Publicidade
Publicidade
18/08/2006
-
19h34
SÉRGIO RIPARDO
Editor de Ilustrada da Folha Online
Silvio Santos comemorou hoje 25 anos do SBT em clima de "festa da firma", reunindo seus funcionários em um almoço. Na entrada do Complexo Anhanguera, onde ficam seus estúdios, uma cena resumiu a atual situação da emissora: sósias de Chaves, Chiquinha, Kiko, Dona Florinda, Seu Barriga, Dona Clotilde e Rebeldes recepcionavam quem chegava.
Hoje, o SBT pode ser considerada uma emissora retrô, "refém" do passado e das fórmulas popularescas importadas, repetindo-se no tempo como um "Gong Show" infinito. O canal reprisa novelas e séries mexicanas à exaustão, como o humorístico "Chaves", sua terceira maior audiência, segundo o Ibope.
Formatos antigos de atrações são "eternizados" na grade de programação, a exemplo de nomes veteranos como Hebe Camargo e Carlos Alberto de Nóbrega ("A Praça É Nossa"). É uma emissora que arrisca e inova muito pouco. Tudo é movido pelo "feeling" do "patrão", como diria a voz do Lombardi, o auxiliar oculto (Luiz Lombardi) do "Homem do Baú". Mesmo ouvindo opiniões alheias, é Silvio Santos quem dá sempre a última palavra.
Às vezes, ele acerta na mosca e marca um gol no Ibope. Foi o que aconteceu com o reality show "Casa dos Artistas" (2001), em que foi acusado de plágio pela Globo, e agora com o game show "Topa ou Não Topa", a segunda maior audiência do SBT. Às vezes, erra feio, como ocorre hoje com o fiasco de "Cristal", versão brasileira de uma novela mexicana ("Isso nunca vai dar certo no Brasil", diz Silvio de Abreu).
Graças aos lotes de filmes do tipo "arrasa-quarteirão" do estúdio norte-americano Warner Bros., o SBT consegue respirar no posto de segunda maior emissora do país, apesar da ofensiva da Record. Além das atrações comandadas por Silvio como o "Topa ou Não Topa", são as exibições de filmes que seguram o ibope do SBT. A faixa "8 e Meia no Cinema" liderava a audiência da emissora no início do mês.
No dia 12 de dezembro, Silvio Santos faz 76 anos. Sua vitalidade em sorrir, em gesticular e em levantar o astral do auditório e do telespectador, de forma tão peculiar e caricata, ainda tem ressonância no país --principalmente nos grotões, no "lado B do Brasil", naquela gente que coloca o sorteio da "Tele Sena" entre os cinco programas mais vistos do SBT, nos nostálgicos que não perdem um única edição do "Rei Majestade", nos que são viciados em baixaria, oops, em programas popularescos, de veia trash ou mundo-cão, filão da emissora de Gugu, Ratinho e Kajuru.
Se antes do avanço dos bispos da Universal da Record, o SBT falava grosso e sonhava em bater a Globo, hoje o canal de Silvio Santos deixou de olhar para cima e se preocupa em evitar cair para o terceiro lugar. O dízimo da Universal, origem da alavancada da Record, seria um carnê do Baú com passaporte para o céu incluído?
As recentes contratações, como Ana Paula Padrão e Carlos Nascimento, foram ainda insuficientes para dar o verniz de prestígio para o SBT. A emissora ainda sofre da falta de organização e estrutura na "cozinha". Por exemplo, comunica-se mal com a mídia e a sociedade. Nem os resumos dos capítulos de suas novelas, o básico do básico, são divulgados de forma correta. Seu site oficial traz informações desatualizadas de suas atrações, um desrespeito ao telespectador.
Até o que dá certo na emissora recebe tratamento relapso. Exemplo: no começo deste mês, estreou a terceira temporada de "Rebelde", uma febre entre adolescentes, mas o SBT nem se deu ao trabalho de divulgar, como ocorre com freqüência com mudanças nos horários e dias de programas.
Apesar dos tropeços, exageros e tiros no pé, a antiga TVS ainda é uma boa diversão com seu projeto desbotado de televisão alinhado com os modismos da TV americana do passado. "Brega, caipira, lixo". São esses os rótulos que os inimigos do SBT costumam atirar contra sua programação. Mas nada parece apagar a disposição de Silvio Santos de se imortalizar na tela. "É com você, Lombardi".
