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03/02/2006 - 09h00

"Brokeback Mountain" conta história de amor quase impossível

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RICARDO FELTRIN
Editor-chefe da Folha Online

Para entender um pouco do significado de "O Segredo de Brokeback Mountain", que estréia no Brasil nesta sexta-feira, basta lembrar que, quando foi lançado, houve cinemas norte-americanos que se recusaram a exibir o "filme dos caubóis gays". Se a arte em si já provoca tanto preconceito, imaginem... o que a paixão de fato entre dois homens despertaria no conservador Estado do Wyoming na primeira metade da década de 60?

Para começar, nem é tão correto chamar a trama de "história de caubóis". Apesar de se vestirem como tais, e eventualmente um dos personagens disputar rodeios, os dois protagonistas são na verdade pastores.

Divulgação
Veja galeria de fotos do filme "Brokeback Mountain"
Veja galeria de fotos do filme "Brokeback Mountain"
Em meio a um espetacular cenário (o Canadá), o premiado diretor Ang Lee escancara sua sensibilidade nos 134 minutos do filme e constrói passo a passo uma belíssima história de amor (quase) impossível. Tudo começa quando dois homens heterossexuais, segundo dizem um ao outro, se envolvem emocional e espiritualmente na montanha Brokeback.

Enquanto apascentavam ovelhas, o frio da montanha, a crueza da solidão, mais o calor do uísque acabaram aproximando os corações de Jack Twist (Jake Gyllenhaal) e Ennie Del Mar (Heath Ledger).

A atuação dos dois é tão espetacular, tão intensa e tão apaixonada que chega a ser uma injustiça que apenas Ledger tenha sido indicado ao Oscar de melhor ator --enquanto Gyllenhaal concorre como o de Coadjuvante. Isso porque em vários momentos é absolutamente impossível dizer quem ali é de fato o ator principal.

Não há nenhum exagero nas oito indicações de "Brokeback": Melhor Filme, Diretor, Ator, Ator e Atriz Coadjuvante, Roteiro Adaptado, Fotografia e Trilha Sonora . Mesmo sendo favorito para muitas estatuetas, o "passeio" na premiação em Hollywood, em março, não será tão simples. A começar por Hedger, que enfrentará a não menos brilhante interpretação de Joaquin Phoenix como Johnny Cash, de "Johnny e June".

Gostaríamos de acreditar que o significado de tantas indicações pela Academia fosse uma resposta de Hollywood ao movimento retrógrado e minoritário --porém incômodo-- que teima em julgar o caráter e o valor dos seres humanos de acordo com sua orientação sexual. Mas querer acreditar em algo assim é ser "Poliana" demais com o país da Enron, do presidente mentiroso e das escutas sem autorização da Justiça.
Porque isso sim é indecência.

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