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01/08/2006
-
13h18
da Folha Online
O ator Mel Gibson, 50, divulgou nesta terça-feira um novo comunicado no qual pede desculpas aos judeus por suas declarações anti-semitas. O ator foi preso na última sexta-feira por dirigir embriagado em Malibu, Califórnia. Durante a prisão, ele agrediu verbalmente os policiais.
"Os judeus são responsáveis por todas as guerras do mundo", teria sido uma das frases ditas pelo ator e diretor, após se referir aos policiais (incluindo um delegado judeu) como "judeus de merda". O delegado James Mee afirmou à àgência de notícias Associated Pres que não levou a sério os comentários que o ator fez logo após ser preso.
Gibson foi detido por dirigir a 140 km/h, 75 km/h acima da velocidade máxima permitida na estrada de Malibu. Segundo a polícia, o nível de álcool no sangue dele no momento da detenção era de 0,12%, quando o limite legal é de 0,08%. No carro do ator, um Lexus LS, foi encontrada uma garrafa de tequila. Gibson foi liberado logo em seguida após pagamento de uma fiança de US$ 5 mil.
O episódio reacendeu as críticas feitas ao ator quando dirigiu "A Paixão de Cristo" (2004), filme que descreve as últimas horas da vida de Jesus Cristo. Ele foi acusado de anti-semitismo ao incriminar os judeus pela sua morte.
"Não há desculpas e não deveria haver tolerância para ninguém que pensa ou expressa qualquer tipo de comentário anti-semita. Quero me desculpar espeficicamente com todos da comunidade judaica pelas palavras sarcásticas e danosas que eu disse a um oficial da polícia na noite em que fui preso", diz o ator em nota oficial divulgada hoje.
Gibson afirma ser uma pessoa pública e que, quando diz algo, mesmo em um "momento de insanidade", suas palavras ganham um peso maior na mídia. "Devo assumir a responsabilidade por minhas palavras e pedir desculpas diretamente àqueles que ficaram magoados e ofendidos por essas palavras", ressaltou o ator.
"Todo ser humano é um filho de Deus, e se eu desejo honrar meu Deus, tenho de honrar seus filhos", continuou. "Por favor, saibam, do meu coração, que não sou anti-semita. Não sou invejoso. Qualquer tipo de ódio vai contra a minha fé. [...] Não estou apenas pedindo perdão. Gostaria de dar um passo além e encontrar os líderes da comunidade judaica, com quem poderei ter uma conversa cara a cara para encontrarmos o caminho apropriado para uma resolução."
No comunicado, Gibson comentou ainda seu ingresso em um programa de reabilitação para tratar-se do alcoolismo. "Percebo agora que não posso fazer isso sozinho", disse o ator, que pediu a ajuda da comunidade judaica para o seu restabelecimento. "Sei que haverá muitos na comunidade que não irão querer nada comigo, e é compreensível. Mas rezo para que as portas não estejam fechadas para sempre."
O ator finalizou o comunicado dizendo que suas palavras não têm relação apenas com o episódio da prisão. "Isso não diz respeito a um filme nem a uma licença artística. Isso diz respeito à vida real e ao reconhecimento das conseqüências dolorosas que as palavras podem ter. É sobre conviver em harmonia em um mundo que parece ter ficado louco", considerou Gibson.
Reações
A Liga dos Estados Unidos Contra a Difamação declarou que o pedido de desculpas é insuficiente, e quer que Gibson seja gravemente punido. "Parece que a combinação de bebida e a prisão revelou seu verdadeiro caráter", disse Abraham H. Foxman, diretor da Liga Contra a Difamação, à Associated Press. "O único jeito de combater intolerantes é estabelecer um preço para a intolerância", continuou.
Nesta terça, a rede de televisão ABC cancelou uma minissérie sobre o holocausto que seria produzida junto com o ator e sua produtora, a Icon Productions. A informação foi divulgada pela emissora em um breve comunicado.
