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23/03/2007 - 09h13

Skank tem vocação para música de rádio, diz Samuel Rosa

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FABIO RIGOBELO
da Folha Online

O Skank está de volta a São Paulo. Dando continuidade à turnê do disco "Carrossel", lançado em 2006, Samuel Rosa (vocal e guitarra), Henrique Portugal (teclados e violão), Haroldo Ferretti (bateria) e Lelo Zaneti (baixo) apresentam único show do novo álbum nesta sexta-feira (23), no Tom Brasil.

É possível que só uma noite no Tom Brasil não seja suficiente para que os adolescentes de hoje e os de 13 anos atrás, que ainda cantam "Te Ver" e "Pacato Cidadão", matem as saudades da banda. Mas é esta a estratégia do grupo, explica o vocalista e guitarrista Samuel Rosa.

Divulgação
Skank vem a São Paulo para único show
Skank vem a São Paulo para único show
"Sabemos que pra São Paulo sempre vamos voltar, então optamos por viajar mais pelo país, divulgar o trabalho. Vamos rodar bastante com 'Carrossel'", garante o músico. A última vez que os mineiros tocaram na cidade foi em outubro de 2006, em um show com ingressos esgotados.

Em entrevista à Folha Online, o músico também contou como o Skank encara possíveis carreiras solo e assumiu o som com viés comercial, feito para "tocar em rádio". "Tem coisas nos álbuns que poderiam ser, pelo menos pra mim, música independente. Por outro lado, a gente também não abre mão, e acha que é até uma vocação que o grupo tem, de fazer música que cai no gosto popular. Seria hipocrisia nossa dar as costas pra isso", diz.

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Samuel Rosa assume perfil do grupo para "música de rádio"
Samuel Rosa assume perfil do grupo para "música de rádio"
Nesse sentido, Samuel Rosa compara, por exemplo, Radiohead e Coldplay. "O Radiohead é uma banda respeitada no mundo todo. O Coldplay talvez seria uma derivação, uma tentativa de se chegar a um 'Radiohead radiofônico'. E se existe uma banda que é o 'Radiohead radiofônico', é porque o Radiohead não é uma banda tão popular assim. (...) O Coldplay conseguiu ser mais do que eles, gostando ou não", afirma.

Confira a seguir a entrevista de Samuel Rosa:




Folha Online - Vocês apresentaram "Carrossel" somente uma vez em São Paulo, em 2006, com ingressos esgotados. Nunca pensaram em fazer uma temporada na cidade?

Samuel Rosa - Nós nunca fizemos uma temporada em São Paulo, o máximo que fizemos foram dois dias. Um dia em já está muito legal. Estamos fazendo a segunda apresentação num intervalo de menos de seis meses desde o lançamento do álbum. Conseguimos fazer duas pequenas temporadas no Rio, no Canecão, um lugar legal porque é menor, cabem 2 mil pessoas. O Tom Brasil já é maior. Além disso, sabemos que pra São Paulo sempre vamos voltar, então optamos por viajar mais pelo país.

Folha Online - O som de vocês mudou desde os primeiros álbuns, há 10 anos. Vocês também perceberam mudanças no público?

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Capa do novo disco do Skank, "Carrossel"
Capa do novo disco do Skank, "Carrossel"
Samuel Rosa - Não. Tudo bem que às vezes agradamos a uma faixa etária mais velha, com mais de 30 anos, ou crianças. Mas no geral, nesse universo MTV, as coisas que fazemos estão muito interligadas com o público juvenil, com a garotada. Você não precisa fazer necessariamente uma música pra agradar só pessoas de 15 a 18, nunca foi nosso objetivo, mas também não se pode perder uma certa ingenuidade, o trabalho não pode ficar cerebral demais, corre-se o risco de não conseguir se conectar com esse público.

Folha Online - Sobre "Carrossel", vocês dizem que "o novo disco não abriu mão das experimentações, mas se manteve firme no compromisso com a música pra tocar na rádio, e tudo 'sem forçar barras'". Vocês nunca pensaram em "forçar a barra" e fazer algo mais experimental, ou projetos solo?

Samuel Rosa - Solo, não. Os valores e objetivos de cada um ainda estão sendo implantados pelos álbuns do Skank. Não sinto o Haroldo com vontade de trabalhar numa seara musical que não diga respeito ao Skank, muito distante da banda. O mesmo eu poderia dizer do Henrique, do Lelo e de mim. Até porque o Skank tem se transformado ao longo dos anos, há uma flexibilidade, os objetivos musicais acabam tendo espaço ali mesmo. Não ocorre de um ou outro ter vontade de ingressar em algo muito distante e para isso ter que sair do grupo ou trabalhar só com outras pessoas, ainda que eu não veja isso com maus olhos. Os projetos correm paralelamente ao trabalho de forma tranqüila, os meninos já produziram bandas de BH, bandas gaúchas, faixas do disco do Lenine, eu tenho um trabalho com o Lô Borges.

