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07/07/2005
-
17h05
KARINA KLINGER
da Folha Online
Em Londres, a cantora Daniela Mercury acordou nesta manhã com a notícia das explosões que assolaram a cidade. Em turnê pela Europa, a baiana faria hoje um show no espaço cultural Barbican Centre, que acabou sendo adiado. Hospedada em um hotel no centro de Londres -- a 500 metros do local onde ocorreu a explosão de um ônibus e a 1 km das outras estações, Daniela sentiu bem de perto o terror. Abatida, ela conversou com a Folha Online.
Folha Online - Como você ficou sabendo das explosões?
Daniela Mercury - Estou hospedada no centro financeiro da cidade. O hotel, inclusive, serviu de base para a polícia. Havia uns 50 policiais circulando por aqui. Não pudemos sair no hotel até 19h. A cidade está toda parada: os táxis não rodam, as lojas estão fechadas. Há apenas um supermercado pequeno aberto aqui perto.
Folha Online - Como você está se sentindo?
Daniela - É muito chocante. Estou tensa, com dor de cabeça. Ainda mais quando você está dentro do contexto. A gente achava que o atentado de 11 de Setembro fizessem os Estados Unidos pensar mais no mundo, mas foi o contrário, o país acabou se retraindo. Conversando com a minha empresária americana, que está ao meu lado e presenciou os ataques em Nova York, chorei algumas vezes hoje. Há muito falta de respeito no mundo. Precisamos aprender a conviver no mundo de outra maneira.
Folha Online - Você conversou com alguém que mora em Londres hoje?
Daniela - Tenho uma prima que mora aqui. Ela ficou o dia inteiro no hotel comigo, porque a cidade estava fechada e ninguém podia passar. Ela foi embora agora há pouco, estou esperando ela ligar. Dei uma volta aqui na rua, quando o hotel foi liberado, as pessoas estão muito abaladas, querem voltar para casa, mas não conseguem. Eles [polícia, bombeiros] fizeram um plano de contingência muito rápido. Mas as pessoas estavam assustadas, pois pensavam que viriam mais bombas.
Folha Online - Os celulares pararam de funcionar assim como os telefones fixos. Você conseguiu falar com a sua família rápido?
Daniela - Minha mãe teve dificuldade para me ligar pela manhã. Os telefones celulares não funcionavam e o telefone do hotel também. Já os meus filhos, que estavam com a minha banda, ficaram presos no aeroporto de Londres por quatro horas. Eles chegaram pela manhã e estão agora hospedados em um hotel próximo, pois não conseguem chegar até aqui.
Folha Online - Já havia presenciado outro fato como esse em suas viagens internacionais?
Daniela - Certa vez estive em Londres, e uma bomba foi encontrada na pista do aeroporto quando estávamos embarcando. O responsável na época foi o IRA. Em Tel Aviv, Israel, quando fazia um show para 6 mil pessoas, uma bomba explodiu em um ônibus próximo ao local. Toda essa violência já me afetou como profissional e também como cidadã.
Folha Online - Com essas cenas de violência, seu comportamento mudou?
Daniela - A proximidade da morte é chocante e me fez ficar mais tolerante. No Brasil, também temos violência, só que de outro tipo. É preciso fazer algo e não esperar que as pessoas morram.
Folha Online - Quando deve deixar a cidade? E a sua volta para o Brasil?
Daniela - Amanhã no final da tarde, sigo para Amsterdã, onde faço shows. Provavelmente estarei de volta à Inglaterra para cantar no final de julho. Só volto para o Brasil no dia 15 de agosto.
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da Folha Online
Em Londres, a cantora Daniela Mercury acordou nesta manhã com a notícia das explosões que assolaram a cidade. Em turnê pela Europa, a baiana faria hoje um show no espaço cultural Barbican Centre, que acabou sendo adiado. Hospedada em um hotel no centro de Londres -- a 500 metros do local onde ocorreu a explosão de um ônibus e a 1 km das outras estações, Daniela sentiu bem de perto o terror. Abatida, ela conversou com a Folha Online.
Bel Pedrosa/FI |
Show de Daniela Mercury foi cancelado em Londres |
Daniela Mercury - Estou hospedada no centro financeiro da cidade. O hotel, inclusive, serviu de base para a polícia. Havia uns 50 policiais circulando por aqui. Não pudemos sair no hotel até 19h. A cidade está toda parada: os táxis não rodam, as lojas estão fechadas. Há apenas um supermercado pequeno aberto aqui perto.
Folha Online - Como você está se sentindo?
Daniela - É muito chocante. Estou tensa, com dor de cabeça. Ainda mais quando você está dentro do contexto. A gente achava que o atentado de 11 de Setembro fizessem os Estados Unidos pensar mais no mundo, mas foi o contrário, o país acabou se retraindo. Conversando com a minha empresária americana, que está ao meu lado e presenciou os ataques em Nova York, chorei algumas vezes hoje. Há muito falta de respeito no mundo. Precisamos aprender a conviver no mundo de outra maneira.
Folha Online - Você conversou com alguém que mora em Londres hoje?
Daniela - Tenho uma prima que mora aqui. Ela ficou o dia inteiro no hotel comigo, porque a cidade estava fechada e ninguém podia passar. Ela foi embora agora há pouco, estou esperando ela ligar. Dei uma volta aqui na rua, quando o hotel foi liberado, as pessoas estão muito abaladas, querem voltar para casa, mas não conseguem. Eles [polícia, bombeiros] fizeram um plano de contingência muito rápido. Mas as pessoas estavam assustadas, pois pensavam que viriam mais bombas.
Folha Online - Os celulares pararam de funcionar assim como os telefones fixos. Você conseguiu falar com a sua família rápido?
Daniela - Minha mãe teve dificuldade para me ligar pela manhã. Os telefones celulares não funcionavam e o telefone do hotel também. Já os meus filhos, que estavam com a minha banda, ficaram presos no aeroporto de Londres por quatro horas. Eles chegaram pela manhã e estão agora hospedados em um hotel próximo, pois não conseguem chegar até aqui.
Folha Online - Já havia presenciado outro fato como esse em suas viagens internacionais?
Daniela - Certa vez estive em Londres, e uma bomba foi encontrada na pista do aeroporto quando estávamos embarcando. O responsável na época foi o IRA. Em Tel Aviv, Israel, quando fazia um show para 6 mil pessoas, uma bomba explodiu em um ônibus próximo ao local. Toda essa violência já me afetou como profissional e também como cidadã.
Folha Online - Com essas cenas de violência, seu comportamento mudou?
Daniela - A proximidade da morte é chocante e me fez ficar mais tolerante. No Brasil, também temos violência, só que de outro tipo. É preciso fazer algo e não esperar que as pessoas morram.
Folha Online - Quando deve deixar a cidade? E a sua volta para o Brasil?
Daniela - Amanhã no final da tarde, sigo para Amsterdã, onde faço shows. Provavelmente estarei de volta à Inglaterra para cantar no final de julho. Só volto para o Brasil no dia 15 de agosto.
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