"Já se passaram dois anos e ainda não vimos o primeiro rascunho ou roteiro, por isso decidimos não levar adiante o projeto com a Icon", disse a ABC,que não comentou a prisão de Mel Gibson na última sexta-feira e o fato dele ter proferido frases anti-semitas.
A minissérie da ABC seria baseada em um livro de memórias sobre um judeu holandês durante a Segunda Guerra Mundial.
Com agências internacionais
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Mel Gibson pede desculpas a judeus e nega ser anti-semita
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O ator Mel Gibson, 50, divulgou nesta terça-feira um novo comunicado no qual pede desculpas aos judeus por suas declarações anti-semitas. O ator foi preso na última sexta-feira por dirigir embriagado em Malibu, Califórnia. Durante a prisão, ele agrediu verbalmente os policiais.
"Os judeus são responsáveis por todas as guerras do mundo", teria sido uma das frases ditas pelo ator e diretor, após se referir aos policiais (incluindo um delegado judeu) como "judeus de merda". O delegado James Mee afirmou à àgência de notícias Associated Pres que não levou a sério os comentários que o ator fez logo após ser preso.
AP Photo |
Ator Mel Gibson decidiu iniciar um programa de reabilitação após dirigir embriagado |
O episódio reacendeu as críticas feitas ao ator quando dirigiu "A Paixão de Cristo" (2004), filme que descreve as últimas horas da vida de Jesus Cristo. Ele foi acusado de anti-semitismo ao incriminar os judeus pela sua morte.
"Não há desculpas e não deveria haver tolerância para ninguém que pensa ou expressa qualquer tipo de comentário anti-semita. Quero me desculpar espeficicamente com todos da comunidade judaica pelas palavras sarcásticas e danosas que eu disse a um oficial da polícia na noite em que fui preso", diz o ator em nota oficial divulgada hoje.
Gibson afirma ser uma pessoa pública e que, quando diz algo, mesmo em um "momento de insanidade", suas palavras ganham um peso maior na mídia. "Devo assumir a responsabilidade por minhas palavras e pedir desculpas diretamente àqueles que ficaram magoados e ofendidos por essas palavras", ressaltou o ator.
Divulgação |
Filme "A Paixão de Cristo", de Mel Gibson, gerou protestos de judeus ao redor do mundo |
No comunicado, Gibson comentou ainda seu ingresso em um programa de reabilitação para tratar-se do alcoolismo. "Percebo agora que não posso fazer isso sozinho", disse o ator, que pediu a ajuda da comunidade judaica para o seu restabelecimento. "Sei que haverá muitos na comunidade que não irão querer nada comigo, e é compreensível. Mas rezo para que as portas não estejam fechadas para sempre."
O ator finalizou o comunicado dizendo que suas palavras não têm relação apenas com o episódio da prisão. "Isso não diz respeito a um filme nem a uma licença artística. Isso diz respeito à vida real e ao reconhecimento das conseqüências dolorosas que as palavras podem ter. É sobre conviver em harmonia em um mundo que parece ter ficado louco", considerou Gibson.
Reações
A Liga dos Estados Unidos Contra a Difamação declarou que o pedido de desculpas é insuficiente, e quer que Gibson seja gravemente punido. "Parece que a combinação de bebida e a prisão revelou seu verdadeiro caráter", disse Abraham H. Foxman, diretor da Liga Contra a Difamação, à Associated Press. "O único jeito de combater intolerantes é estabelecer um preço para a intolerância", continuou.
Nesta terça, a rede de televisão ABC cancelou uma minissérie sobre o holocausto que seria produzida junto com o ator e sua produtora, a Icon Productions. A informação foi divulgada pela emissora em um breve comunicado.
"Já se passaram dois anos e ainda não vimos o primeiro rascunho ou roteiro, por isso decidimos não levar adiante o projeto com a Icon", disse a ABC,que não comentou a prisão de Mel Gibson na última sexta-feira e o fato dele ter proferido frases anti-semitas.
A minissérie da ABC seria baseada em um livro de memórias sobre um judeu holandês durante a Segunda Guerra Mundial.
Com agências internacionais
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