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29/04/2006 - 20h41

Dalai-lama encerra visita ao Brasil em evento ecumênico

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DIÓGENES MUNIZ
da Folha Online

O dalai-lama Tenzin Gyatso, 70, considerado reencarnação do Buda da Compaixão por sua religião, despediu-se hoje do Brasil com uma agenda intensa.

O ponto alto de seu dia --que incluiu palestra no ginásio do Ibirapuera e inauguração de um espaço em homenagem ao pacifista indiano Mahatma Gandhi-- aconteceu na Catedral da Sé (centro de São Paulo), onde o monge tibetano celebrou a inter-religiosidade com representantes de outras crenças.

O evento foi gratuito e quem não conseguiu entrar na catedral viu o ato da Praça da Sé, onde havia um telão. Segundo a PM, cerca de 1,5 mil pessoas estiveram dentro da catedral e 2,5 mil na praça.

Na platéia, estavam o ex-prefeito José Serra (PSDB-SP) e a vereadora Soninha (PT-SP), ambos acomodados na mesma fileira.

Assim que começou a celebração dentro da catedral, sentaram-se um ao lado do outro d. Cláudio Hummes (arcebispo de São Paulo), o rabino Henry Sobel (da Congregação Israelita Paulista), o reverendo Stanley da Silva Moraes (representante do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs), o Sheikh Armando Hussein Saleh, o Hare Krishna Swamim, a mãe-de-santo Ebomi Conceição (Instituto da Tradição e Cultura Afro-brasileiro) e o dalai-lama Tenzin Gyatso.

Discuros

Todos líderes discursaram durante alguns minutos para depois passar a palavra para o monge. O arcebispo de São Paulo, d. Cláudio Hummes, reiterou a necessidade de respeito mútuo. "Hoje a globalização não nos permite esquecer ou nos ignorar", afirmou.

Já o rabino Henry Sobel, antes de discursar, fez o que o dalai-lama vinha fazendo desde que chegou ao Brasil. Presenteou-o com uma echarpe --desta vez judaica. Sobel falou que o monge era um exemplo de pacifismo, já que mesmo "sofrendo humilhações e injustiças do governo chinês" se mantinha contra a luta armada.

Gyatso vive no exílio desde o fracasso de um levante contra a presença chinesa, em 1959, e insiste há vários anos que é favorável a uma autonomia do Tibet dentro da China.

Quando o dalai-lama se levantou para falar, em seu último pronunciamento, provocou comoção e choro dentro da catedral. Ele fez um discurso pelo "apego à fé" e às tradições religiosas. "Vemos muitas pessoas que se declaram budistas, cristãs, judaicas, mas não são sérias em expressar sua fé nas situações de conflito", disse.

Tenzin Gyatso também falou da diferença entre as pessoas religiosas e aquelas que não seguem nenhuma crença. "Não procuro dizer que todos devem ter crença, mas me parece que as pessoas que acreditam em valores mais profundos têm uma fé que lhes dá mais força", explicou.

O líder da religião budista viaja neste domingo para a Argentina, onde dará continuidade à visita pela América do Sul.

Presenças

O ex-prefeito de São Paulo, José Serra, chegou na Catedral da Sé vinte minutos após o início da celebração. Serra se sentou ao lado da vereadora Soninha (PT-SP), com quem foi embora no mesmo carro.

Antes de sair da Sé, o tucano recebeu de dalai-lama uma echarpe tibetana. O político disse "sempre apreciar muito estes atos ecumênicos". Quando questionado sobre política, desviou. "Não vou falar disso hoje".

Horas antes, em outro evento que contava com a participação do monge, o seu sucessor no cargo da prefeitura de São Paulo, José Kassab (PFL-SP), recebeu vaias na inauguração do "Espaço Gandhi" na praça Túlio Fontoura (zona sul).

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