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17/11/2006 - 09h12

"Caminho para Guantánamo" denuncia abusos em base naval

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RICARDO CALIL
do Guia da Folha

No final de 2001, Asif Iqbal, Ruhel Ahmed e Shafiq Rasul, três jovens ingleses de origem paquistanesa, viajaram ao Afeganistão de maneira imprudente, já que o país asiático estava prestes a ser invadido pelos Estados Unidos, que queriam derrubar o regime do Taleban como resposta aos atentados de 11 de Setembro.

Eles foram confundidos com terroristas, presos pelo Exército americano e transportados até a prisão da base naval americana de Guantánamo, em Cuba. Ali sofreram maus tratos e torturas para confessar conexões com a Al-Qaeda. Dois anos depois, foram libertados por falta de provas, sem um pedido de desculpas.

"Caminho para Guantánamo", dirigido pelos ingleses Michael Winterbottom e Mat Whiteccross, reconta a história do trio em formato de docudrama. O filme intercala depoimentos reais dos jovens com reencenações fictícias, em que eles são interpretados por atores, de seu calvário no Afeganistão e em Cuba.

Como havia demonstrado em "Neste Mundo" (2002), Winterbottom tem talento para emular um certo estilo documental, com câmera na mão, cenários realistas e interpretações naturalistas. Mas "Caminho para Guantánamo" deixa a sensação de uma mise-en-scène um tanto aleatória, sem a preocupação de estabelecer uma relação orgânica entre os atores e o espaço da ação. O filme consegue imitar o real, mas não reelaborá-lo --como acontece no recente "Vôo United 93".

Como filme-denúncia, "Caminho para Guantánamo" é uma peça de contrapropaganda eficaz e fundamental, por demonstrar, de forma crua e impactante, os abusos cometidos pelo governo Bush na guerra ao terror. Como cinema, tem limitações derivadas de seu formato de docudrama, que remete a um "Linha Direta" mais competente e sofisticado.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre o cineasta Michael Winterbottom

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