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19/09/2006 - 08h12

Romero Britto invade aeroportos e diz que críticos têm inveja

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DIÓGENES MUNIZ
da Folha Online

Canecas, gravatas, bolsas, caixas de sabão em pó, latas de refrigerante, biquínis, sandálias, embalagens de panetone. O artista plástico Romero Britto, 42, já teve suas alegres e acessíveis linhas reproduzidas em dezenas de suportes diferentes. A partir desta semana até outubro, dez aeroportos brasileiros --entre eles o de Congonhas (zona sul de SP)-- ganharão painéis assinados pelo recifense. Reacende-se assim uma polêmica entre estudiosos de arte, público e o próprio artista.

Em 23 de outubro, no centenário do vôo do 14 Bis de Santos Dumont, Britto inaugura em Congonhas um aviador ao seu estilo, bastante colorido.

Divulgação
Artista plástico recifense Romero Britto ao lado de uma escultura de sua autoria
Artista plástico recifense Romero Britto ao lado de uma escultura de sua autoria
"Agora, toda vez que vocês voarem, vão ver esse painel", diz, orgulhoso.

O painel terá 3m de altura por 3m de largura. A obra foi feita em seu atelier, em Miami. Será mais uma chance para brasileiros reforçarem sua relação de amor e ódio com o mais popular artista plástico brasileiro contemporâneo.

Críticas e afagos

Enquanto críticos torcem o nariz e até evitam chamar Britto de artista plástico, o público (brasileiro, norte-americano, europeu) vê status agregado em cada produto que aparece com algum animalzinho desenhado pelo artista. Britto, por sua vez, aproveita a polêmica.

"Agradeço as referências. Por favor, podem falar em mim", diz, com o sotaque bastante americanizado, fruto da vida nos EUA há quase duas décadas. "Sobre essas pessoas [que criticam], elas podiam ligar para a Ellein Guggenheim e perguntar o que ela acha", desfere.

Ellein Guggenheim, herdeira do Guggenheim Museum de Nova York, classificou a produção de Britto como "uma arte de alegria e prazer que tantas pessoas em todo o mundo apreciam." Segundo Britto, existe "muita inveja" em relação ao seu trabalho.

Divulgação
Romero Britto, 42, pinta em seu atellier
Romero Britto, 42, pinta em seu atellier
Para os estudiosos brasileiros, porém, Britto é comercial demais. Faz apenas entretenimento, e não arte, dizem. As comparações entre ele e o pai da pop art, Andy Warhol, costumam irritar ainda mais os entendidos. Isso porque enquanto Warhol se apropriava da produção em massa para ironizá-la, Britto admite querer passar apenas "coisas simples e belas".

A ascensão do artista plástico recifense não começou pelas galerias. Após alguns anos vendendo quadros na rua, foi descoberto por uma marca de vodka que lançou seu estilo em propagandas de mais de 60 revistas.

Foi questão de tempo até Bill Clinton, Michael Jordan, Bill Murray e [seu favorito] Arnold Schwarzenegger encomendarem obras. Hoje, uma encomenda pode demorar oito anos e custar mais de R$ 100 mil.

"Minha arte é voltada a inspirar gente jovem. Eu quero que minha arte traga inspiração para muitas pessoas."

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