31/01/2007 - 18h59

Luxo, sobreposições e cores neutras marcam moda masculina parisiense

da France Presse, em Paris

O guarda-roupa masculino para o próximo inverno reedita os tecidos luxuosos, brincando com o classicismo, o jogo de superposições e a mistura de estilo, propondo ao homem uma moda de elegância pessoal e descontraída.

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Modelos usam criação do estilista francês Franck Boclet da coleçao inverno 2007-2008

As coleções apresentadas nas passarelas parisienses privilegiaram os materiais nobres --o cashmere, o couro, a flanela, o veludo de seda--, não só nas grandes maisons de luxo, apresentando novas interpretações.

Para a maison Hermès, Véronique Nichanian tingiu a pele de crocodilo de azul na jaqueta longa, enquanto Stefano Pilati desenhou para a Yves Saint Laurent calças de flanela cinza de corte baixo, dando-lhes aparência baggy. Marc Jacobs inventou uma capa de couro de búfalo para a Louis Vuitton.

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Criação do estilista Jean Paul Gaultier para nverno 2007-2008

Outros estilistas optaram por tecidos mais técnicos, propondo uma elegância futurista --como Raf Simons, com suas silhuetas que parecem cortadas a laser, ou Thomas Engelhart para Thierry Mugler, com justos conjuntos de aviador.

As pernas das calças foram, com freqüência, muito estreitas, chegando a parecer calções, como na coleção de Jean Paul Gaultier. Em outros casos, as calças eram curtas, deixando aparentes os tornozelos (Dries Van Noten, Paul Smith).

Sportwear

A influência do sportwear continuou presente, e alguns estilistas associaram elementos da roupa esportiva a peças clássicas.

Na coleção Lanvin, Lucas Ossendrijver admitiu ter se inspirado no "jogging" esportivo, com calças de franjas verticais laterais ou justas no tornozelo. Yves Saint Laurent apresentou, por sua vez, golas altíssimas, que às vezes se transformaram em capuzes.

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Criação do estilista Hedi Slimane para Dior inverno 2007-2008

As sapatilhas esportivas acompanhavam jaquetões e suéteres com capuz. Outra tendência foi a superposição de peças, como na coleção de Ann Demeulemeester, que sobrepôs, inclusive calças. Dior também apostou na tendência; o estilista Hedi Slimane se inspirou em suas "lembranças da adolescência, um período new wave dos anos 80" para criar uma elegância em calças amplas e superposições de pulôveres, jaquetas, casacos e jaquetões.

Os estilos se misturaram como nas coleções do japonês Kiminori Morishita ou na de Kris Van Assche, nas quais o homem combina terno com camisa rústica, camisas bordadas com borboletas e estrelas.

Unissex

As roupas masculinas pareceram cada vez mais capazes de seduzir o público feminino. Foi o que se viu com as coleções de Gaultier --que apresentou sua coleção Gaultier 2, destinada tanto a homens quanto a mulheres--, de Dior e de Dries Van Noten, que declarou que, em sua coleção, "é possível misturar facilmente os elementos femininos e masculinos".

A maioria dos estilistas optou por cores sóbrias, explorando todos os matizes do preto, do cinza e do bege. A paleta de cores foi escura nos desfiles de Givenchy e Galliano. As exceções foram Jean Paul Gaultier, que deslumbrou com tons vermelhos oxidados e alaranjados, e Yohji Yamamoto, que causou sensação com os casacos vermelhos papoula. As cores também marcaram presença nos sapatos: fluorescentes na Vuitton ou violeta metálico nas sapatilhas esportivas de Lanvin, combinadas com gravatas.

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