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Samuel Rosa promete percorrer todo o país com "Carrossel"
Samuel Rosa promete percorrer todo o país com "Carrossel"
Folha Online - E quanto ao trecho que diz que vocês "se mantiveram firmes no compromisso da 'música pra tocar na rádio'"?

Samuel Rosa - Dentro do que o Skank tem condições de fazer, acho que tem existido espaço nos álbuns pra experimentações, que vão um pouco além do formato musical feito pra tocar na rádio. Tem coisas nos álbuns que poderiam ser, pelo menos pra mim, música independente, de um grupo totalmente desvencilhado da obrigação de sustentar um lugar conseguido no rádio. Por outro lado, a gente também não abre mão, e acha que é até uma vocação que o grupo tem, de fazer música que cai no gosto popular. Seria hipocrisia nossa dar as costas pra isso. Eu acho que temos feito um trabalho "degradê", que vai desde músicas mais formatadas para o rádio até coisas que não têm a menor ambição de chegar lá. Nossos álbuns têm faixas com duração de seis, sete minutos.

Folha Online - Seria possível o Skank, uma banda já consolidada, lançar algo totalmente alternativo, como fez o Radiohead com "Kid A"?

Samuel Rosa - O Radiohead é uma banda adorada e respeitada no mundo todo, e seminal também, influenciou muita gente. O Coldplay talvez seria uma derivação, uma tentativa de se chegar a um "Radiohead radiofônico". E se existe uma banda que é o "Radiohead radiofônico" é porque o Radiohead não é uma banda tão popular assim, é pra quem gosta de rock e quem entende um pouquinho mais, não é uma banda das massas.

O Coldplay conseguiu ser mais do que eles, gostando ou não. Então acho que eles não têm um compromisso tão grande assim com músicas pro rádio, ainda que possam fazer uns discos mais palatáveis e outros menos. O Radiohead é uma banda muito cultuada mas ainda tem uma pecha muito forte de alternativa. Escutar um disco deles não é simples, como, por exemplo, é escutar um disco do Coldplay.

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Cenário da nova turnê do grupo, "Carrossel"
Cenário da nova turnê do grupo, "Carrossel"
Folha Online - "Carrossel" tem colaborações com César Maurício (das bandas Radar Tantã e Virna Lisi), Rodrigo Leão (do Professor Antena, agora em carreira solo) e Arnaldo Antunes, com quem você nunca tinha trabalhado. Existe a possibilidade de algum deles subir ao palco do show do Skank?M

Samuel Rosa - É difícil. A gente acaba convidando essas pessoas, mas a verdade é que eu nunca cheguei a tocar com todos depois que o disco ficou pronto. Não posso garantir a presença de nenhum deles.

Folha Online -E a faixa que você fez com o Arnaldo, "Trancoso", não está no show?

Samuel Rosa - Não. Do "Carrossel" serão sete ou oito músicas, mas vamos tocar os hits, "Uma Partida de Futebol", "Jackie Tequila" e outras mais recentes, "Balada do Amor Inabalável", "Vou deixar", "Vamos fugir", do Gil.

Folha Online - Mas a música foi escrita em Trancoso (BA) mesmo? É engraçado imaginar o Arnaldo Antunes de bermuda e chinelo, na praia, ele com aquela imagem tão urbana...

Samuel Rosa - (risos) Foi escrita lá. A gente se encontrou no verão passado e eu comentei com o Arnaldo, "pô, eu trouxe o violão, to compondo aqui pro disco novo", aí a gente tocou, se animou em fazer alguma coisa juntos e acabou rolando. É bacana porque é uma música que pegou o clima do lugar, eu não imaginava encontrar o Arnaldo lá. E ele gosta muito dessas paradas, tem um sítio, gosta muito do mato, do mar. Ele estava lá desse jeito que você não imagina, o dia inteiro de bermuda, chinelo. Mas não assusta muito, não. (risos)

Skank
Onde: Tom Brasil Nações Unidas (r. Bragança Paulista, 1281, São Paulo. Tel: 0/XX/11/2163-2000)
Quando: Sexta-feira (23), às 22h
Quanto: R$ 50 a R$ 120 (meia-entrada: R$ 25 a R$ 60)

Especial
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