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02/03/2007
-
09h09
SÉRGIO RIZZO
do Guia da Folha
Reunir a inglesa Judi Dench e a australiana Cate Blanchett representa mais do que meio caminho andado para manter o espectador preso à trama de "Notas sobre um Escândalo" e para dourá-lo com indicações para o Oscar.
Ambas concorreram ao prêmio no último domingo, bem como outros dois colaboradores ilustres, o roteirista e dramaturgo inglês Patrick Marber (autor de "Closer") e o compositor norte-americano Philip Glass ("As Horas").
Dench faz uma solitária professora do ensino médio, cheia de quartos escuros na alma. Blanchett interpreta uma colega recém-chegada à escola onde a primeira trabalha, casada com um homem 20 anos mais velho (Bill Nighy) e mãe de um casal de adolescentes --ele, portador da síndrome de Down.
Dá-se então o encontro da fome com a vontade de comer: a meticulosa estratégia de aproximação de uma mente obsessiva, já experiente em jogos de sedução, encontra terreno fértil na fragilidade psicológica de sua caça. O aspecto mais perturbador do jogo, realçado pelo trabalho das atrizes, é a imensa distância entre o desejo de uma e a realidade da outra.
No romance homônimo da inglesa Zoe Heller que inspirou o roteiro de Marber, ambas as personagens são tratadas de forma mordaz. Já o filme, que centra mais fogo na professora feita por Dench, é temperado com menos ironia (e com um tanto de solenidade) pelo diretor teatral inglês Richard Eyre ("A Bela do Palco").
Para a ênfase no registro mais pesado, contribui também a trilha sonora de Glass, que muitas vezes entrega o ouro ao antecipar estados de espírito e variações dramáticas --opção duvidosa em uma intriga de caráter intimista cujas ótimas atrizes não precisam de ajuda externa para sublinhar o comportamento cambiante das personagens.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Cate Blanchett
Longa "Notas sobre um Escândalo" opõe grandes atrizes
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do Guia da Folha
Reunir a inglesa Judi Dench e a australiana Cate Blanchett representa mais do que meio caminho andado para manter o espectador preso à trama de "Notas sobre um Escândalo" e para dourá-lo com indicações para o Oscar.
Ambas concorreram ao prêmio no último domingo, bem como outros dois colaboradores ilustres, o roteirista e dramaturgo inglês Patrick Marber (autor de "Closer") e o compositor norte-americano Philip Glass ("As Horas").
Divulgação |
Judi Dench e Cate Blanchett formam elenco de peso de "Notas Sobre Um Escândalo" |
Dá-se então o encontro da fome com a vontade de comer: a meticulosa estratégia de aproximação de uma mente obsessiva, já experiente em jogos de sedução, encontra terreno fértil na fragilidade psicológica de sua caça. O aspecto mais perturbador do jogo, realçado pelo trabalho das atrizes, é a imensa distância entre o desejo de uma e a realidade da outra.
No romance homônimo da inglesa Zoe Heller que inspirou o roteiro de Marber, ambas as personagens são tratadas de forma mordaz. Já o filme, que centra mais fogo na professora feita por Dench, é temperado com menos ironia (e com um tanto de solenidade) pelo diretor teatral inglês Richard Eyre ("A Bela do Palco").
Para a ênfase no registro mais pesado, contribui também a trilha sonora de Glass, que muitas vezes entrega o ouro ao antecipar estados de espírito e variações dramáticas --opção duvidosa em uma intriga de caráter intimista cujas ótimas atrizes não precisam de ajuda externa para sublinhar o comportamento cambiante das personagens.
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