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16/03/2007
-
09h15
RICARDO CALIL
do Guia da Folha
Com "Maria Antonieta", Sofia Coppola conseguiu o feito de realizar um filme absolutamente pessoal sobre uma figura histórica. Para tanto, ela enxergou na trajetória da rainha mais desprezada da França uma antiga versão do principal tema de sua obra: a sensação de deslocamento vivida por uma jovem mulher. Em "Encontros e Desencontros" (03), tratava-se de uma americana perdida na Tóquio contemporânea. No novo filme, é a vez de uma austríaca na Versalhes do século 18.
Aos 14 anos, Maria Antonieta (Kirsten Dunst) é levada à França para se casar com o futuro rei Luís 16 (Jason Schwartzman). Em princípio, ele não demonstra nenhum apetite sexual, mas é ela quem leva a má fama por não gerar herdeiros para o trono. Depois do tédio, ela se entrega aos poucos a uma vida de luxo e luxúria --o que só ajuda a aumentar a insatisfação popular com a corte (que culminará na Revolução Francesa).
"Maria Antonieta" foi acusado por parte da crítica de ser superficial. Mas o filme se propõe justamente a fazer uma crônica da superficialidade da nobreza da França. Seu problema é a incapacidade de radiografar a sensação de não-pertencimento com a mesma delicada precisão de "Encontros e Desencontros", por causa do caráter dispersivo de sua narrativa.
Mas o novo filme tem a mesma qualidade onírica do anterior, como se a cineasta filmasse não uma realidade, mas um sonho sobre aquela realidade --sensação acentuada aqui pela trilha pop. Para Sofia, a atmosfera vem antes da história (ou, no caso, da História). Com apenas três longas, ela já criou um estilo próprio, mas herdou ao menos uma característica do pai Francis Ford Coppola: mesmo quando erra, ela consegue ser mais interessante do que a média. "Maria Antonieta" é um equívoco deslumbrante.
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do Guia da Folha
Com "Maria Antonieta", Sofia Coppola conseguiu o feito de realizar um filme absolutamente pessoal sobre uma figura histórica. Para tanto, ela enxergou na trajetória da rainha mais desprezada da França uma antiga versão do principal tema de sua obra: a sensação de deslocamento vivida por uma jovem mulher. Em "Encontros e Desencontros" (03), tratava-se de uma americana perdida na Tóquio contemporânea. No novo filme, é a vez de uma austríaca na Versalhes do século 18.
Divulgação |
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Maria Antonieta levou Oscar de figurino |
"Maria Antonieta" foi acusado por parte da crítica de ser superficial. Mas o filme se propõe justamente a fazer uma crônica da superficialidade da nobreza da França. Seu problema é a incapacidade de radiografar a sensação de não-pertencimento com a mesma delicada precisão de "Encontros e Desencontros", por causa do caráter dispersivo de sua narrativa.
Mas o novo filme tem a mesma qualidade onírica do anterior, como se a cineasta filmasse não uma realidade, mas um sonho sobre aquela realidade --sensação acentuada aqui pela trilha pop. Para Sofia, a atmosfera vem antes da história (ou, no caso, da História). Com apenas três longas, ela já criou um estilo próprio, mas herdou ao menos uma característica do pai Francis Ford Coppola: mesmo quando erra, ela consegue ser mais interessante do que a média. "Maria Antonieta" é um equívoco deslumbrante.
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