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26/05/2005
-
12h15
CAMILA MARQUES
da Folha Online
Revista mensal de maior circulação no país voltada para o público gay, a "G Magazine" completa oito anos de existência, resistindo ao preconceito do mercado publicitário, das personalidades convidadas a posar sem roupa e da mídia tradicional.
Filiada ao IVC (Instituto Verificador de Circulação), a "G Magazine" chega a vender até 110 mil exemplares por mês. Isso representa quase a metade da tiragem média (240 mil) da "Playboy", publicação de nu feminino com 30 anos de presença no Brasil e mais de 50 anos nos EUA.
Publicada pela Fractal, editora comandada por Ana Fadigas, a revista nem sempre consegue atingir seu pico de tiragem. Há casos em que o número de exemplares cai para 60 mil por mês, caso o "homem da capa" não caia no gosto dos leitores --um risco comum em outras publicações do gênero.
A editora da "G" disse à Folha Online que a revista está passando por uma "recauchutagem" com o objetivo de melhorar o conteúdo jornalístico, como fez a "Playboy" no passado.
A revista passou a publicar textos do escritor João Silvério Trevisan, criou colunas para grupos específicos assinadas por representantes de gays, lésbicas, soropositivos, ursos (gordinhos), transexuais e um casal homossexual, além de apostar em reportagens sobre saúde, estética, comportamento e notícias nacionais e internacionais de interesse do mundo gay.
Mas os nus frontais continuam como o carro-chefe da "G". Ana usa como exemplo aquelas pessoas que costumam justificar a compra da "Playboy" alegando a qualidade das reportagens. "De fato, as matérias são ótimas, e essa alta qualidade é um estímulo a mais para levar o homem à banca de jornal."
"Sentimos essa necessidade no nosso leitor aos poucos. Com o amadurecimento do movimento GLS no país, o engajamento político crescente, percebemos que precisávamos discutir mais profundamente, e com qualidade, temas como a união civil, a adoção", explica Ana.
"As poses masculinas ainda estão lá, claro, porque também é um desejo do leitor, mas até esta parte mudou, está mais trabalhada."
Sobre a "sensação do que o leitor quer", Ana explica que nunca em sua carreira esteve em contato com um público que responde tanto ao que consome, seja para o bem ou para o mal.
Segundo ela, foi dos leitores da "G" que recebeu as mais duras críticas, mas também os mais estimulantes elogios.
"É apenas a tradução do que é, na essência, o homossexual. Eles falam o que pensam, sejam para reclamar ou para agradecer. No dia das mães, recebo cartas de um monte de adolescentes. Adoro isso."
A única coisa que não pode existir, para Ana, é o medo de inovar. Nas duas últimas capas da "G", por exemplo, o apresentador Clodovil e o professor Jean Wyllys, vencedor do "Big Brother", não quiseram sair nus, mas toparam fotografar ao lado de modelos.
"O Clodovil sugeriu, disse que tinha vontade de sair, e achamos legal. Deu certo", diz a editora.
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da Folha Online
Revista mensal de maior circulação no país voltada para o público gay, a "G Magazine" completa oito anos de existência, resistindo ao preconceito do mercado publicitário, das personalidades convidadas a posar sem roupa e da mídia tradicional.
Filiada ao IVC (Instituto Verificador de Circulação), a "G Magazine" chega a vender até 110 mil exemplares por mês. Isso representa quase a metade da tiragem média (240 mil) da "Playboy", publicação de nu feminino com 30 anos de presença no Brasil e mais de 50 anos nos EUA.
Publicada pela Fractal, editora comandada por Ana Fadigas, a revista nem sempre consegue atingir seu pico de tiragem. Há casos em que o número de exemplares cai para 60 mil por mês, caso o "homem da capa" não caia no gosto dos leitores --um risco comum em outras publicações do gênero.
Divulgação |
Ana Fadigas, editora da "G Magazine" |
A revista passou a publicar textos do escritor João Silvério Trevisan, criou colunas para grupos específicos assinadas por representantes de gays, lésbicas, soropositivos, ursos (gordinhos), transexuais e um casal homossexual, além de apostar em reportagens sobre saúde, estética, comportamento e notícias nacionais e internacionais de interesse do mundo gay.
Mas os nus frontais continuam como o carro-chefe da "G". Ana usa como exemplo aquelas pessoas que costumam justificar a compra da "Playboy" alegando a qualidade das reportagens. "De fato, as matérias são ótimas, e essa alta qualidade é um estímulo a mais para levar o homem à banca de jornal."
"Sentimos essa necessidade no nosso leitor aos poucos. Com o amadurecimento do movimento GLS no país, o engajamento político crescente, percebemos que precisávamos discutir mais profundamente, e com qualidade, temas como a união civil, a adoção", explica Ana.
"As poses masculinas ainda estão lá, claro, porque também é um desejo do leitor, mas até esta parte mudou, está mais trabalhada."
Sobre a "sensação do que o leitor quer", Ana explica que nunca em sua carreira esteve em contato com um público que responde tanto ao que consome, seja para o bem ou para o mal.
Segundo ela, foi dos leitores da "G" que recebeu as mais duras críticas, mas também os mais estimulantes elogios.
"É apenas a tradução do que é, na essência, o homossexual. Eles falam o que pensam, sejam para reclamar ou para agradecer. No dia das mães, recebo cartas de um monte de adolescentes. Adoro isso."
A única coisa que não pode existir, para Ana, é o medo de inovar. Nas duas últimas capas da "G", por exemplo, o apresentador Clodovil e o professor Jean Wyllys, vencedor do "Big Brother", não quiseram sair nus, mas toparam fotografar ao lado de modelos.
"O Clodovil sugeriu, disse que tinha vontade de sair, e achamos legal. Deu certo", diz a editora.
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