Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
10/11/2006 - 05h30

Rock vira curso superior em universidade gaúcha

Publicidade

DIÓGENES MUNIZ
RICARDO PIERI
da Folha Online

Em um filme de 2003, o ator norte-americano Jack Black ministrou aulas de rock'n'roll a uma turma primária. A idéia meio absurda que levou Richard Linklater a filmar "Escola do Rock" (School of Rock) ganhou contornos na Unisinos (Universidade do Vale do Rio dos Sinos), no Rio Grande do Sul.

Divulgação
No filme "Escola do Rock", Jack Black interpretou um professor de rock'n'roll
No filme "Escola do Rock", Jack Black interpretou um professor de rock'n'roll
Em março de 2007, uma sala com cerca de 40 alunos inaugura o ano letivo de Formação de Músicos e Produtores de Rock. Dois anos e seis meses depois, estará graduada a primeira turma de roqueiros por formação acadêmica do Brasil. A Estácio de Sá, no Rio, também planeja oferecer curso semelhantem, mas, segundo a própria univesidade, não há garantia de turma já no próximo semestre. As inscrições para o vestibular da Unisinos estão abertas até 29 de novembro e podem ser feitas apenas pela internet. O site da universidade diz que "as provas vão rolar no dia 2 de dezembro".

Para o idealizador e futuro coordenador do curso, o roqueiro gaúcho Frank Jorge, 40, (ex-Cascavelletes, ex-Graforréia Xilarmônica, ex-Cowboys Espirituais) a proposta não é enquadrar o rock, nem banalizar a academia. "Acho que não tem possibilidade do curso parecer careta. Não queremos enquadrar o rock", diz. Formado em Letras, ele também pretende dar aula de História do Rock.

A graduação --que, segundo Jorge, ainda não busca registro no MEC-- será dividida em quatro módulos: "Construção de referências musicais", "Identidade musical e elaboração de repertório", "Produção musical" e "Preparação da carreira". Os alunos terão aulas como Direito autoral, Desenvolvimento da carreira musical e Laboratório de rock --este último em parceria com estúdios. O curso ainda vai compartilhar 20% de seu currículo com outras salas da Unisinos, como de Antropologia e Ética.
Divulgação
Roqueiro gaúcho Frank Jorge, 40, será coordenador na Unisinos
Roqueiro gaúcho Frank Jorge, 40, será coordenador na Unisinos


O incentivo para Jorge pensar na graduação veio em maio deste ano, de uma provocação do poeta Fabricio Carpinejar, coordenador de Formação de Escritores e Agentes Literários na Unisinos. "Ele lembrou que a universidade não tinha curso de música", diz.

O roqueiro gaúcho pensou então em uma graduação que gostaria de ter feito há 20 anos, quando começava sua trajetória musical. "No início, pareceu um negócio meio maluco. Mas não estou preocupado em formar grandes expoentes do rock nacional, mas pessoas que vão adquirir conteúdo. O cara vai ter que entender, por exemplo, da tropicália e seu rompimento de barreiras."

Segundo Jorge, é preconceituoso apontar que o curso reforça a espetacularização da academia. "Já me disseram que rock se aprende na Pompéia, não na universidade, mas chega a ser preconceituoso alguém imaginar que ele não possa ser estudado seriamente, com profundidade. Também não há porque aliar a idéia de academia com algo chato."

Outra questão que intriga é a da disciplina. Afinal, na escola do rock "há de ser tudo da lei"? Para quem pensa em alunos embriagados, fumando na sala de aula e professores quebrando instrumentos em cima da mesa, Jorge dá um alerta. "Quem se inscreveu no vestibular vai se dedicar, vai ter que estudar. Nisso, não difere de outro curso."

Leia mais
  • Champignon recomeça "do zero" com 1º disco do Revolucionnários
  • Frank Jorge condensa o rock'n'roll gaúcho em novo trabalho solo
  • Banda Emofóbicos reforça ódio a "tribo das franjas"
  • Líder do Van Halen põe filho de 15 anos como baixista da banda

    Especial
  • Leia tudo o que já foi publicado sobre rock
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página