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13/11/2006
-
09h21
EDER CHIODETTO
Colaboração para a Folha de S.Paulo
Inaugurada em 1891, sob o signo da modernização e do capital, a avenida Paulista se tornou um marco do progresso que, ao apontar para o futuro, apaga violentamente os vestígios da sua história. Hoje, com a abertura da exposição "O Brasil de Marc Ferrez", na Galeria de Arte do Sesi, ela recupera um pouco da esquecida e trepidante atmosfera da segunda metade do século 19.
Marc Ferrez nasceu no Rio de Janeiro em 1843, apenas quatro anos após a fotografia ser inventada oficialmente por Louis Daguerre, na França. No início da década de 1860 começou a fotografar. Em 1867, abriu seu próprio estabelecimento, no Rio. Em 1870, se tornou fotógrafo da Marinha Imperial.
A mostra foi revista e ampliada após passar por Rio, Poços de Caldas, Porto Alegre e Paris, reserva um de seus módulos justamente para as fotos de vapores, cruzadores e veleiros.
A produção de Ferrez se torna histórica e mais intensa a partir de 1875, quando passa a trabalhar na Comissão Geológica do Império, o que o leva a viajar pelo Brasil. Ferrez constitui a partir daí o acervo mais rico de imagens do Brasil, sem paralelo com outros fotógrafos.
Ferrez também ficou conhecido pelo grande rigor na forma de elaborar suas composições, além de pesquisar novas soluções técnicas que o levaram a obter, por exemplo, negativos em chapa de vidro com a incrível dimensão de 1,10 metros.
As mais de 350 cópias expostas nesta mostra, refeitas com o mesmo processo utilizado por Ferrez a partir de seus originais, possuem uma definição de imagem que fará corar qualquer fotógrafo contemporâneo. "Esta também é uma mostra que fala da involução da qualidade da fotografia do século 19 até os dias de hoje", diz Sergio Burgi, co-curador da mostra.
Em salas de paredes vermelhas, o visitante encontra registros da natureza e da arquitetura do Rio, belas composições da colheita do café em São Paulo, trabalhadores do ouro em Minas, entre outras cenas.
Na sessão dos retratos, os destaques são o olhar magnético de d. Pedro 2º (1885), que já pressente a chegada da República, e um raro registro de Machado de Assis (1890). A última sala da mostra contém câmeras e alguns negativos originais de vidro, entre outros objetos.
A qualidade ímpar dos originais de Ferrez unida à tecnologia de impressão de hoje permitiu ampliar três imagens de cachoeiras em 7 metros de altura, um dos destaques da mostra. É aqui que século 19 e a modernidade representada pela avenida Paulista se reconciliam.
O Brasil de Marc Ferrez
Onde: Galeria de Arte do Sesi (av. Paulista, 1313, tel. 0/xx/11 3146-7405)
Quando: abertura hoje (convidados), às 19h; de ter. a sáb., das 10h às 20h; dom. das 10h às 19h; até 4/3
Quanto: entrada franca
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Inaugurada em 1891, sob o signo da modernização e do capital, a avenida Paulista se tornou um marco do progresso que, ao apontar para o futuro, apaga violentamente os vestígios da sua história. Hoje, com a abertura da exposição "O Brasil de Marc Ferrez", na Galeria de Arte do Sesi, ela recupera um pouco da esquecida e trepidante atmosfera da segunda metade do século 19.
Marc Ferrez nasceu no Rio de Janeiro em 1843, apenas quatro anos após a fotografia ser inventada oficialmente por Louis Daguerre, na França. No início da década de 1860 começou a fotografar. Em 1867, abriu seu próprio estabelecimento, no Rio. Em 1870, se tornou fotógrafo da Marinha Imperial.
A mostra foi revista e ampliada após passar por Rio, Poços de Caldas, Porto Alegre e Paris, reserva um de seus módulos justamente para as fotos de vapores, cruzadores e veleiros.
A produção de Ferrez se torna histórica e mais intensa a partir de 1875, quando passa a trabalhar na Comissão Geológica do Império, o que o leva a viajar pelo Brasil. Ferrez constitui a partir daí o acervo mais rico de imagens do Brasil, sem paralelo com outros fotógrafos.
Ferrez também ficou conhecido pelo grande rigor na forma de elaborar suas composições, além de pesquisar novas soluções técnicas que o levaram a obter, por exemplo, negativos em chapa de vidro com a incrível dimensão de 1,10 metros.
As mais de 350 cópias expostas nesta mostra, refeitas com o mesmo processo utilizado por Ferrez a partir de seus originais, possuem uma definição de imagem que fará corar qualquer fotógrafo contemporâneo. "Esta também é uma mostra que fala da involução da qualidade da fotografia do século 19 até os dias de hoje", diz Sergio Burgi, co-curador da mostra.
Em salas de paredes vermelhas, o visitante encontra registros da natureza e da arquitetura do Rio, belas composições da colheita do café em São Paulo, trabalhadores do ouro em Minas, entre outras cenas.
Na sessão dos retratos, os destaques são o olhar magnético de d. Pedro 2º (1885), que já pressente a chegada da República, e um raro registro de Machado de Assis (1890). A última sala da mostra contém câmeras e alguns negativos originais de vidro, entre outros objetos.
A qualidade ímpar dos originais de Ferrez unida à tecnologia de impressão de hoje permitiu ampliar três imagens de cachoeiras em 7 metros de altura, um dos destaques da mostra. É aqui que século 19 e a modernidade representada pela avenida Paulista se reconciliam.
O Brasil de Marc Ferrez
Onde: Galeria de Arte do Sesi (av. Paulista, 1313, tel. 0/xx/11 3146-7405)
Quando: abertura hoje (convidados), às 19h; de ter. a sáb., das 10h às 20h; dom. das 10h às 19h; até 4/3
Quanto: entrada franca
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