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26/01/2007 - 20h06

Fotógrafos e câmeras esnobam moda da SPFW

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FERNANDA CRANCIANINOV
da Folha Online

A semana de moda de São Paulo leva a cada edição, ao Pavilhão da Bienal do parque Ibirapuera, milhares de aficcionados por moda, além, claro, de modelos, estilistas e jornalistas do "mundinho". Mas há dois dois tipos profissionais que comparecem em peso e encaram a São Paulo Fashion Week como "apenas mais um trabalho". Trata-se dos fotógrafos e câmeras, que dizem não estar nem um pouco interessados nas tendências e juram que passar o dia entre modelos é um trabalho como outro qualquer.

É fácil identificá-los desfilando pelos corredores do prédio de Oscar Niemeyer. A maioria são homens, que, aparentemente, usam as mesmas roupas: colete cheio de bolsos, bolsas largas nos ombros carregadas com muito aparato tecnológico e, às vezes, até uma pequena escada a tiracolo.

Reunidos em filas, eles aguardam separadamente a abertura dos portões para mais um desfile, da Cori, de Alexandre Herchcovitch. Falam alto, dão risada e conversam sobre futebol e, claro, mulheres. Para eles, a beleza que circula no ambiente de trabalho não ameniza a carga horária.

"A gente rala como em qualquer outro trabalho", diz Samir B., que trabalha no evento para uma revista de moda. Sua responsabilidade é fotografar, em seis dias, 38 desfiles. Flávio T., fotógrafo de uma revista de comportamento, cobre o evento desde o seu início, em 1996. Ele explica que, além de fotografar modelos, tem de ficar atento às celebridades que circulam pelos corredores.

Os portões são abertos. Fotógrafos e câmeras entram para registrar mais um desfile, o 11º desta temporada. Eles se acomodam no PIT --em inglês, significa "fundo da platéia", mas em um desfile o setor fica em frente à passarela, local em que as modelos param para os flashes. Não há lugar marcado no PIT, mas rola muito respeito, garante Marcos C., assistente de câmera. "Hoje o evento traz poucas modelos de sucesso, mas, na época da Gisele [ Bündchen], a gente trabalhava espremido aqui em cima", explica.

Mesmo com dez anos de experiência, Samir conta não entender nada de moda. "A gente se preocupa com a luminosidade e o foco, não dá para prestar atenção na roupa", afirma, ao explicar que, na hora de fotografar, é a técnica que prevalece. Mesmo assim Flávio arrisca um palpite para a temporada: "Eu ouvi dizer que os tecidos estão lisos [sem estampa] porque a indústria têxtil está em crise".

O desfile da Cori começa e todos se concentram nas passarelas. Os flashes iluminam a beleza magérrima das modelos, que, em geral, não estão entre as preferências desses profissionais.

"Ana Claudia Michels e Luciana Curtis são as mais bonitas", elege Flávio. A temporada de inverno também não agrada muito: "É melhor fotografar moda praia", diz por sua vez Luciano M., que trabalha há três anos fotografando moda.

O desfile da grife assinada por Herchcovitch acaba. Na era digital, os fotógrafos correm para os computadores, quando finalmente podem desfrutar de seu trabalho. "Na época da [Daniella] Cicarelli, a gente se reunia em volta das fotos para olhar os músculos da perna dela", conta Samir. E o que achou do desfile? "Gostei muito." Achou boa esta coleção? "Não, eu gostei das fotos."

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