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01/03/2007 - 11h24

Exposição em NY revela os perigos e a "cara feia" da beleza

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ALEJANDRA VILLASMIL
da Efe, em Nova York

A recente polêmica gerada pela proibição de modelos anoréxicas desfilarem em algumas passarelas internacionais chegou ao Museu de Arte de Chelsea, em Nova York. A exposição "Dangerous Beauty" (beleza perigosa) explora os padrões estéticos e revela a "cara feia da beleza".

A mostra, que ficará aberta até o fim de abril, procura desafiar os ideais de beleza da sociedade contemporânea, em sua grande maioria definidos e alimentados pelo consumismo. As obras capturam a ansiedade de uma sociedade centrada na beleza, fazem conexões interessantes entre conceitos como beleza e violência, e abordam temas como o medo da velhice, a bulimia e a anorexia, as cirurgias plásticas e a lipoaspiração.

Divulgação
Peças da mostra "Dangerous Beauty", em cartaz no Museu de Arte de Chelsea, em NY
Peças da mostra "Dangerous Beauty", em cartaz no Museu de Arte de Chelsea, em NY
São obras de uma beleza "perigosa", uma área onde o mito da beleza se choca com a realidade. "As peças examinam o fenômeno e as implicações dos atuais padrões de beleza e identidade e questionam se há espaço para o subjetivo e o individual em uma sociedade de expressão em massa", assinala a curadora da mostra, Manon Slome.

Ao entrar na exposição, o espectador se depara com uma instalação de Jacob Dahlgren no chão, intitulada "O Céu É um Lugar na Terra", uma plataforma composta por balanças de banho vermelhas, azuis e brancas sobre as quais é possível caminhar.

Gordura humana em sabão

A preocupação com o peso também é abordada pela artista argentina Nicola Costantino. Ela considera que tentar alcançar uma boa forma é um plano de vida ambicioso, já que a pessoa se propõe a esculpir, literalmente, seu próprio corpo. Seu projeto "Savon de Corps" é uma edição de cem sabões que contêm 3% de gordura do seu corpo, em forma de tronco do corpo humano feminino.

O tecido adiposo --de cerca de dois quilos no total-- foi obtido através de uma lipoaspiração à qual Costantino se submeteu para o projeto, apresentado com uma estratégia de marketing com a imagem da artista seminua e um slogan em francês: "Idioma do glamour e da cosmética".

Divulgação
Exposição aberta em museu de Nova York explora diversos conceitos estéticos
Exposição aberta em museu de Nova York explora diversos conceitos estéticos
Segundo Costantino, a estratégia de marketing habitual para comercializar cosméticos se baseia na identificação do público com um personagem famoso, como uma modelo ou uma atriz, e não no artigo em si. Em "Savon de Corps", a artista não é a cara, mas a matéria-prima do produto. Por isso, o público não comprará a imagem, e sim o corpo da modelo, em uma nova concepção de consumo.

Cirurgia

A cirurgia estética como performance tem suas origens na artista francesa Orlán, também incluída nesta exposição com uma documentação fotográfica de sua obra "A Reencarnação de Santa Orlán".

Conhecida como a criadora da "arte carnal", Orlán fez diversas cirurgias em seu rosto, mas a artista plástica não buscava atingir um padrão de beleza, nem criticar a cirurgia estética. Seu objetivo era questionar "os ditames de uma ideologia dominante (a masculina), que molda a si mesma com a carne feminina".

Em 1990, Orlán começou a se submeter a nove cirurgias plásticas. Assim, transformava seu rosto no de personagens femininos mitológicos ou pictóricos, como Vênus e Mona Lisa.

Divulgação
Fotos abordam o ato de modificar o próprio corpo por causa de preocupações estéticas
Fotos abordam o ato de modificar o próprio corpo por causa de preocupações estéticas
"Escolhi esses personagens não pelos padrões de beleza que teoricamente representam, mas pelas histórias associadas a eles. Diana, por exemplo, não aceita se submeter aos deuses e aos homens. Ela é ativa, inclusive agressiva", diz a artista.

Uma das cirurgias mais conhecidas de Orlán foi "Onipresença", um implante de protuberâncias na testa para emular as da Mona Lisa e que resultaram em espécies de chifres, que tornaram a artista mundialmente conhecida.

Fotos

Outros artistas em "Beleza perigosa" abordam o ato de modificar o próprio corpo por causa de preocupações estéticas, como é o caso das fotografias de jovens modelos feitas por Lauren Greenfield, ou a estética da velhice, representada na série de fotos de Erwin Olaf, com mulheres maduras em poses e roupas sedutoras.

A mostra também tem a participação de Marilyn Minter, Martin C. De Waal, Barbara Kruger, Sylvie Fleury e Tom Sanford, este último com retratos de Nicole Richie, Paris Hilton e das irmãs Mary Kate e Ashley Olsen.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre cirurgia plástica
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