, inclusive política. "A gente prima pela qualidade na TV. Somos apartidários."
Com a ida da dramaturgia para o terreno carioca, a Record Rio vira uma nova seara de investimentos, apostando na regionalização da produção.
Só neste ano, segundo Furucho, serão investidos R$ 7 milhões em tecnologia --em retransmissores, câmeras e antenas.
Desde o ano passado, a filial contratou profissionais e ampliou sua programação com jornalísticos, programas esportivos, documentários e infantis --um deles produzido por Marlene Mattos, que aguarda exibição em rede nacional. A maior audiência da filial é o "Cidade Alerta", apresentado no Rio por Wagner Montes.
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