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30/01/2007
-
09h21
SILVANA ARANTES
da Folha de S.Paulo
Por que alguns pais abandonam seus filhos? E o que é feito das crianças que nascem sem lugar no mundo? Tendo essas interrogações como ponto de partida, a psicanalista e cineasta Miriam Chnaiderman prepara atualmente o documentário "Procura-se Janaína".
Abandonada aos cinco meses de idade, Janaína viveu na Febem nos anos 80. Até onde há registros da vida da garota, ela nunca chegou a ser adotada.
"Qual terá sido o destino de uma criança negra, pobre, órfã, e, além de tudo, autista?", indaga Chnaiderman, no projeto do documentário, premiado em concurso do programa Rumos Itaú Cultural.
Para a cineasta, "falar de Janaína é contar a história da Febem, do Estatuto da Criança e do Adolescente", que passou a vigorar em 1990, quando Janaína tinha 10 anos de idade.
Abandonos
Com sua equipe, Chnaiderman vasculhou os arquivos depositados no Núcleo de Documentação do Adolescente (Febem) e os de outras instituições onde Janaína esteve.
"Em nossa busca, vamos sabendo que Janaína respondia bem aos tratamentos que foi recebendo. Mas eles eram interrompidos. As instituições onde era atendida foram acabando, algumas falindo. Ou seja, Janaína foi passando por vários abandonos", afirma.
Embora tenha dado ao seu filme o nome de "Procura-se Janaína", Chnaiderman iniciou as filmagens, no fim do ano passado, com a certeza de que, mesmo se jamais encontrasse Janaína, o documentário teria sua existência justificada.
"Percebi que, no simples fato de estar expondo a história de Janaína, eu estava dando existência a ela. Janaína passou a existir para todos nós [envolvidos com o projeto]. E fazer Janaína existir já é, em si mesmo, um ato político", diz a diretora.
Chnaiderman, porém, conseguiu localizar Janaína, numa cidade do interior paulista.
O filme com a história dessa busca deverá ter 52 minutos --duração apropriada para a exibição em TV. "Acho importantíssimo que a televisão veicule documentários. Dessa forma, um documentário como esse pode atingir mais pessoas e contribuir para que a questão do menor e das instituições seja mais debatida entre nós", diz a documentarista.
Chnaiderman é autora dos documentários em curta-metragem "Artesãos da Morte" (2001) e "Passeios no Recanto Silvestre" (2006), co-dirigido com David Calderoni, que registra a (vã) tentativa dos diretores de estimular o escritor e cineasta José Agrippino ("PanAmérica") a voltar a filmar.
É, portanto, um documentário que filma a si mesmo. Chnaiderman acha que, nesse gênero cinematográfico, "é sempre assim, mesmo que nem sempre [isso] seja explicitado". Com "Procura-se Janaína", não deverá ser diferente.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Miriam Chnaiderman
Psicanalista enfoca abandono em documentário "Procura-se Janaína"
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da Folha de S.Paulo
Por que alguns pais abandonam seus filhos? E o que é feito das crianças que nascem sem lugar no mundo? Tendo essas interrogações como ponto de partida, a psicanalista e cineasta Miriam Chnaiderman prepara atualmente o documentário "Procura-se Janaína".
Abandonada aos cinco meses de idade, Janaína viveu na Febem nos anos 80. Até onde há registros da vida da garota, ela nunca chegou a ser adotada.
"Qual terá sido o destino de uma criança negra, pobre, órfã, e, além de tudo, autista?", indaga Chnaiderman, no projeto do documentário, premiado em concurso do programa Rumos Itaú Cultural.
Para a cineasta, "falar de Janaína é contar a história da Febem, do Estatuto da Criança e do Adolescente", que passou a vigorar em 1990, quando Janaína tinha 10 anos de idade.
Abandonos
Com sua equipe, Chnaiderman vasculhou os arquivos depositados no Núcleo de Documentação do Adolescente (Febem) e os de outras instituições onde Janaína esteve.
"Em nossa busca, vamos sabendo que Janaína respondia bem aos tratamentos que foi recebendo. Mas eles eram interrompidos. As instituições onde era atendida foram acabando, algumas falindo. Ou seja, Janaína foi passando por vários abandonos", afirma.
Embora tenha dado ao seu filme o nome de "Procura-se Janaína", Chnaiderman iniciou as filmagens, no fim do ano passado, com a certeza de que, mesmo se jamais encontrasse Janaína, o documentário teria sua existência justificada.
"Percebi que, no simples fato de estar expondo a história de Janaína, eu estava dando existência a ela. Janaína passou a existir para todos nós [envolvidos com o projeto]. E fazer Janaína existir já é, em si mesmo, um ato político", diz a diretora.
Chnaiderman, porém, conseguiu localizar Janaína, numa cidade do interior paulista.
O filme com a história dessa busca deverá ter 52 minutos --duração apropriada para a exibição em TV. "Acho importantíssimo que a televisão veicule documentários. Dessa forma, um documentário como esse pode atingir mais pessoas e contribuir para que a questão do menor e das instituições seja mais debatida entre nós", diz a documentarista.
Chnaiderman é autora dos documentários em curta-metragem "Artesãos da Morte" (2001) e "Passeios no Recanto Silvestre" (2006), co-dirigido com David Calderoni, que registra a (vã) tentativa dos diretores de estimular o escritor e cineasta José Agrippino ("PanAmérica") a voltar a filmar.
É, portanto, um documentário que filma a si mesmo. Chnaiderman acha que, nesse gênero cinematográfico, "é sempre assim, mesmo que nem sempre [isso] seja explicitado". Com "Procura-se Janaína", não deverá ser diferente.
Especial
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