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22/07/2005 - 09h10

Angélica amadurece discurso e evita glamourizar infância do filho

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KARINA KLINGER
da Folha Online

Aos 31 anos, Angélica Ksyvickis amadureceu e se distancia cada vez mais da imagem da garota com mancha na perna que cantava "Vou de Táxi". Embora tenha começado a trabalhar com 4 anos em um concurso no programa do Chacrinha, a mãe de Joaquim, de cinco meses, já sabe o que não quer para o seu filho: uma estréia precoce na TV.

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Aos dois anos, Angélica brinca em sua casa em SP
Aos dois anos, Angélica brinca em sua casa em SP
"Sinceramente quero que Joaquim tenha uma vida normal, amigos e que estude bastante", diz a mulher de Luciano Huck.

Hoje apresentando "Vídeo Game" e à frente do programa "Fama", Angélica também está envolvida com um sonho antigo: um programa só seu, que deve entrar na grade de programação da Globo em 2006.

Leia abaixo trechos da entrevista com a apresentadora.




Folha- O que mudou depois da sua experiência com a maternidade?
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Angélica começou cedo na vida artística
Angélica começou cedo na vida artística

Angélica Ksyvickis -Depois que você passa por essa transformação, você se sente mais capaz, mais forte, segura. Depois de conseguir gerar uma vida, qualquer outra coisa é pouco. É difícil ter algo melhor que isso. Você fica acima do bem e mal.

Folha - O que mudou exatamente depois do nascimento de Joaquim?

Angélica -Acho que a relação com o tempo. Antes tinha uma ansiedade muito grande, uma pressa para fazer várias coisas ao mesmo tempo. Hoje como é tudo para ele, o tempo ficou mais curto. O dia passa tão rápido, mas é tão gostoso. Antes me incomodava porque o tempo passava rápido demais, sempre queria fazer mais coisa. E hoje se eu ficar mais tempo com ele, melhor. Se eu ficar no quarto com ele mamando e vendo TV o dia inteiro, tudo bem.

Folha - Foi difícil voltar ao trabalho depois da licença-maternidade?

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Com Joaquim e Huck na saída da maternidade
Com Joaquim e Huck na saída da maternidade em SP
Angélica -Está sendo. É um processo. Primeiro fiz algumas gravações, depois alguns comerciais e o programa. E agora tem o "Fama", e o ritmo começa a aumentar. Mas como tudo aconteceu devagar, isso me ajudou a sentir menos o baque, fui me habituando. Hoje ele [Joaquim] já é um rapaz, tem 5 meses. No trabalho, foi bacana porque acho que hoje as pessoas entendem melhor esta necessidade que a mulher tem. Todo mundo me respeita. Eu felizmente posso levar o bebê para o meu trabalho e continuar a dar de mamar.

Folha - Mas você ficou com vontade de largar tudo ou trocar a TV por algo mais tranqüilo nesta fase?

Angélica -Se você der mole, dá realmente vontade de não fazer mais nada. Mas ao mesmo tempo a vida tem de continuar e você acaba sentindo falta da antiga vida. Acho que não. A TV é a minha vida. Não consigo lembrar de nenhum momento em que não trabalhei. É importante complementar estas duas felicidades, a do trabalho e a da maternidade.

Folha - Você começou muito cedo na na TV, aos 4 anos. Isso lhe tirou um pouco da infância? Se arrepende de algo? Faria isso com seu filho?

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Ao lado de André Marques em sátira para o "Vídeo Show"
Ao lado de André Marques em sátira para o "Vídeo Show"
Angélica - Eu comecei cedo, mas sempre deu certo. Acho que tudo isso vale muito da intuição da mãe saber de perceber o que a criança está sentindo. Eu tive sorte, porque gostava de estar lá. Minha mãe sempre teve muito cuidado com isso. Se eu sentisse que ele [Joaquim] realmente gostasse, pode até ser que incentivaria, mas é muito raro dar certo. Tenho amigos que começaram comigo e para eles não foi bom. Mas pensando sinceramente, acho que não deixaria ele começar a trabalhar na TV tão cedo. Na verdade, quero que ele tenha uma vida normal, que estude, tenha amigos. Eu acho que com ele pensaria duas vezes. E também tem o lado quando a mãe se realiza mais que o próprio filho. Nesta enrascada, eu não vou cair.

