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15/12/2006
-
08h07
MARY PERSIA
da Folha Online
Ele é pouco discreto, nem sempre habilidoso, tem brio vulnerável e ama. Sim, o nome dele é James Bond. Mas, em "007 Cassino Royale", ele ainda não liga se o dry martini é batido ou mexido.
Baseado no romance de Ian Fleming publicado em 1953, o 21º longa do espião britânico é uma espécie de "Bond Begins". Traz o início de sua carreira como agente 00, com licença para matar, e de certa forma explica alguns comportamentos do agente. Para esse início, caiu bem um iniciante --Daniel Craig, 38, loiro, forte e não exatamente bonito.
O ator disse ter sentido a pressão de não ser uma escolha óbvia para ocupar um lugar que já foi de Pierce Brosnan, Roger Moore e, pior, de Sean Connery (além de Timothy Dalton e George Lazenby). Mas deve ter relaxado ao notar que a produção de US$ 150 milhões já arrecadou US$ 330 milhões em todo o mundo.
Alheio ao tipo já meio tiozinho de Brosnan e à elegância de Moore, Craig agregou ao Bond novato um perfil mais físico (valeu até cena de nudez), de alguém que depende da inteligência, mas não prescinde do bíceps, do tríceps e do deltóide para mostrar quem manda. Chega a ser meio bronco em seu primeiro assassinato, do qual sai ensangüentado, amarrotado e ofegante. Destaque também para a perseguição ao terrorista Mollaka, interpretado por Sébastien Foucan, um dos criadores do parkour (esporte marcado pela superação de obstáculos urbanos com saltos, quedas e acrobacias).
Mas os fãs do requinte de Bond não precisam ficar sentidos. No longa, há algo em Craig que já denuncia o que ele virá a ser. Estão lá também pistas sobre seu passado antes de se tornar um funcionário do MI-6 (vale redobrar a atenção quando M, eternamente Judi Dench, entra em cena). E, claro, há as máquinas, a começar pelos fabulosos Aston Martin --Connery usou um modelo DB5 em 1964 ("007 Contra Goldfinger").
Pena que a música-tema, escrita e cantada por Chris Cornell (Audioslave) não faça jus ao filme que é considerado "a volta" de Bond. "You Know My Name" não pode ser comparada a "Licence To Kill" (Gladys Knight), "Goldeneye" (Tina Turner), "Die Another Day" (Madonna), "A View to a Kill" (Duran Duran), "The Living Daylights" (A-Ha), "Nobody Does it Better" (Carly Simon), "Diamonds Are Forever" (Shirley Bassey) e, para começar do começo, "The James Bond Theme", a insuperável composição de "007 Contra o Satânico Dr. No" (1962).
Vilões
Dirigido por Martin Campbell ("007 Contra Goldeneye", "A Lenda do Zorro", "Limite Vertical"), "Cassino Royale" não tem relação com a versão "off-serie" de 1967, com Peter Sellers, David Niven, Ursula Andress e Orson Welles. Aqui, as características da série permanecem preservadas.
Como sempre, este novo "007" traz vilões exóticos. Le Chiffre (Mads Mikkelsen), o investidor que chora sangue, concentra as atenções, enquanto Mr. White (Jesper Christensen) aposta na eficiência da discrição.
Para combatê-los, Bond conta com o agente da CIA Felix Leiter (Jeffrey Wright), Mathis (Giancarlo Giannini), seu contato no serviço secreto britânico, e Vesper Lynd (Eva Green). Bela, inteligente e marcante, Vesper está muito acima das bondgirls.
Em "Cassino Royale", é ela quem dá nome ao drinque então predileto do espião: Martini Vesper --três doses de Gordon's, uma de vodca, meia de Kina Lillet, tudo batido e servido com gelo e uma raspa fina de casca de limão.
Este é só o começo --vem aí, em 2008, "Bond 22", continuação da aventura iniciada com a jogatina.
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Ele é pouco discreto, nem sempre habilidoso, tem brio vulnerável e ama. Sim, o nome dele é James Bond. Mas, em "007 Cassino Royale", ele ainda não liga se o dry martini é batido ou mexido.
Baseado no romance de Ian Fleming publicado em 1953, o 21º longa do espião britânico é uma espécie de "Bond Begins". Traz o início de sua carreira como agente 00, com licença para matar, e de certa forma explica alguns comportamentos do agente. Para esse início, caiu bem um iniciante --Daniel Craig, 38, loiro, forte e não exatamente bonito.
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Alheio ao tipo já meio tiozinho de Brosnan e à elegância de Moore, Craig agregou ao Bond novato um perfil mais físico (valeu até cena de nudez), de alguém que depende da inteligência, mas não prescinde do bíceps, do tríceps e do deltóide para mostrar quem manda. Chega a ser meio bronco em seu primeiro assassinato, do qual sai ensangüentado, amarrotado e ofegante. Destaque também para a perseguição ao terrorista Mollaka, interpretado por Sébastien Foucan, um dos criadores do parkour (esporte marcado pela superação de obstáculos urbanos com saltos, quedas e acrobacias).
Mas os fãs do requinte de Bond não precisam ficar sentidos. No longa, há algo em Craig que já denuncia o que ele virá a ser. Estão lá também pistas sobre seu passado antes de se tornar um funcionário do MI-6 (vale redobrar a atenção quando M, eternamente Judi Dench, entra em cena). E, claro, há as máquinas, a começar pelos fabulosos Aston Martin --Connery usou um modelo DB5 em 1964 ("007 Contra Goldfinger").
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Agente secreto vive romance em novo filme |
Vilões
Dirigido por Martin Campbell ("007 Contra Goldeneye", "A Lenda do Zorro", "Limite Vertical"), "Cassino Royale" não tem relação com a versão "off-serie" de 1967, com Peter Sellers, David Niven, Ursula Andress e Orson Welles. Aqui, as características da série permanecem preservadas.
Como sempre, este novo "007" traz vilões exóticos. Le Chiffre (Mads Mikkelsen), o investidor que chora sangue, concentra as atenções, enquanto Mr. White (Jesper Christensen) aposta na eficiência da discrição.
Para combatê-los, Bond conta com o agente da CIA Felix Leiter (Jeffrey Wright), Mathis (Giancarlo Giannini), seu contato no serviço secreto britânico, e Vesper Lynd (Eva Green). Bela, inteligente e marcante, Vesper está muito acima das bondgirls.
Em "Cassino Royale", é ela quem dá nome ao drinque então predileto do espião: Martini Vesper --três doses de Gordon's, uma de vodca, meia de Kina Lillet, tudo batido e servido com gelo e uma raspa fina de casca de limão.
Este é só o começo --vem aí, em 2008, "Bond 22", continuação da aventura iniciada com a jogatina.
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