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20/11/2006
-
10h47
da Folha Online
Dadinho é o c... O nome dele agora é Sovaco. Ainda marcado pelo forte personagem de "Cidade de Deus" vivido quatro anos atrás, Leandro Firmino, 28, volta a interpretar um traficante na próxima novela da Record, "Vidas Opostas", que estréia nesta terça-feira (21).
Será a primeira novela do ator. Ele afirma que relutou em aceitar o papel, justamente para fugir do estigma de Zé Pequeno. "No início, fiquei pouco interessado nesse trabalho, pois já fiz um bandido que ficou muito marcado. Mas Alexandre Avancini [diretor geral da novela] me convenceu, me mostrou que o personagem teria outro caminho", diz Firmino. "Sovaco é mais tranqüilo, não enxerga o crime como único caminho. Ele tem o sonho de ser cantor de pagode."
Para viver o traficante-pagodeiro que é querido por sua comunidade, o ator afirma não ter feito pesquisa ou o chamado "laboratório". "O personagem foi construído em cima do que já observei na vida", diz Firmino. Para ele, a história tem uma boa dose de realidade. "Já vi gente entrar no crime com e sem necessidade. Tem de tudo", considera. "A falta de oportunidade nas comunidades [carentes] é grande, principalmente para os negros."
Às voltas com o Dia da Consciência Negra (feriado municipal em São Paulo), o ator ressalta que a falta de espaço está também no meio artístico. "Faltam diretores negros e espaço para eles contarem suas histórias", diz ele, citando entre as exceções o cineasta Joel Zito Araújo ("A Negação do Brasil", "Filhas do Vento").
Sobre a possibilidade de seu personagem, um traficante, reforçar o estigma dos trabalhos destinados aos atores negros, Firmino contemporiza. "Posso fazer um bandido, mas de outra forma. O personagem precisa ter uma história --no caso do Sovaco, existe a tentativa de sair do crime."
Não fosse assim, diz ele, dificilmente aceitaria o papel. Ciente do peso de Dadinho em sua carreira (apesar de acumular trabalhos em sua carreira --entre eles, os longas "Cafundó", "Trair e Coçar", e "Palace 2") e do longo caminho a ser percorrido pelos artistas negros, ele torce para que Sovaco não seja apenas mais um "traficante negro morador de comunidade".
"O Brasil é um país segregador", destaca Firmino. "O fato de eu, negro, ter tido uma grande oportunidade na vida não me fez esquecer essa questão."
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De Dadinho a Sovaco, Leandro Firmino volta à cena em novela
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Dadinho é o c... O nome dele agora é Sovaco. Ainda marcado pelo forte personagem de "Cidade de Deus" vivido quatro anos atrás, Leandro Firmino, 28, volta a interpretar um traficante na próxima novela da Record, "Vidas Opostas", que estréia nesta terça-feira (21).
Divulgação |
Leandro Firmino está em novela |
Para viver o traficante-pagodeiro que é querido por sua comunidade, o ator afirma não ter feito pesquisa ou o chamado "laboratório". "O personagem foi construído em cima do que já observei na vida", diz Firmino. Para ele, a história tem uma boa dose de realidade. "Já vi gente entrar no crime com e sem necessidade. Tem de tudo", considera. "A falta de oportunidade nas comunidades [carentes] é grande, principalmente para os negros."
Às voltas com o Dia da Consciência Negra (feriado municipal em São Paulo), o ator ressalta que a falta de espaço está também no meio artístico. "Faltam diretores negros e espaço para eles contarem suas histórias", diz ele, citando entre as exceções o cineasta Joel Zito Araújo ("A Negação do Brasil", "Filhas do Vento").
Sobre a possibilidade de seu personagem, um traficante, reforçar o estigma dos trabalhos destinados aos atores negros, Firmino contemporiza. "Posso fazer um bandido, mas de outra forma. O personagem precisa ter uma história --no caso do Sovaco, existe a tentativa de sair do crime."
Não fosse assim, diz ele, dificilmente aceitaria o papel. Ciente do peso de Dadinho em sua carreira (apesar de acumular trabalhos em sua carreira --entre eles, os longas "Cafundó", "Trair e Coçar", e "Palace 2") e do longo caminho a ser percorrido pelos artistas negros, ele torce para que Sovaco não seja apenas mais um "traficante negro morador de comunidade".
"O Brasil é um país segregador", destaca Firmino. "O fato de eu, negro, ter tido uma grande oportunidade na vida não me fez esquecer essa questão."
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