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01/08/2005 - 14h41

Crítica: "Filhote" retrata "ursos" no filme mais ousado em cartaz

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SÉRGIO RIPARDO
Editor da Ilustrada da Folha Online

O filme mais ousado em cartaz em São Paulo chama-se "Filhote" ("Cachorro", título original), do diretor espanhol Miguel Albaladejo, que estreou no Cinesesc na sexta-feira passada.

Divulgação
José Luis García Pérez (em pé) vive Pedro, dentista "urso"
José Luis García Pérez (em pé) vive Pedro, dentista "urso"
Vale a pena assistir porque a produção mistura temas delicados e explosivos (homossexualidade, infância, drogas e Aids) sem recorrer a clichês que, em geral, infestam esse tipo de roteiro.

O filme é corajoso porque explora uma estética pouco visível nos filmes do circuitão: o universo dos "ursos" --como são conhecidos os gordinhos e gordões na comunidade gay.

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Filme mostra tio gay e sobrinho criado por mãe riponga
Filme mostra tio gay e sobrinho criado por mãe riponga
O diretor conduz com sensibilidade o drama do dentista gay Pedro: ele terá de cuidar do sobrinho de 9 anos, após a prisão da mãe riponga do garoto na Índia portando drogas.

Pedro é interpretado pelo excelente ator José Luis García Pérez, já apontado no meio gay como novo símbolo sexual dos ursos. A presença do garoto muda a rotina de Pedro, que passa a viver um "jejum sexual".

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Filme "Filhote" retrata companheirismo dos ursos
Filme "Filhote" retrata companheirismo dos ursos
Albaladejo ("A Primeira Noite da Minha Vida") filma tudo com realismo, sem falsos pudores. Há cenas de beijos entre Pedro e seus parceiros na cama, troca de olhares e carícias em becos, boate, sauna e festas.

Mas o diretor consegue retratar a vida dos ursos em Madri sem apelar a imagens vulgares ou forçadas. Tudo transcorre com naturalidade, sutilezas e bom gosto, sem intenção de chocar.

Ressalta-se o clima de companheirismo entre os ursos do filme, que trocam apoio emocional, contrariando expectativas preconceituosas de que o universo gay se limita a homens afetados ou musculosos.

O papel do sobrinho Bernardo é vivido pelo garoto David Castillo, que arranca lágrimas do público na seqüência mais emocionante: no orfanato, o menino enfrenta a avó homofóbica e revela tudo sobre sua mãe e o tio.

Os personagens secundários, como os amigos ursos do dentista e a babá do garoto, também cativam a platéia com toques de humor. É uma pena que um filme tão original e bem-resolvido seja exibido em apenas uma sala da capital.

Serviço
"Filhote", de 2004
Classificação: 18 anos
Duração: 99 minutos
Onde: Cinesesc (rua Augusta, 2.075, Cerqueira César) com 326 lugares
Horários: 15h, 17h e 19h. A partir de quinta-feira (4), também 21h
Fone: 0/xx/11/3064-1668
Ingressos: de R$ 6 a R$ 10

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    Especial
  • Visite o site oficial do filme "Filhote" ("Cachorro", título original), em espanhol
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