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21/05/2007
-
05h27
da Folha Online
"Danielson - A Family Movie" (de JL Aronson, 2006) foi uma surpresa animadora dentro da programação da 4ª edição brasileira do Resfest, que aconteceu neste fim de semana em São Paulo. O documentário, que acompanha a história dessa banda "cristã" formada por irmãos e amigos no interior dos EUA, foi uma agradável descoberta por sua simpatia e também pela ótima música.
Filhos de pais religiosos, Daniel Smith e seus irmãos foram desde cedo incentivados a cantar e tocar instrumentos nas reuniões em casa, com os conhecidos da igreja. Estava dado o impulso para a formação da banda, que aconteceu no início dos anos 90. Daniel --ou Danielson-- é o personagem principal desse documentário, desde o início da banda, quando os irmãos ainda eram garotos, até a sua carreira solo.
Vestidos como enfermeiros nos shows, por desejarem "representar um tipo de cura" ao público, The Danielson Famile foi marcante no circuito alternativo norte-americano por sua autenticidade. Mais, até: por sua verdade. Ainda que em todas as letras falassem de Jesus Cristo ("the Lord"), bondade, fé, boas vibrações, amizade e amor, as músicas passam longe de serem doutrinárias. Um depoimento de um homem presente em um dos shows ajuda a imaginar: "há bandas de rock que falam em suas letras do uso de drogas, e nem por isso eu consumo drogas; a Danielson Famile fala de Jesus, e nem por isso eu 'consumo' Jesus".
Acima de tudo primava-se pela música: rock, com forte raiz folk; as irmãs como backing vocals, com danças engraçadinhas, palmas e chocalhos; e uma constante flexibilidade na formação: amigos eram convidados, irmãos substituídos, talentos agregados. Nesse panorama aparece o jovem músico Sufjan Stevens, amigo de Daniel. Poucos anos depois, em 2005, Stevens teve seu disco "Illinoise" entre os melhores do ano segundo veículos especializados.
O "The New York Times" e revistas como a "Spin" e a "Rolling Stone" deram atenção ao grupo. Além dos cristãos --católicos e protestantes--, judeus, ateus e afins passaram a formar o público da banda, que acabou por interromper as atividades (apesar de retornos esporádicos).
Daniel Smith continuou em carreira solo, ora se apresentando vestido de árvore, ora de "vendedor de porta em porta". Sua voz, aguda e exagerada, completa a originalidade da música. Sem discos lançados no Brasil, é possível conhecer mais sobre a carreira no site de Danielson.
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"Danielson - A Family Movie" (de JL Aronson, 2006) foi uma surpresa animadora dentro da programação da 4ª edição brasileira do Resfest, que aconteceu neste fim de semana em São Paulo. O documentário, que acompanha a história dessa banda "cristã" formada por irmãos e amigos no interior dos EUA, foi uma agradável descoberta por sua simpatia e também pela ótima música.
Filhos de pais religiosos, Daniel Smith e seus irmãos foram desde cedo incentivados a cantar e tocar instrumentos nas reuniões em casa, com os conhecidos da igreja. Estava dado o impulso para a formação da banda, que aconteceu no início dos anos 90. Daniel --ou Danielson-- é o personagem principal desse documentário, desde o início da banda, quando os irmãos ainda eram garotos, até a sua carreira solo.
Vestidos como enfermeiros nos shows, por desejarem "representar um tipo de cura" ao público, The Danielson Famile foi marcante no circuito alternativo norte-americano por sua autenticidade. Mais, até: por sua verdade. Ainda que em todas as letras falassem de Jesus Cristo ("the Lord"), bondade, fé, boas vibrações, amizade e amor, as músicas passam longe de serem doutrinárias. Um depoimento de um homem presente em um dos shows ajuda a imaginar: "há bandas de rock que falam em suas letras do uso de drogas, e nem por isso eu consumo drogas; a Danielson Famile fala de Jesus, e nem por isso eu 'consumo' Jesus".
Acima de tudo primava-se pela música: rock, com forte raiz folk; as irmãs como backing vocals, com danças engraçadinhas, palmas e chocalhos; e uma constante flexibilidade na formação: amigos eram convidados, irmãos substituídos, talentos agregados. Nesse panorama aparece o jovem músico Sufjan Stevens, amigo de Daniel. Poucos anos depois, em 2005, Stevens teve seu disco "Illinoise" entre os melhores do ano segundo veículos especializados.
O "The New York Times" e revistas como a "Spin" e a "Rolling Stone" deram atenção ao grupo. Além dos cristãos --católicos e protestantes--, judeus, ateus e afins passaram a formar o público da banda, que acabou por interromper as atividades (apesar de retornos esporádicos).
Daniel Smith continuou em carreira solo, ora se apresentando vestido de árvore, ora de "vendedor de porta em porta". Sua voz, aguda e exagerada, completa a originalidade da música. Sem discos lançados no Brasil, é possível conhecer mais sobre a carreira no site de Danielson.
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