Leia mais
Confira o que ícones do SBT falaram sobre 25 anos do canal
Análise: Pingüins da TV Cultura desbancam "reino de Xuxa"
Análise: Sem inovação, TV diversifica baixaria no 1º semestre
Silvio Santos põe enlatados americanos no lugar de Kajuru
Especial
Leia o que já foi publicado sobre SBT
Comentário: SBT completa 25 anos com projeto desbotado de TV popular
Publicidade
Editor de Ilustrada da Folha Online
Silvio Santos comemorou hoje 25 anos do SBT em clima de "festa da firma", reunindo seus funcionários em um almoço. Na entrada do Complexo Anhanguera, onde ficam seus estúdios, uma cena resumiu a atual situação da emissora: sósias de Chaves, Chiquinha, Kiko, Dona Florinda, Seu Barriga, Dona Clotilde e Rebeldes recepcionavam quem chegava.
Hoje, o SBT pode ser considerada uma emissora retrô, "refém" do passado e das fórmulas popularescas importadas, repetindo-se no tempo como um "Gong Show" infinito. O canal reprisa novelas e séries mexicanas à exaustão, como o humorístico "Chaves", sua terceira maior audiência, segundo o Ibope.
Divulgação |
Sósias na entrada do SBT festejam 25 anos da emissora; leia depoimentos de ícones do canal |
Às vezes, ele acerta na mosca e marca um gol no Ibope. Foi o que aconteceu com o reality show "Casa dos Artistas" (2001), em que foi acusado de plágio pela Globo, e agora com o game show "Topa ou Não Topa", a segunda maior audiência do SBT. Às vezes, erra feio, como ocorre hoje com o fiasco de "Cristal", versão brasileira de uma novela mexicana ("Isso nunca vai dar certo no Brasil", diz Silvio de Abreu).
Graças aos lotes de filmes do tipo "arrasa-quarteirão" do estúdio norte-americano Warner Bros., o SBT consegue respirar no posto de segunda maior emissora do país, apesar da ofensiva da Record. Além das atrações comandadas por Silvio como o "Topa ou Não Topa", são as exibições de filmes que seguram o ibope do SBT. A faixa "8 e Meia no Cinema" liderava a audiência da emissora no início do mês.
Divulgação |
Bozo (Arlindo Barreto) "ressuscita" em festa de aniversário de 25 anos do SBT |
Se antes do avanço dos bispos da Universal da Record, o SBT falava grosso e sonhava em bater a Globo, hoje o canal de Silvio Santos deixou de olhar para cima e se preocupa em evitar cair para o terceiro lugar. O dízimo da Universal, origem da alavancada da Record, seria um carnê do Baú com passaporte para o céu incluído?
As recentes contratações, como Ana Paula Padrão e Carlos Nascimento, foram ainda insuficientes para dar o verniz de prestígio para o SBT. A emissora ainda sofre da falta de organização e estrutura na "cozinha". Por exemplo, comunica-se mal com a mídia e a sociedade. Nem os resumos dos capítulos de suas novelas, o básico do básico, são divulgados de forma correta. Seu site oficial traz informações desatualizadas de suas atrações, um desrespeito ao telespectador.
Divulgação |
Programas de auditório como o "Show de Calouros" viraram marca do domingo na TV |
Apesar dos tropeços, exageros e tiros no pé, a antiga TVS ainda é uma boa diversão com seu projeto desbotado de televisão alinhado com os modismos da TV americana do passado. "Brega, caipira, lixo". São esses os rótulos que os inimigos do SBT costumam atirar contra sua programação. Mas nada parece apagar a disposição de Silvio Santos de se imortalizar na tela. "É com você, Lombardi".
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alice Braga produzirá nova série brasileira original da Netflix
- Sem renovar contrato, Fox retira canais da operadora Sky
- Filósofo e crítico literário Tzvetan Todorov morre, aos 77, em Paris
- Quadrinhos
- 'A Richard's estava perdendo sua cara', diz Ricardo Ferreira, de volta à marca
+ Comentadas
- Além de Gaga, Rock in Rio confirma Ivete, Fergie e 5 Seconds of Summer
- Retrospectiva celebra os cem anos da mostra mais radical de Anita Malfatti
+ EnviadasÍndice