Publicidade
Publicidade
08/09/2006
-
10h04
ALEXANDRE MATIAS
Colaboração para a Folha de S.Paulo
Além de "Abracadabra", outro lançamento online mostra a longevidade de "Revolver", mas aqui nostalgia e pesquisa são deixadas para trás. "Revolved", uma homenagem feita pelo produtor inglês Chris Shaw, busca aglutinar referências de diferentes épocas para olhar para frente.
O disco --que, como o livro de Newman, só existe na internet-- é uma releitura faixa-a-faixa de "Revolver" à luz da cultura "mashup" (leia abaixo). De cara, a faixa de abertura "Taxman" perde seu baixo e bateria originais, substituídos pelo instrumental de "New Pollution" do americano Beck. Mais à frente, "I'm Only Sleeping" funde-se com "Glory Box", do Portishead, "For No One" é assombrada por "Close to Me", do Cure, e "Tomorrow Never Knows" ganha ares fantásticos com um tema de John Barry para um filme de James Bond.
"Revolved" pode ser encontrado no endereço http://revolvedalbum.blogspot.com/.
Mistura fina
"Mashup" é uma enorme subcultura de produtores caseiros, que começaram a jogar vocais de hip hop e R&B sobre bases de bandas de novo rock --na época, há cerca de cinco anos, chamávamos isso de "bastard pop". Mas a cultura atingiu um novo patamar quando o DJ Danger Mouse foi revelado ao mercado e ao público ao colidir o álbum branco dos Beatles com o Black Album de Jay Z. Ao subverter a estética "clássica" de ambos gêneros e ignorar os direitos autorais, o produtor criou uma pequena obra-prima moderna e seguiu para produzir um dos melhores discos do ano passado --"Demon Days", do Gorillaz-- e atinge brilho próprio ao associar-se com o MC Cee-lo no projeto Gnarls Barkley, uma das melhores coisas deste ano.
Assim, vários produtores iniciantes vêm usando desse subterfúgio para chamar atenção para seu trabalho, uns mais felizes que os outros. E só entre os álbuns clássicos, já desvirtuaram o "Pet Sounds", dos Beach Boys (duas vezes, "Bastard Pet Sounds" e "Hippocamp Ruins Pet Sounds"), o "London Calling", do Clash (que virou "London Booted"), ou o "Yoshimi", dos Flaming Lips ("Yoshimi Battles the Hip Hop Robots"). E, pelo andar da carruagem, é só o começo.
Leia mais
Livros virtuais analisam "Revolver", dos Beatles, que faz 40 anos
Especial
Leia o que já foi publicado sobre os Beatles
Produtor inglês recria álbum "Revolver" faixa-a-faixa
Publicidade
Colaboração para a Folha de S.Paulo
Além de "Abracadabra", outro lançamento online mostra a longevidade de "Revolver", mas aqui nostalgia e pesquisa são deixadas para trás. "Revolved", uma homenagem feita pelo produtor inglês Chris Shaw, busca aglutinar referências de diferentes épocas para olhar para frente.
O disco --que, como o livro de Newman, só existe na internet-- é uma releitura faixa-a-faixa de "Revolver" à luz da cultura "mashup" (leia abaixo). De cara, a faixa de abertura "Taxman" perde seu baixo e bateria originais, substituídos pelo instrumental de "New Pollution" do americano Beck. Mais à frente, "I'm Only Sleeping" funde-se com "Glory Box", do Portishead, "For No One" é assombrada por "Close to Me", do Cure, e "Tomorrow Never Knows" ganha ares fantásticos com um tema de John Barry para um filme de James Bond.
"Revolved" pode ser encontrado no endereço http://revolvedalbum.blogspot.com/.
Mistura fina
"Mashup" é uma enorme subcultura de produtores caseiros, que começaram a jogar vocais de hip hop e R&B sobre bases de bandas de novo rock --na época, há cerca de cinco anos, chamávamos isso de "bastard pop". Mas a cultura atingiu um novo patamar quando o DJ Danger Mouse foi revelado ao mercado e ao público ao colidir o álbum branco dos Beatles com o Black Album de Jay Z. Ao subverter a estética "clássica" de ambos gêneros e ignorar os direitos autorais, o produtor criou uma pequena obra-prima moderna e seguiu para produzir um dos melhores discos do ano passado --"Demon Days", do Gorillaz-- e atinge brilho próprio ao associar-se com o MC Cee-lo no projeto Gnarls Barkley, uma das melhores coisas deste ano.
Assim, vários produtores iniciantes vêm usando desse subterfúgio para chamar atenção para seu trabalho, uns mais felizes que os outros. E só entre os álbuns clássicos, já desvirtuaram o "Pet Sounds", dos Beach Boys (duas vezes, "Bastard Pet Sounds" e "Hippocamp Ruins Pet Sounds"), o "London Calling", do Clash (que virou "London Booted"), ou o "Yoshimi", dos Flaming Lips ("Yoshimi Battles the Hip Hop Robots"). E, pelo andar da carruagem, é só o começo.
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alice Braga produzirá nova série brasileira original da Netflix
- Sem renovar contrato, Fox retira canais da operadora Sky
- Filósofo e crítico literário Tzvetan Todorov morre, aos 77, em Paris
- Quadrinhos
- 'A Richard's estava perdendo sua cara', diz Ricardo Ferreira, de volta à marca
+ Comentadas
- Além de Gaga, Rock in Rio confirma Ivete, Fergie e 5 Seconds of Summer
- Retrospectiva celebra os cem anos da mostra mais radical de Anita Malfatti
+ EnviadasÍndice