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Folha traz "Robin Hood" de Errol Flynn
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da Folha de S.Paulo
Das tantas lendas que alimentam o cinema, a história de Robin Hood está entre as mais constantes. Agora mesmo o inglês Ridley Scott prepara sua versão para as aventuras do cavaleiro medieval que "rouba dos ricos para dar aos pobres", com Russell Crowe e Cate Blanchett como Robin e Lady Marian (lançamento em maio de 2010).
Até hoje, no entanto, é a versão de 1938, produzida pela Warner e estrelada por Errol Flynn e Olivia de Havilland, que costuma ser lembrada como exemplo máximo de uma aventura hollywoodiana clássica. Com suas lutas de espada fotografadas em exuberante technicholor, "As Aventuras de Robin Hood" estará disponível nas bancas a partir de 28 de junho, como parte da Coleção Folha Clássicos do Cinema.
A direção é do prolífico Michael Curtiz, que realizou mais de cem filmes para a Warner ("Casablanca" entre eles). Curtiz, na verdade, foi convocado depois que as filmagens já tinham sido iniciadas. O estúdio demitiu o diretor originalmente contratado (William Keighley) em uma tentativa desesperada de retomar as rédeas da produção, prejudicada por atrasos e cenas refilmadas.
Curtiz conseguiu dar um rumo aos trabalhos e impor limites a Errol Flynn, ator tão conhecido por seu charme quanto por sua indisciplina. O resultado é um filme elogiado por sua limpidez, pelo senso de diversão e pela sincera crença no heroísmo de seu protagonista --e que rendeu à Warner três Oscars (melhor direção de arte, montagem e trilha sonora).
Sabre de luz
A história, como se sabe, se passa na Inglaterra medieval. Quando o rei Ricardo Coração de Leão parte para as cruzadas, entrega seu reino ao amigo Longchamps --e não ao seu irmão, o notório canalha príncipe John. De pouco adianta: John --vivido pelo ótimo Claude Rains-- usurpa o reino e passa a extorquir o povo com impostos absurdos.
Entra em cena, então, Robin de Locksley, aristocrata rebelde que se refugiará na floresta de Sherwood para organizar uma insurreição.
"Robin Hood" encontra sua universalidade ao redesenhar a luta do bem contra o mal com contornos políticos e sociais. A luta de Robin Hood contra a opressão é legítima e de fácil identificação, e mais sedutora ainda quando salpicada de boas cenas de ação. Como afirma o crítico Cássio Starling Carlos, autor do texto que acompanha o DVD, os fãs de "Star Wars" vão reconhecer no espetacular duelo que encerra o filme "a matriz de todas as cenas com os sabres de luz dos filmes concebidos por George Lucas".
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