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10/07/2005 - 09h01

Globo e Record apostam em canais para brasileiros no exterior

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MARCELO BARTOLOMEI
Colaboração para a Folha, do Rio

Por aqui, a ficção conta em "América" --a novela que fala do "sonho" de morar nos EUA-- o que os canais não exibem sobre as histórias de compatriotas que moram em outros países, sejam elas de sucessos ou mazelas, quando decidiram atravessar as fronteiras. Mas a vida de brasileiros em outros países chamou a atenção da Globo e da Record, que atualmente dedicam programações exclusivas ao mercado internacional, numa espécie de Brasil que o próprio Brasil não vê.

Ambos os canais internacionais exibem grande parte da programação brasileira, com um ou dois dias de atraso, em horários diferentes, de acordo com cada fuso. É possível, de Nova York, assistir ao matinal de Ana Maria Braga e também acompanhar a investida da emissora em dramaturgia, com "Essas Mulheres", à noite.

No Brasil não se assiste aos programas produzidos no exterior desde 2003 --quando a Globo deu o pontapé inicial com o "Planeta Brasil", jornalístico com reportagens sobre brasileiros que vivem legal ou ilegalmente mundo afora. Os canais internacionais começaram a investir na comunidade brasileira para aproximar a linguagem da programação ao público e oferecer serviços para a crescente audiência nos continentes onde distribuem seus sinais.

Os programas exclusivos também servem para preencher lacunas da programação, para não abusar de reprises. É que as emissoras não podem exibir algumas produções nos seus canais internacionais, como filmes (cujos contratos garantem exibição somente no Brasil), jogos de futebol como os da Copa das Confederações (Globo), atrações ao vivo e, no caso da Record, programação religiosa durante a madrugada.

A Globo Internacional --audiência de 1,8 milhão de assinantes-- tem também boletins de notícias ("Brasil Notícias"), programação esportiva e um dia de shows com artistas brasileiros em Nova York, uma vez por ano, chamado "Brazilian Day".

Na Record Internacional (cerca de 300 mil assinantes, segundo o canal), há quatro programas produzidos especificamente para o canal do exterior: um de entrevistas com personalidades ("Link Brasil", apresentado por Celso Freitas), outro de shows e entrevistas ("Brasil in Concert"), um de videoclipes ("Top Clip") e boletins diários de notícias e serviços ("Record News").

Poucas reportagens são exibidas nos programas da casa, como o "Jornal Nacional" e o "Fantástico". Na Record, também não há espaço na grade para a produção internacional, que, diferentemente da concorrente, é gravada em São Paulo.

"A grade aqui é mais enxuta. Não temos horários para encaixar os programas criados para o canal internacional e já temos alguns programas enraizados na cultura brasileira, como o futebol e as novelas", diz Paulo Calil, 33, diretor de programação da Record Internacional.

Juntos, os jornalistas César Augusto, 37, e Luciana de Michelli, 31, viajam pelo mundo à procura de histórias que os brasileiros têm para contar ao "Planeta Brasil" (Globo Internacional).

"Brincam com a gente nas ruas, dizendo que acham ruim que as entrevistas não passam no Brasil, pois eles querem mostrar para os familiares que estão bem", diz Michelli.

Com o "Planeta Brasil", que é apresentado pela jornalista Patrícia Poeta, a dupla de repórteres já viajou por 22 Estados norte-americanos e para outros países, mostrando a realidade da comunidade brasileira, onde são recebidos com café e pão de queijo. "Eles criam um universo brasileiro onde estiverem", diz a jornalista.

Segundo Augusto, que falou à Folha da Filadélfia, onde gravava um especial do Dia dos Pais, a maioria dos brasileiros com quem conversa têm saudades do país e pretende voltar. "O brasileiro é muito batalhador. A maioria busca uma esperança de mudar de vida e oferecer algo melhor para a família", diz o repórter.

Parte das histórias são tristes, como as de pais que trabalham nos EUA para pagar a faculdade dos filhos no Brasil, mas também há relatos engraçados, como os de brasileiros que já fizeram as vezes de pedreiro da casa de Sylvester Stallone, de manicure da atriz Jennifer Aniston, de cozinheira de Michael Jackson e do motorista do cantor Lenny Kravitz, entre outros, e gente que construiu sólida carreira no exterior com criatividade (como um brasileiro que vende uma das bolsas mais cobiçadas de Nova York).

Os temas para o programa chegam por e-mail ou pelas histórias que os entrevistados contam. Os assuntos são variados: falam de comportamento, como tratar de assuntos diplomáticos e mostram o estilo de vida dos brasileiros.

Especial
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