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28/12/2005
-
16h29
da France Presse, em Paris
O filme "O Jardineiro Fiel", do cineasta brasileiro Fernando Meirelles, que estreou nesta quarta-feira na França, recebeu elogios da crítica francesa e do escritor britânico John Le Carré, que afirmou: "Esta é a primeira vez que um cineasta faz de um dos meus livros um grande filme".
Adaptação do romance "The Constant Gardener", de Le Carré, o filme, uma produção britânica interpretada por Ralph Fiennes e Rachel Weisz, é ao mesmo tempo um thriller, uma história de amor e uma denúncia da utilização da população africana para experimentar medicamentos por parte de empresas farmacêuticas.
Em declarações ao jornal "Le Monde", o romancista disse que, "sem querer ser descortês com as adaptações dos meus livros, está é, sem dúvida, a primeira vez que um cineasta faz um grande filme, ainda que adaptado de um de meus livros, mas um filme seu, no qual ele disse o que queria dizer".
"Para mim isto é uma experiência totalmente diferente", acrescentou Le Carré, avaliando que os filmes anteriores "foram respeitosos demais com meus livros, não-imaginativos o bastante", enquanto "Fernando (Meirelles) acrescentou, com acerto, cenas que não estavam em meu livro".
"O fez com todo o coração e isto funcionou muito bem", disse Le Carré, afirmando ter assistido antes e gostado muito de "Cidade de Deus", filme anterior do cineasta brasileiro.
Crítica especializada
O crítico do jornal, Thomas Sotinel, também elogiou o trabalho de Meirelles, afirmando que o diretor evitou cair na tentação do clichê que poderia comprometer a trama --o rato que vira um leão, o humilde diplomata que se torna James Bond-- porque ele "teve a inteligência" de deixar seu ator, Ralph Fiennes, "um intérprete ideal", construir o personagem.
"Em um momento, Meirelles se deixa levar pelo entusiasmo e sua montagem se acelera sem muita razão, mas, no essencial, sua forma barroca e sua técnica de filmagem se colocam a serviço dos matizes dos intérpretes e da forma de uma demonstração política ponderada".
O jornal "Le Figaro" destacou que Meirelles "simplificou a trama e apagou o aspecto 'ultrabritish' do romance para torná-lo mais internacional".
"Filme apaixonante", decretou o jornal "Le Parisien", segundo o qual "a África é filmada com realismo e poesia em 'O Jardineiro Fiel'", filme "engajado que não cai nunca no maniqueísmo".
O jornal "La Croix" qualificou "O Jardineiro Fiel" de "policial alterglobalização" e de "salvadora contraprogramação que serve de antídoto para as bobagens que inundam as telas no período de festas". Meirelles, segundo o diário, um "especialista em filmes de impacto", se "apodera" do livro de Le Carré.
"Como o romance, o filme é tenso à raiz da urgência de uma missão a cumprir e de um escândalo a denunciar", acrescentou o jornal.
"Quadro enlouquecedor da situação africana. Filmado com a câmera no ombro e um sentimento de urgência febril, 'O Jardineiro Fiel' também é um 'thriller' ao estilo de James Bond cuja ação salta de um continente para outro, e uma 'love-story' enfeitiçante. Cada plano do filme leva a marca brilhante do diretor brasileiro", avaliou a revista especializada em cinema "Première".
"É que Meirelles sabe que a grandeza de um filme repousa, sobretudo, na amplidão de seu estilo e em sua ambição estética", concluiu Gael Golhen, crítico da revista.
O jornal "France Soir" destacou que "com este filme, Meirelles queria tirar de si o rótulo de 'cineasta latino-americano'".
"Missão cumprida: 'O Jardineiro Fiel' é um candidato aos próximos Golden Globes. E não passará despercebido", concluiu.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre "O Jardineiro Fiel"
Para Le Carré, "O Jardineiro Fiel" é um "grande filme"
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O filme "O Jardineiro Fiel", do cineasta brasileiro Fernando Meirelles, que estreou nesta quarta-feira na França, recebeu elogios da crítica francesa e do escritor britânico John Le Carré, que afirmou: "Esta é a primeira vez que um cineasta faz de um dos meus livros um grande filme".
Adaptação do romance "The Constant Gardener", de Le Carré, o filme, uma produção britânica interpretada por Ralph Fiennes e Rachel Weisz, é ao mesmo tempo um thriller, uma história de amor e uma denúncia da utilização da população africana para experimentar medicamentos por parte de empresas farmacêuticas.
Em declarações ao jornal "Le Monde", o romancista disse que, "sem querer ser descortês com as adaptações dos meus livros, está é, sem dúvida, a primeira vez que um cineasta faz um grande filme, ainda que adaptado de um de meus livros, mas um filme seu, no qual ele disse o que queria dizer".
"Para mim isto é uma experiência totalmente diferente", acrescentou Le Carré, avaliando que os filmes anteriores "foram respeitosos demais com meus livros, não-imaginativos o bastante", enquanto "Fernando (Meirelles) acrescentou, com acerto, cenas que não estavam em meu livro".
"O fez com todo o coração e isto funcionou muito bem", disse Le Carré, afirmando ter assistido antes e gostado muito de "Cidade de Deus", filme anterior do cineasta brasileiro.
Crítica especializada
O crítico do jornal, Thomas Sotinel, também elogiou o trabalho de Meirelles, afirmando que o diretor evitou cair na tentação do clichê que poderia comprometer a trama --o rato que vira um leão, o humilde diplomata que se torna James Bond-- porque ele "teve a inteligência" de deixar seu ator, Ralph Fiennes, "um intérprete ideal", construir o personagem.
"Em um momento, Meirelles se deixa levar pelo entusiasmo e sua montagem se acelera sem muita razão, mas, no essencial, sua forma barroca e sua técnica de filmagem se colocam a serviço dos matizes dos intérpretes e da forma de uma demonstração política ponderada".
O jornal "Le Figaro" destacou que Meirelles "simplificou a trama e apagou o aspecto 'ultrabritish' do romance para torná-lo mais internacional".
"Filme apaixonante", decretou o jornal "Le Parisien", segundo o qual "a África é filmada com realismo e poesia em 'O Jardineiro Fiel'", filme "engajado que não cai nunca no maniqueísmo".
O jornal "La Croix" qualificou "O Jardineiro Fiel" de "policial alterglobalização" e de "salvadora contraprogramação que serve de antídoto para as bobagens que inundam as telas no período de festas". Meirelles, segundo o diário, um "especialista em filmes de impacto", se "apodera" do livro de Le Carré.
"Como o romance, o filme é tenso à raiz da urgência de uma missão a cumprir e de um escândalo a denunciar", acrescentou o jornal.
"Quadro enlouquecedor da situação africana. Filmado com a câmera no ombro e um sentimento de urgência febril, 'O Jardineiro Fiel' também é um 'thriller' ao estilo de James Bond cuja ação salta de um continente para outro, e uma 'love-story' enfeitiçante. Cada plano do filme leva a marca brilhante do diretor brasileiro", avaliou a revista especializada em cinema "Première".
"É que Meirelles sabe que a grandeza de um filme repousa, sobretudo, na amplidão de seu estilo e em sua ambição estética", concluiu Gael Golhen, crítico da revista.
O jornal "France Soir" destacou que "com este filme, Meirelles queria tirar de si o rótulo de 'cineasta latino-americano'".
"Missão cumprida: 'O Jardineiro Fiel' é um candidato aos próximos Golden Globes. E não passará despercebido", concluiu.
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