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08/10/2006
-
02h15
DIÓGENES MUNIZ
da Folha Online
O vendedor de doces ambulante Mario Alessandro, 30, conseguiu um dos lugares mais privilegiados no show do RBD deste sábado em São Paulo. Ele ficou junto aos VIPs e aos que compraram ingressos mais caros, a poucos metros dos cantores mexicanos.
Para aproveitar a vista, Alessandro levou sua câmera digital. "Meus filhos pediram para eu registrar tudo. Eles queriam vir, mas não deu para bancar." Ellen Alessandro, 10, e Eder Alessandro, 7, estudam em colégios públicos em Diadema e, segundo o pai, gostam da banda desde o início da febre.
"Eles pedem tudo desses rebeldes aí: CD, roupa. É uma boa facada no bolso", explica Alessandro, que na altura da 15ª música já se preocupava com a bateria da câmera. Segundo o próprio, em um show como o do RBD é possível vender cerca de R$ 200 em produtos (os ingressos para área em que Alessandro estava à trabalho custavam o dobro).
Critérios
Nem todos, porém, precisaram ver o show por meio das fotos do vendedor de
balas. Além dos 5 mil amigos da produção e da gravadora que ganharam entradas VIP, houve mais gente que assistiu com tudo pago. Alguns alunos de escolas particulares foram ao show por meio do pacote destinado às crianças carentes. Foi o caso dos convidados da Associação Pró Menor, que, segundo uma voluntária, levou 50 pessoas (entre adultos e adolescentes) para assistirem ao show de graça.
A Associação Pró Menor, por meio de sua vice-presidência, negou que os convidados fossem de colégios particulares.
Célia Kiss, uma das voluntárias da entidade, explicou que o grupo não é
formado pelo que se pode chamar de crianças necessitadas. Ao ser questionada sobre a proposta da entidade, respondeu: "Nós temos endereço, CNPJ, tudo... até já fomos no espetáculo da "Floribella". A proposta é mais ou menos essa, de levar o grupo para esses eventos culturais". Mas e os jovens? "Eles não são carentes, são lá do bairro mesmo [Arthur Alvim]."
A voluntária Vera Magalhães, responsável pelas 20 crianças do abrigo de
Pinheiros, mostrou-se surpresa com a presença de jovens de escolas particulares e criticou a falta de crivo na seleção. "Não sabia disso, pensei que fossem só crianças de abrigos. Muitas querem vir e não podem, e aí, como fica?"
Segundo foi divulgado pela Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) de São Paulo, 2 mil crianças carentes seriam levadas ao show. A seleção das entidades responsáveis pelas crianças foi feita pela própria secretaria. A reportagem tentou entrar em contato com a SMADS após o show, mas ainda não obteve resposta sobre os critérios utilizados na escolha de entidades convidadas ao show.
Especial
Veja o que já foi publicado sobre o RBD
Sem poder levar filhos, vendedor de doces registra show em câmera digital
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da Folha Online
O vendedor de doces ambulante Mario Alessandro, 30, conseguiu um dos lugares mais privilegiados no show do RBD deste sábado em São Paulo. Ele ficou junto aos VIPs e aos que compraram ingressos mais caros, a poucos metros dos cantores mexicanos.
Para aproveitar a vista, Alessandro levou sua câmera digital. "Meus filhos pediram para eu registrar tudo. Eles queriam vir, mas não deu para bancar." Ellen Alessandro, 10, e Eder Alessandro, 7, estudam em colégios públicos em Diadema e, segundo o pai, gostam da banda desde o início da febre.
"Eles pedem tudo desses rebeldes aí: CD, roupa. É uma boa facada no bolso", explica Alessandro, que na altura da 15ª música já se preocupava com a bateria da câmera. Segundo o próprio, em um show como o do RBD é possível vender cerca de R$ 200 em produtos (os ingressos para área em que Alessandro estava à trabalho custavam o dobro).
Critérios
Nem todos, porém, precisaram ver o show por meio das fotos do vendedor de
balas. Além dos 5 mil amigos da produção e da gravadora que ganharam entradas VIP, houve mais gente que assistiu com tudo pago. Alguns alunos de escolas particulares foram ao show por meio do pacote destinado às crianças carentes. Foi o caso dos convidados da Associação Pró Menor, que, segundo uma voluntária, levou 50 pessoas (entre adultos e adolescentes) para assistirem ao show de graça.
A Associação Pró Menor, por meio de sua vice-presidência, negou que os convidados fossem de colégios particulares.
Célia Kiss, uma das voluntárias da entidade, explicou que o grupo não é
formado pelo que se pode chamar de crianças necessitadas. Ao ser questionada sobre a proposta da entidade, respondeu: "Nós temos endereço, CNPJ, tudo... até já fomos no espetáculo da "Floribella". A proposta é mais ou menos essa, de levar o grupo para esses eventos culturais". Mas e os jovens? "Eles não são carentes, são lá do bairro mesmo [Arthur Alvim]."
A voluntária Vera Magalhães, responsável pelas 20 crianças do abrigo de
Pinheiros, mostrou-se surpresa com a presença de jovens de escolas particulares e criticou a falta de crivo na seleção. "Não sabia disso, pensei que fossem só crianças de abrigos. Muitas querem vir e não podem, e aí, como fica?"
Segundo foi divulgado pela Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) de São Paulo, 2 mil crianças carentes seriam levadas ao show. A seleção das entidades responsáveis pelas crianças foi feita pela própria secretaria. A reportagem tentou entrar em contato com a SMADS após o show, mas ainda não obteve resposta sobre os critérios utilizados na escolha de entidades convidadas ao show.
Especial
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