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06/07/2006 - 09h00

Tropicalismo e Amazônia inspiram moda brasileira, diz Lilian Pacce

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CAMILA MARQUES
da Folha Online

Nada de peças-chave. A tendência para o próximo verão é ser brasileiro --ou étnico, já que o Brasil é o país da miscigenação. Pelo menos é o que diz a apresentadora e editora de moda Lilian Pacce, que desde 2000 comanda os programas da área no canal pago GNT.

"Nesta edição, o tema da São Paulo Fashion Week [que começa no próximo dia 12 na bienal] é a África, em que os estilistas estão se inspirando coincidentemente. Mas não é só. Muito tropicalismo, referências à Amazônia, ao rústico continuam inspirando", afirma.

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Lilian Pacce comando o GNT Fashion desde 2000
Lilian Pacce comando o GNT Fashion desde 2000
Quanto à forma, como sempre, haverá para todos os gostos. Os holofotes, porém, se voltam para a moda praia, carro-chefe da moda brasileira. "Pelo que vi no Fashion Rio, e que também deve aparecer na Fashion Week, os modelos estão maiores, mais comportados. Mas teremos desde o amarradinho, com lacinho, ao de cintura mais alta. Tudo democrático", afirma Lilian.

E no ano em que o biquíni, uma criação francesa, completa 60 anos, o Brasil aproveita para firmar cada vez o "presente" que conquistou. "Sem dúvida foi a moda praia que chamou a atenção do mundo para o Brasil", afirma Lilian, que já percorreu o mundo todo e entrevistou os mais renomados estilistas.

"Cada uma das capitais da moda tem uma característica. Paris é imbatível. Milão, Londres e Nova York têm as suas. E São Paulo, hoje, pode dizer que também tem uma, o que há pouco tempo não existia. Infelizmente ou felizmente, esperam do Brasil a sensualidade, o jeito da moda brasileira de explorar o corpo e o movimento", explica a apresentadora.

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Modelos grandes ganham espaço; na foto, biquini da marca Rosa Chá
Modelos grandes ganham espaço; na foto, biquini da marca Rosa Chá
E a possibilidade de explorar o corpo brasileiro não tem nada de negativo, pelo contrário. "A partir dela [moda praia], o que sustenta a fama [do Brasil] é a criatividade dos estilistas. Temos, por exemplo, o Alexandre Herchcovitch, que não tem nada de brasileiro e sensual, não segue o estereótipo da moda brasileira e, no entanto, é reconhecido internacionalmente. Se chamamos a atenção para o que acontece aqui, seja como for, os estilistas ganham espaço para mostrar o que é a cara deles", diz Lilian.

Confira a seguir o que diz ainda Lilian Pacce sobre outros aspectos do mercado da moda no Brasil, desde a "competição" entre o Fashion Rio e SPFW até a possível substituta da top Gisele Bündchen.

Folha Online - Qual o maior desafio ao falar de moda na televisão?

Lilian Pacce - Minha formação é de jornal, trabalhei dez anos na Folha. O mais difícil é porque se você não tem uma boa imagem, você não tem nada. No jornal você pode ter todo o conteúdo e descrever, mas na TV, sem uma imagem para ilustrar, tudo perde a graça. O que é visto é tão importante quanto o que é dito.

Folha Online - E com relação ao público? Você tem que dialogar com quem entende muito de moda e com o leigo

Lilian Pacce - Desde o começo, meu maior desafio é exatamente esse, não falar só com o mundinho. Falar com quem gosta e com quem precisa, porque todo mundo querendo ou não, está ligado à moda. Já que todo mundo se veste e escolhe roupas diferentes para trabalhar, namorar.

Folha Online - Qual a sua fórmula para falar com todo mundo

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Lilian Pacce com o estilista Valentino em entrevista feita neste ano para o GNT Fashion
Lilian Pacce com o estilista Valentino em entrevista feita neste ano para o GNT Fashion
Lilian Pacce - Sempre penso que precisamos aumentar e criar uma cultura de moda. Não deixo de falar de um estilista conceitual, brasileiro ou internacional, mas ao mesmo tempo aproximo tudo isso da vida das pessoas. Temos uma preocupação muito grane com o serviço, seja de uma exposição relacionada ou o endereço de uma loja. O negócio é não tem preconceito e pender para um lado, nem para o serviço puro nem falar só da moda como forma de arte.

Justamente essa abrangência da moda é legal. O programa pode ser muito diferente sempre. Fizemos, por exemplo, um programa especial na África, que saiu totalmente do padrão. Visitamos as africanas num vilarejo, mostramos a moda de outra maneira, não só a da passarela. Ela está em todas as ruas, de Nova York, São Paulo e da África.

Folha Online - Apesar de abrangente, não é exagero o Brasil ter dois eventos de moda, o Fashion Rio e a São Paulo Fashion Week?

Lilian Pacce - Eu acho exagero. A França, que é o berço da moda, pelo que se entende hoje, tem só uma semana de moda, em Paris. Acho que duas semanas é redundante e extensivo. Para ocupar o calendário aqui e no Rio, é preciso colocar muitas marcas para desfilar. O resultado é um desnível muito; temos na mesma semana gente muita talentosa e aqueles que ainda não estariam em condições de entrar numa passarela.

Folha Online - Mas não existe briga, competição entre as organizações?

Lilian Pacce - Imagino que tenha, senão eles já estariam juntos ou se entendido. Juntas elas seriam mais fortes que separadas. O ideal seria conciliar, só não sei como.

Folha Online - O Brasil é um grande celeiro de modelos. Gisele é hoje o principal rosto do país, mas já disse que pretende se aposentar em breve. Já temos alguém pronta para ocupar o cargo dela?

Lilian Pacce - Temos nomes famosos, como a Carol Trentini, Raquel Zimerman. Mas Gisele é um fenômeno mundial, não só brasileiro. Ela é hors-concours, algo que não acontece com freqüência no mundo da moda, não dá para comparar com outros nomes. É como Senna e Rubinho. Não vejo uma pessoa que tenha potencial para substituí-la.

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