Folha - E os seus projetos para a TV? Você sempre revelou o desejo de ter um programa para o público adulto, fale mais sobre ele?

Angélica - Além do "Fama", que termina em outubro, devo começar a formatar o meu programa. A gente já começa o ano de 2006 com um novo programa. Estamos conversando e iremos mesclar um pouco de tudo o que já fiz, um pouco de musical, game e principalmente receber pessoas. Acho que para os sábados esse formato dá certo. Já sabemos que não será um programa com um público específico, ou seja, para jovens ou crianças.

"NÃO ME SENTIA MAIS À VONTADE FAZENDO PROGRAMA INFANTIL"

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Loira gosta de fazer caricaturas
Loira gosta de fazer caricaturas
Folha - E a sua veia cômica que está sendo explorada nos últimos tempos no "Vídeo Show"? Já pensou em dedicar mais tempo à carreira de atriz, fazer um novela?

Angélica - Eu gosto das sátiras que faço ao lado de André Marques. Vou na gaiatice e dá certo, mas queria fazer algo mais sério, menos improvisado. Faço imitações cômicas desde o antigo programa 'Milk Shake', na extinta TV Manchete. Era muito engraçado. No SBT, também gostava de fazer caricaturas. Sempre gostei de fazer essas brincadeiras. Já uma novela exige tempo demais, não sei se teria paixão por esse tipo de dedicação. E se realmente fizesse, queria fazer algo sério, não queria brincar de atuar. Acho que o cinema é mais a minha praia. Novela teria de abrir mão de outras coisas que não sei se gostaria.

Folha - Você é uma das poucas artistas que soube deixar o público infantil na hora certa. Como foi todo esse processo?

Angélica - Foi muito intuitivo. Chegou uma hora em que não conseguia mais me comunicar com esse público e estava sentindo falta de fazer algo mais adulto. Meu programa começou a não dar certo, perdeu o foco, não ficou nem infantil, nem juvenil --algo que aconteceu com todos os programas infantis. As apresentadoras foram crescendo, se empolgando e esquecendo o que era infantil ou o que era adolescente. Começamos não acertar o formato e resolvi tirar o meu time de campo, fazer outra coisa. Na verdade, não foi planejado, fui sentindo falta de mudar.

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Intuição ajudou Angélica a mudar foco da carreira
Intuição ajudou Angélica a mudar foco da carreira
Folha - E a volta da Xuxa aos programas infantis, acha que ela está investindo em algo que não dá mais certo?

Angélica - Eu acho que ela faz o que gosta e isso é o que importa. Tanto que ela idealizou tudo, brigou para voltar. Eu não me sentia mais à vontade fazendo programa infantil, mas ela se sente. Se é isso que ela gosta, é o que tem de ser feito.

Folha - O que você acha da qualidade dos programas infantis de hoje? O que seu filho irá assistir na TV?

Angélica - Eu vou colocar muito desenho e filmes para o Joaquim assistir. Gosto muito desses vídeos da Xuxa para os baixinhos também. Vou deixar ele assistir esse tipo de vídeo.

"ENERGIA DE LULA ESTÁ DESESTABILIZADA NESTE MOMENTO

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Angélica deve ter seu próprio programa em 2006
Angélica deve ter seu próprio programa em 2006
Folha - Como você e o Huck lidam com a diferença de religiões, afinal ele é judeu e você é católica?

Angélica - É democrático. Respeitamos um ao outro. Sou católica, mas gosto muito do judaísmo e do budismo. O que é importante é ter fé. E pensamos igual. Ele [Joaquim] já fez a circuncisão e e agora nós vamos batizá-lo.

Folha - O que você acha do momento político que vive o país?

Angélica - A gente está canalizando energia para melhorar, mas é deprimente, ridículo, ver tanta sujeira. Mas vejo que é mais um momento que teremos de passar para quem sabe ter mais uma limpeza. Eu acredito no futuro. Estamos numa fase de limpeza profunda.

Folha - Você apoiaria um possível afastamento do presidente Lula?

Angélica - Quando se começa a mexer, vai aparecer muita coisa. Mas eu tenho minhas dúvidas em dizer que apoiaria o impeachment. Eu acredito muito no governo, acho que o Lula tem preocupação com o povo. Mas acho que a energia dele está desestabilizada neste momento.

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