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27/03/2006 - 11h03

"Repatriado", Bruno Barreto assume múltiplas funções

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PEDRO BUTCHER
Colaboração para a Folha de S.Paulo

"Agora sou um cidadão paulistano", diz Bruno Barreto, que, depois de 16 anos morando nos EUA (sete em Los Angeles e nove em Nova York), instalou-se na cidade onde filmou pela primeira vez no ano retrasado ("O Casamento de Romeu e Julieta").

Separado da atriz Amy Irving, Barreto escolheu viver a nova vida de solteiro em uma cidade que lembrasse o caldo cosmopolita nova-iorquino. "Depois que você se torna migrante, se sente estrangeiro em qualquer lugar do mundo. Por isso estou tão à vontade em São Paulo, uma cidade de estrangeiros."

Na verdade, Barreto ainda passa boa parte de seu tempo também no Rio, onde nasceu e onde vivem seus pais, Lucy e Luiz Carlos Barreto, e em Nova York, onde mora seu filho com Amy Irving, Gabriel. Suas passagens pelo Rio, desde o fim do ano passado, envolvem o trabalho como produtor artístico de "Polaróides Urbanas", primeiro filme de Miguel Falabella, produzido pela LC Barreto, agora entrando em sua última semana de filmagens.

"Polaróides" marcou o início de um ano repleto de projetos. Em julho, o cineasta roda "Infância Roubada" (título provisório), drama de fundo social inspirado no documentário "Ônibus 174", de José Padilha. Em agosto, estréia como diretor de teatro com a montagem brasileira do texto "Dúvida", de John Patrick Shanley, grande sensação não-musical da Broadway no ano passado, vencedor do prêmio Pulitzer para obra dramática de 2005.

Acompanhamento artístico

Barreto fala com o mesmo entusiasmo de todas essas funções. Antes de "Polaróides", produziu apenas três filmes: "Menino do Rio" e "Garota Dourada", de Antonio Calmon, no início dos anos 80, e "O Caminho das Nuvens", de Vicente Amorim, em 2003.

No caso de "Polaróides", porém, seu trabalho foi um pouco diferente: "A convite de minha irmã Paula, que é a produtora de fato, fiz uma espécie de acompanhamento artístico da preparação. Como este é o primeiro filme de Miguel, estive lá para orientá-lo dentro do que ele queria fazer, dar conselhos em meio à loucura que é preparar um longa e protegê-lo da própria LC Barreto, para que pudesse ser o mais fiel possível à sua visão", diz Barreto.

"Polaróides Urbanas" (título ainda provisório) é uma adaptação da peça "Como Encher Um Biquíni Selvagem", em que Claudia Jimenez, sozinha no palco, vivia dezenas de personagens. Na versão para o cinema, eles serão interpretados por atrizes diferentes e, por isso, Claudia, com ciúmes, preferiu não fazer o filme.

Marilia Pêra será a única a dividir-se entre dois papéis (as gêmeas Magda e Magali), contracenando com um time de favoritas de Falabella que inclui Arlette Salles (como a atriz Lisa Delamare, que sofre de síndrome do pânico), e ainda Natália do Valle, Stella Miranda e Neuza Borges.

Barreto aposta que Miguel conseguirá, com "Polaróides", repetir o sucesso que encontrou no teatro. "Embora seja um diretor estreante, ele sabe muito bem o que quer e tem uma cultura cinematográfica maior do que a de todos nós juntos. Miguel está sintonizado com o inconsciente coletivo da classe média e é verdadeiro no que escreve, porque entende essas pessoas como ninguém", diz. "O sucesso comercial é uma conseqüência dessa visão de mundo."

A mudança será radical quando Barreto voltar ao set como diretor: "Infância Roubada" é uma versão ficcional do seqüestro do ônibus 174 na zona sul do Rio de Janeiro, ocorrido em 2000. "É o melhor roteiro que passou pelas minhas mãos", diz Barreto, que encomendou o trabalho a Bráulio Mantovani, de "Cidade de Deus".

"O episódio do ônibus, na verdade, representa os dez minutos finais do filme. Vou me concentrar na história das pessoas, principalmente de Sandro Nascimento (o seqüestrador) e da mulher que o adotou como filho. São histórias que não estão no "Ônibus 174" e surgiram exatamente das perguntas não respondidas."

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